Capítulo 6

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Bernardo

Alguns dias foram passando e eu não podia negar o quanto estava adorando aproveitar cada segundo com Samantha. Aquela menina apareceu para me mostrar uma nova forma de viver.

E parecia que a cada segundo que passava eu queria passar mais ao seu lado. Quando nos despedíamos, para ela ir para o seu quarto, me sentia completamente revoltado por sentir a merda daquela solidão chegando novamente.

Eu parecia um viciado por atenção que precisava a qualquer momento que aquela menina estivesse conversando comigo para que eu me sentisse uma pessoa normal.

Naquele momento estava reparando, enquanto ela nadava na piscina do navio. A maioria das pessoas desceram, pois fizemos uma parada na Bahia e estavam aproveitando para bater perna por aquele lugar, mas Samantha preferiu ficar e aproveitar a movimentação menor do navio.

Assim que ela surgiu na beirada da piscina abriu um sorriso para mim e eu não pude deixar de reparar no biquíni que usava. Ele era branco com bolinhas pretas e a deixava completamente inocente e aquilo era quase uma perversão para mim.

— Não vai entrar na água?

— Não sei se gosto muito de piscina.

— Quem pode não gostar de piscina?

Levei meus dois indicadores em minha direção, fiz uma expressão meio sem graça e Samantha revirou os olhos e caiu para trás na água.

Continuei observando-a, até que novamente surgiu na borda da piscina e me estendeu suas mãos.

— Me ajuda a sair? — perguntou de forma inocente para mim.

— Claro!

Levantei-me, sem entender a má intenção que aquela menina estava. Assim que segurei a sua mão para puxá-la para fora da piscina, Samantha fez força para baixo e eu só encontrei um lugar para ir... ou melhor: cair... dentro da piscina.

Em questão de segundos eu estava dentro da água, com camisa, bermuda e até mesmo os meus chinelos completamente submersos. Eu poderia ter ficado irritado, mas não tinha como ao observar Samantha toda alegre e com um sorriso gigantesco nos lábios.

— Você é uma garota muito má.

— Eu? — Fez-se de inocente.

Samantha nadou para perto de mim e encostou seu indicador em meu tórax. Ela estava tão próxima, me encarando com aquele olhar inocente, mas que ao mesmo tempo parecia ser tão perverso que não consegui desviar minha atenção dela.

— Sim, você — sussurrei.

Samantha levou seus braços para o meu pescoço e me abraçou, logo com a facilidade que a água dava para nosso corpo ela entrelaçou suas pernas em minha cintura e murmurou:

— Não sei o que está acontecendo comigo, mas desde que te conheci aqui, não consigo parar de pensar em você.

Droga!

O que ela estava querendo dizer?

— Samantha...

Eu não iria assumir que também estava da mesma forma, pois não sabia se estava preparado para fazer aquele tipo de revelação.

— Eu sei que é repentino, que estamos só há alguns dias nos conhecendo, mas senti uma conexão muito forte com você, Bernardo.

Mesmo não querendo, deixei que as palavras escapassem pela minha boca.

— Também não sei como explicar, mas sinto o mesmo por você.

— Vamos esquecer o nosso passado e até mesmo o futuro e viver aventuras um pouco loucas aqui?

Aquilo não era algo que esperava ouvir, mas porque fiquei extremamente ansioso para querer viver aquilo que ela estava propondo.

— Acho que estou desacostumado a viver loucuras.

— Sempre fui uma garota meio careta e quietinha, então nunca vivi uma, mas parece que estou disposta a viver neste cruzeiro que faz com que as coisas fiquem um pouco paradisíacas.

Continuei encarando os olhos de Samantha e ali eu só parecia enxergar verdade em tudo que ela dizia. Aquela menina estava mesmo insinuando que queria viver loucuras comigo?

Sim!

Caralho!

Ela estava quase se jogando em cima de mim e pedindo para que eu a fizesse viver uma loucura em sua vida. E ainda pedindo para que eu voltasse a sentir um pouco de prazer

Mesmo com mais anos de experiência, tentei me fazer de inocente para entender o que ela queria.

— O que você está tentando me dizer, Samantha?

Eu não sabia se estava preparado para o que ela me responderia e muito menos se tinha alguma possibilidade de retribuir o que ela estava quase implorando. Já que depois da morte da minha esposa eu nunca mais tinha ficado com ninguém.

— Que estamos precisando viver.

Ela mal deixou que eu assimilasse o que queria insinuar e levou seus lábios aos meus, sem me dar sequer um momento para entender o que queria.

Sua língua tomou posse da minha e a primeira atitude foi dela, depois de um tempo em choque, deixei que meus instintos falassem mais alto e respondessem ao que ela estava fazendo e foi naquele momento que minha língua começou a brincar com a dela.

Minha boca colada à sua, que era tão macia, parecia errado, já que ela era tão mais nova que eu, no entanto, ao mesmo tempo parecia ser tão certa. Sem negar os meus instintos levei minhas mãos à sua bunda e empurrei seu corpo para a beirada da piscina a fim de que ficasse imprensado ali e eu pudesse aproveitar um pouco mais daquela menina.

Nosso beijo continuou de forma calorosa e eu quase não consegui afastar minha boca da dela. No entanto, precisávamos de ar e somente por isso eu me afastei de Samantha. Só que assim que me vi longe dela, eu senti um pouco de arrependimento.

Soltei seu corpo e me mantive longe. Logo sussurrei, mas alto o suficiente para ela escutar.

— Acho que não deveríamos ter feito isso.

Percebi pelo meu olhar de soslaio que Samantha me encarava, porém nem a encarei para lhe dar algum tipo de satisfação.

Saí da piscina e segui para o meu quarto, completamente molhado, deixando rastros de água por onde passava.

Era melhor me afastar um pouco, para entender tudo que acontecia com minha mente, do que ficar e chatear ainda mais aquela menina.

Eu não queria que ela se sentisse mal e nem eu mesmo queria estar sentindo aquilo, no entanto só conseguia pensar que talvez eu estivesse fazendo algo contra a memória de Ana Carolina, o que era burrice, mas eu precisava de um tempo a sós, para colocar minha mente em ordem.

Cheguei em meu quarto e preferi tomar um banho para refrescar a cabeça. Não sabia como agir depois do que aconteceu, porém iria colocar a mente no lugar e depois pediria desculpas a Samantha por tê-la deixado daquele jeito na piscina.

Só depois...

No momento, só precisava reviver um pouco dos meus demônios para poder perceber que não havia feito nada de errado.

Droga!

Eu não sabia o que fazer, mas iria descobrir o quanto antes, para não deixar aquela menina na mão, já que assim que entrei debaixo do chuveiro, havia tomado uma decisão, eu queria experimentar aquilo de novo.

O beijo parecia ter renascido algo dentro de mim e com os pensamentos em ordem, eu soube que não tinha feito nada errado.

Iria repetir tudo com Samantha, pois estava mais do que claro que o meu maior divertimento naquele navio, era aquela menina e eu a queria para mim, completamente para mim.

A Filha do Meu Sogro - DegustaçãoWhere stories live. Discover now