Capítulo 4 - Lento

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Ucker estacionou o carro a um bloco de distância do campus e os cinco caminharam juntos até a festa. Ao chegarem, as coisas já estavam bastante animadas. A festa acontecia em um enorme gramado. No meio dele, havia um aglomerado de gente que dançava e bebia ao redor da tenda principal, que abrigava as caixas de som. Perto do portão de entrada estavam algumas cabines de banheiros públicos e uma tenda improvisada onde vendiam bebidas. Fora isso, podiam-se encontrar alguns bancos de concreto espalhados nos cantos, mas eram poucos. Já do lado de fora do portão, vários ambulantes vendiam bebidas e cigarros para aqueles que ainda não haviam entrado na festa e que não queriam pagar tão caro comprando coisas na tenda de dentro da universidade.

Os cinco entraram na festa animados e foram dar uma volta entre as pessoas para apresentar o espaço à Annie. Toda hora Poncho e Ucker encontravam amigos da atlética e paravam para cumprimentá-los. Depois da "tour", os cinco resolveram encontrar um lugar bom para ficar - suficientemente perto do som, mas nem tão dentro do amontoado. Assim que pararam, Annie conferiu seu celular.


Annie: O Chris acabou de me mandar uma mensagem. -Ela falava alto por conta do som. -Eu vou encontrar ele ali na entrada e o trago pra cá, ok? Não saiam daqui.

May: Pode deixar, vamos ficar te esperando.

Poncho: Eu vou com a Annie, assim aproveito e pego umas bebidas pra gente lá perto do portão. Voltamos logo.

Ucker: Valeu, Poncho! Pode caprichar nas bebidas. -Ele esfregou as mãos.


Assim que May, Dul e Ucker ficaram sozinhos, Dul tirou um cigarro do bolso para fumar e Ucker começou a escanear seu entorno em busca de alguma mulher atraente com quem puxar assunto. May esperou calmamente até Poncho e Annie desaparecerem do campo de visão dos três para encurralar os amigos com uma conversa séria.


May: Olha, pessoal, eu vou ser direta, porque daqui a pouco a Annie e o Poncho vão estar voltando. -Ela aproximou os dois com as mãos e tentou ser o mais firme possível em suas palavras. -Não é pra vocês se meterem com a minha prima, tá bem? Não quero saber de mensagenzinhas, elogios, favorzinhos... A minha prima tá fora dos limites para vocês.

Dul: Ei, que isso? -Ela deu uma risada nasal. -A gente tá com a moral baixa assim com você?

Ucker: É, o que te deu, May? -Os dois tinham expressões de divertimento no rosto porque nunca tinham visto a morena falar daquele jeito. May era sempre muito doce e tranquila. O lado de "quase-irmã-mais-velha-e-superprotetora" era uma novidade que Dul e Ucker ainda não sabiam como levar a sério.

May: Eu não estou brincando, gente. Vocês sabem que eu amo os dois, mas se vocês machucarem a Annie, eu acabo com a raça de vocês. -Dul e Ucker comprimiram os lábios evitando uma risada. -Não é pra rir! Estou pedindo que, pela nossa amizade, deixem a minha prima em paz.

Ucker: Tá bom, May, desculpa. -Ele se esforçou para manter uma expressão neutra. -Prometemos que não vamos fazer nada. Não é, Dul?

Dul: Claro, claro. -Ela retribuiu o tom.

Ucker: E, pra minha defesa, eu realmente só estava tentando ser amigável. Não sou louco de botar em risco o nosso grupo só por uma ficada.

Dul: É, May, não se preocupa. Tenho certeza que posso falar pelo Ucker que nada passou da intenção da amizade entre a gente.

May: Tá bom... -Concordou ainda um pouco desconfiada.

Ucker: Não tenho culpa se as mulheres acham um charme esse meu jeitinho. -Ele brincou e May sentiu seus olhos revirarem até o crânio.

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