Capítulo 2

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Estava chovendo quando Selene embarcou na carruagem, seus pais falaram que ela tinha que passar um tempo em Londres, obviamente a moça não gostou. Selene era uma jovem rica e mimada, e sabia disso, nunca fez escandalos quando alguém apontava esse defeito. Na maior parte do tempo ela estudava, seu quarto estava decorado por livros de diversos idiomas, ela passava horas lá dentro. Sua mãe não gostava do fato da sua filha ter vinte e seis anos e não ter se casado ainda, sendo que Selene era belissima, sua mãe não entendia. Selene vivia nas histórias que lia, onde todas eram compostas por romances impossiveis, ela não queria um romance impossivel... Ela queria ser amada e amar também, era dificil, como casaria sem amor? Selene só amou uma pessoa em sua vida, e ele a deixou.

Ela amava a casa no campo que morava com sua familia, costumava caminhar todos os dias pelo jardim, costumava deitar na grama para ler, também. O pai de Selena andava misterioso e cheio de segredos, mas a jovem cofiava em seu pai e sabia que ele nunca faria algo imprudente ou egoista.

Londres fedia. Era um lugar cheio de ratos, e ela não se referia aos animais... Assim que chegou na residência de sua familia, recebeu uma série de cartas da governanta. Havia convites para peças de teatro, bailes, chás e até casamentos. Selene apanhou aquele bolo de cartas e jogou na lareira.

- Madame! Por que fez isso?- Perguntou a governanta, uma jovem senhora de cabelos loiros e olhos claros. 

Selene se jogou na poltrono e respondeu.

- Eles não vão sentir a minha falta.

Rose, a governanta, ficou boquiaberta. 

Selene foi para seu quarto, escolheu um dos livros que havia trago e leu. Mas antes, colocou sua camisola favorita, ela era de seda pura.

Os ricos só convidavam outros ricos por conveniência, todos convites que Selene recebeu não passavam de armadilhas, para que ela se prendesse nas teias imuldas daquela gente hipócrita.

Selene tinha dois irmão mais velhos, eles já estavam casados e cheios de filhos. A mãe de Selene era vulgar e maldosa, já o duque... Ele era bondoso e gentil. Selene nunca entendeu a razão pela qual seu pai se casou com uma mulher como sua mãe.

As horas se passaram, Selene sentiu fome e foi até a cozinha, apenas vestiu um roupão. Quando se aproximou da sala de jantar, ouviu as empregadas fofocando.

- Ah, estão dizendo que o filho do velho visconde voltou. - Disse uma.

- Pobrezinho, deve ser duro saber que o próprio pai matou a sua mãe...

Selene entrou na cozinha de vez, havia cinco empregadas, quando á viram ficaram mudas. Selene se aproximou, e ordenou que todas contassem a fofoca.

- Madame, antes de tudo devo dizer que fizemos todos nossos serviços.- Disse uma, era a mais jovem e tinha cara de assustada.

- Fale logo!

- Christopher Hendersen está de volta.

Selene estava com uma xícara de chá na mão esquerda, ao ouvir aquele nome, espantou-se deixando a xícara cair e quebrar em centenas de pedacinhos. Rapidamente uma das empregadas levantou para limpar o chão, enquando Selene se sentava na cadeira.

- A senhorita está se sentindo bem?

- Isso não importa, prossiga.

A empregada prosseguiu.

- Dizem que ele voltou para o velório do pai.

- Ele morreu? - Perguntou Selene, com os olhos arregalados.

- Não, mas está acamado a meses. Concerteza está com os dias contados.

Selene ficou pensativa. Ela lembrava dele, principalmente do sorriso e dos olhos verdes, ela lembrava de tudo. A voz dele costumava asombra-la por onde ela ia, ela sempre quis saber sobre ele, mas depois de um tempo parou de perguntar sobre seu paradeiro.

- Meu Deus! Preciso ir até lá. Preparem a carruagem.

Selene levantou bruscamente e foi até seu quarto, deixando as empregadas falando, quando uma delas tentou impedi-lá, ela ameaçou demitir.

Não havia vestido ideal, ela não sabia o que vestir, a sensação era terrivelmente desesperadora. Preferiu optar pelo básico, arrumou os cabelos e foi. 

No meio do caminho pensou em desistir e voltar, mas ela precisava fazer aquilo. Não tinha explicação, ela sentia falta dele e queria saber se eles estava bem, talvez ele estivesse casado... Mas não importava, visto que sempre foram amigos e nada mais.

Uma breve história de nósWhere stories live. Discover now