Ela é uma gordinha ruiva, linda, mas tímida. Ainda prefere viver o amor dos seus livros de romance do que ter seu coração partido pelos homens reais. Noah é seu melhor (e único) amigo desde a infância.
Ele a protegeu de todos e sempre foi seu porto...
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Não era a mesma coisa acordar na minha casa e tomar café sozinho. Por mais que nem sempre eu conseguisse ver o Noah de manhã, pois ele saía para o trabalho bem cedo, pelo menos, eu tinha a companhia de Cameron por perto. A verdade era que eu estava muito mal acostumado a dormir lá e meu próprio apartamento se tornava cada vez mais estranho e vazio pra mim.
Já tinha pensado em propor a Noah para morarmos juntos, mas decidi esperar mais um pouco, pois tive minha cota de decepções ao dividir o mesmo teto com outra pessoa. Porém, confesso, vir para casa depois de passar o dia com ele, não tinha mais a mesma graça.
Estava pensando nisso e passando uma camisa minha, quando a campainha tocou e parei para atender. Observei o rosto de Cameron pelo olho-mágico e me surpreendi, pois ela nem mesmo sabia meu endereço. Quando abri a porta, a ruivinha esticou os braços e me ofereceu um copo de café.
— Bom dia! — disse ela, animada, me beijando no rosto. — Posso entrar?
— Você pode tudo, hermosa — respondi, dando passagem para ela e bebericando do copo que me entregou. — Como me achou?
— Pedi seu endereço para o Noah, queria conhecer a sua casa. — Ela franziu a testa e mordiscou o lábio. — Fiz mal em aparecer sem avisar? Eu nem tinha certeza se você estaria em casa e também aproveitei um morador saindo e entrei no prédio sem interfonar e...
— Cameron. — Toquei em seus ombros e depois, tirei de suas mãos o outro copo de café e um saco com alguma comida dentro, pois o cheiro estava ótimo. — Você não precisa de permissão para me ver.
Coloquei as coisas sobre a mesa pequena que eu tinha na sala, que separava minha cozinha igualmente pequena. Meu apartamento era um ovo, principalmente comparado ao de Noah, que também não era tão grande.
— Sei lá, é que só me dei conta de que devia ter avisado, quando já estava subindo as escadas. — Ela abriu o saco de papel e puxou dois muffins de dentro. — Trouxe comida e espero que coma porque esse é caro, é de uma padaria que eu amo e só tem coisa deliciosa.
Puxei uma cadeira para ela e me sentei na outra, sem conseguir tirar o sorriso bobo do rosto. Eu estava recebendo visitas e comida, tinha coisa melhor?
— Obrigada por isso, hermosa. — Toquei seu rosto e tomei mais um gole do café. — Qual o motivo para eu ter sido agraciado com sua aparição?
— Eu só quis vir. — Ela encolheu os ombros, arrancando pequenos pedaços de seu muffin e levando-os à boca. — Tem dois dias que eu não vejo você e hoje não tinha nada de importante para fazer em casa, então... eu vim.
Provei o bolinho e me surpreendi ao perceber que era salgado, de queijo, o que me deixou muito feliz porque não era um fã tão grande de doces.
— Estive ausente porque esses dias estava às voltas com um trabalho grande. Eu avisei ao Noah, mas da próxima vez, aviso a você também.
