Capítulo 31

6.9K 743 198
                                    

Nikolas

CINCO ANOS DEPOIS

— Mais dez minutos, amor, e eu estou pronta.

— Já é a terceira vez que ela fala isso.

Olhei para a pessoinha que estava no meu colo, e fiz uma careta, o que a fez rir.

Precisamos de mais quinze minutos para que Helena ficasse pronta de fato, mas quando surgiu na minha frente, toda a espera havia valido a pena.

Ela usava um vestido em um tom de azul Royal, que ia até a altura dos pés, e abria uma fenda da coxa até embaixo. O decote era enorme, o que realçava os seios perfeitos e dava um destaque para o colar que usava com um pingente de rosa. O cabelo estava solto, caindo em cascatas sobre seu corpo. A maquiagem era um pouco discreta, mas realçava tudo o que precisava.

Mas o melhor era o seu cheiro. Ela usava o seu perfume, encanto de flor, que aliás, havia sido um sucesso de lançamento, e depois de ter exportado o La Bela, que estourou em todo o mundo, havíamos trabalhado nele também e estava ganhando o gosto de muitas mulheres, encaminhando-se para ser o meu maior lançamento.

— Desculpa a demora. Mas agora estou pronta.

— Eu esperaria o tempo que fosse para ter essa visão do paraíso.

Peguei sua mão e a rodei, olhando para todo o seu corpo enquanto segurava a criança com a outra mão.

— Você é sempre muito exagerado.

— Você que é muito linda.

Puxei-a para um beijo enquanto risadinhas preenchiam nossos ouvidos. Quando nos afastamos, olhamos para baixo, vendo o sorriso banguela de nossa filha, que estava prensada entre nosso corpo.

Rosa era uma garotinha adorável e sorridente. Tinha oito meses de vida, e já era a razão da minha vida, junto com sua mãe.

— Porque vocês ainda estão parados ai? Já virão a hora? Estão atrasados.

Andréia entrou no quarto colocando ordem, como sempre.

— Já estamos indo. — Passei por ela, depositei um beijo no alto de sua testa e saí pela porta, levando minha filha junto, mas não deixei de ouvir Andréia elogiando Helena e ela retribuindo enquanto me seguiam para fora.

Teríamos um evento aberto na cidade naquele dia. A inauguração de mais uma loja da minha franquia. E eu estava nervoso, não poderia negar.

Assim que chegamos ao local, estacionei o carro e Helena saltou com Rosa nos braços e foi acompanhada por Andréia até Flávia, que estava acompanhada de André.

Sim, o médico. Ela insistia que não estava rolando nada entre eles. Mas mesmo assim, já tinha tido uma conversa séria com o sujeito, deixando as coisas a limpo, e disse que se magoasse a minha amiga, ele teria que se acertar comigo. Talvez fosse por isso que os dois não assumiam um relacionamento publicamente. Mas eu só queria a felicidade da minha amiga, e se aquele homem fosse o que ela queria, eu estaria muito feliz.

Abri um sorriso quando Zé correu em minha direção, pulando em meus braços. Eu quase não o aguentava mais. O menino com dez anos, estava do tamanho da mãe. O que não era muito difícil.

— E aí, menino, organizou tudo pro dindo?

Olhei ao redor, reconhecendo a maioria dos rostos. O evento era em uma praça aberta, já que a loja ficava próxima a ela. E havia muitas pessoas presentes. Mais até mesmo do que eu imaginava.

Depois de tudo o que havia me acontecido, comecei a sair mais, e as pessoas começaram a ser receptíveis à minha presença. Fiz até vários amigos na cidade. Hoje, cinco anos depois, ninguém me ligava à Fera, que um dia quase virou lenda.

A Herdeira e a FeraМесто, где живут истории. Откройте их для себя