002. - normal circumstances

Start from the beginning
                                    

Felícia tinha sido informada que aquilo era uma escola para alunos problemáticos, mas o que ela via em maioria eram pessoas que aparentavam serem apenas adolescentes mimados — e dois mais dois são quatro, completou a vozinha no fundo de sua mente.

— Vá embora, Dylan. — Piper resmungou, tentando se afastar do garoto — Eu não pedi para ser sua dupla.

— Ah, não seja assim, querida. Hoje é seu dia de sorte ! — Dylan enganchou seu braço no de Piper e arrastou ela pela entrada do museu.

— Esse cara me dá nojo. — Felícia disse, vendo os outros dois concordarem com a cabeça.

— Eu odeio ele. — Valdez comentou, limpando as pernas de suas calças que estavam empoeiradas. Ele ainda fez uma péssima imitação do tal Dylan.

— Leo. — Jason disse com simplicidade, após a imitação barata do outro — Você é estranho.

— Você me diz isso bastante. — ele sorriu largamente — E já que você está sem memória, quer dizer que eu posso contar minhas piadas todas de novo. Vamos lá ! E você também Bernardi, não sei porque Jason sugeriu que fossemos um trio porque você estava sem dupla.

Ela arqueou a sobrancelha quando nenhum dos dois estavam olhando, isso deveria ser coisa do bode velho de Hedge. Ainda observou Leo sair na frente resmungando, e ela e o loiro foram logo atrás,

— Porque não vamos falar com o Treinador Hedge ? — perguntou a garota, após limpar a garganta — Acho que seria melhor.

Jason apenas balançou a cabeça, como se quisesse dizer um "agora não". E ele nem entendia o que estava acontecendo, pensava consigo mesma, ao menos deveria concordar comigo.

Os três seguiram andando, Felícia prestava atenção em cada exposição e sobre o que falavam do Grand Canyon e da tribo Hualapai, que era dona do museu. Era difícil da garota sair do acampamento meio-sangue, e quando conseguia isso, ela tentava aprender o máximo de coisas o possível.

— Ei, Piper, a sua tribo cuida desse lugar ? Você entra de graça se fizer a dança da chuva ? — uma garota, que estava no meio de um grupinho que se vestiam praticamente iguais, com calças jeans combinando, blusas rosas e tanta maquiagem que se elas encostarem em uma parede, iriam rebocar ela mais uma vez.

— Meu pai é Cherokee. — disse Piper, com as mãos cerradas embaixo do casaco de snowboard. Foi quando ela disse isso que Felícia percebeu o que a tal patricinha queria dizer com aquilo, a raiva começou a ferver dentro da Bernardi — E não Hualapai. Mas é claro, você precisaria de alguns neurônios para saber a diferença, Isabel.

A tal Isabel abriu os olhos em uma surpresa irônica, parecia até mesmo uma coruja maquiada — a jovem pediu perdão para Atena por lembrar de seu animal sagrado para comparar a uma garota como aquela, temeu que a deusa se irritasse com aquilo.

Nota mental, ela provavelmente iria esquecer, fazer oferendas nas refeições à Atena durante três dias.

— Ah, desculpe-me. A sua mãe era dessa tribo ? Ah, é verdade. Você nunca conheceu sua mãe.

Piper avançou sobre a garota e Felícia teria feito o mesmo se o treinador Hedge não tivesse ameaçado todos com um taco de beisebol.

Um dos poderes dos filhos de Tique era a Manipulação de Probabilidade. Era claro que ela não poderia controlar totalmente o que iria acontecer, mas uma pequena ação sua poderia dar início a uma série de fatores que ajudaria sua vontade a dar certo. E foi isso que ela fez, fingindo tropeçar em seus próprios pés, ela caiu sobre os braços de um garoto aleatório, por sorte — e ela agradecia a sua mãe — ela não caiu, mas o garoto sim. Quando ele tentou levantar, se apoiou na perna de um colega que perdeu o equilíbrio e tombou de costas com uma das amigas de Isabel que estava com um copo de água na mão. E o resultado foi como o esperado, Isabel acabou com seu rosto em completo choque molhado e sua maquiagem derretendo como uma parede de lama.

𝗟𝗨𝗖𝗞 𝗜𝗡 𝗟𝗢𝗩𝗘, Leo ValdezWhere stories live. Discover now