—A minha filha, ela tem o mesmo tipo sanguíneo do pai, mas ela tem apenas 3 anos.

—Tem mais alguém?

—Eu.

Fala Allyna, olhamos pra ela.

—Você?

—É, eu também sou O-, eu posso ser a doadora.

—Tudo bem, então vamos.

—Maggie, pode ir comigo, eu tenho medo de agulhas.

—Eu vou sim querida, vamos lá.

Seguimos o doutor, vamos até uma sala, ele chama uma enfermeira.

—A enfermeira vai colher seu sangue, eu volto logo.

Ele sai a enfermeira faz várias perguntas para Allyna que responde tudo.

Na hora de tirar o sangue, percebo a enfermeira nervosa, Allyna percebe também e fica mais nervosa ainda, me sento ao lado dela e seguro sua mão.

—Tá tudo bem querida, relaxa.

Mas com a enfermeira tremendo, era difícil ela relaxar.

—Você tá bem para fazer isso?

Pergunto pra ela.

—Me perdoe senhora, é que é meu primeiro dia e como o hospital tá cheio, não tem mais enfermeiras disponíveis para isso.

—Não, tá tudo bem, é normal isso, no meu primeiro dia de residência, minha preceptora me fez tirar sangue de um paciente, eu também estava nervosa, quer que eu faça isso pra você?

—Você é médica?

—É o que diz meu diploma, mas não exerço a profissão, porém eu fiz muito isso nos últimos meses, me dê um par de luvas.

—Não sei se eu posso fazer isso, senhora.

—Só vão saber se você contar, só tem nós aqui, relaxa, você pode ficar com os créditos.

Ela ri, Ally também.

—Tudo bem.

Ela se levanta pega um par de luvas e me dá.

—Tranque a porta para ninguém nos pegar de surpresa.

Ela tranca a porta, coloco as luvas, preparo tudo, pego a bolsa para a coleta e converso com Ally.

—Não vai doer nadinha tá querida.

Ela concorda.

Procuro a veia dela, mas como ela é bem branca não foi difícil encontrar.

—Ei, não olha pra lá, olha pra mim tá, ou melhor, feche os olhos, confia em mim?

—Sim.

—Então feche os olhos.

Ela fecha os olhos, faço o que tem que fazer e vou falando pra ela coisas aleatórias, fazendo ela ficar o mais relaxada possível.

—Pronto, já coloquei o acesso.

—Sério, eu nem senti nada.

—Eu disse que não ia doer.

—Você faz isso parecer tão fácil.

Fala a enfermeira.

—O segredo é deixar o paciente mais relaxado possível, se ele estiver relaxado, você também ficará e será mais fácil.

—Eu admiro a sua calma, mesmo com seu marido mal, você me acalmou.

Fala Ally.

—Por que eu sei que ele vai ficar bem, graças a você, seu pai vai ficar bem.

—Vocês são mãe e filha, eu jurava que eram irmãs.

Eu e Ally nos olhamos e rimos.

—É que...

—É as pessoas dizem muito isso.

Falo cortando Ally, ela me olha, dou uma piscadinha pra ela e ela ri.

Algum tempo depois, já estávamos indo para a sala de Nik.

—Meu amor.

Falo quase correndo para a cama, assim que entro no quarto.

—Oi querida, eu tô bem.

—Por Deus, você me deu um susto enorme.

—Me perdoe eu fui pego de surpresa, não imaginava que teria mais alguém escondido ali.

—Não deveria ter deixado você.

—E correr o risco de você ser atingida, não, tá tudo bem, não foi tão grave, só perdi um pouco de sangue, mas acho que já vou recuperar.

Fala ele, então outra enfermeira entra no quarto com a bolsa de sangue e começa a transfusão, então ela sai.

—Obrigado Ally, por ter me salvado.

Fala ele olhando atrás de mim, Ally estava meio escondida.

—O que, como sabe eu nem disse que foi ela.

—Amor, eu sei que o tipo sanguíneo das minhas filhas é o mesmo que o meu, e Giulia não está aqui, então, só poderia ter sido ela.

Nós dois olhamos pra ela.

—Vem aqui querida.

Falo.

Ela se aproxima, meio envergonhada.

—A gente tem muita coisa pra conversar.

Fala ele.

—Eu vou sair e deixar vocês a vontade.

Falo me virando para sair.

—Não, fica.

Fala os dois juntos, em unissono

Me viro e os dois riem.

—Tá legal, eu fico.

Dou a volta e me sento na cama ao lado dele.

—Eu nem sei por onde começar, querida.

—Tá tudo bem, eu também não.

—Só quero que saiba que eu sinto muito, muito mesmo, por tudo que passou em todos esses anos, e eu...eu me sinto culpado por...por não ter visto que ainda estava viva e...e eu...eu sinto muito.

Infiltrada - Atentado Em MoscowWhere stories live. Discover now