🚭Beleza e crueldade🚭

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"Meu pai, peço que assim como tem feito todos os anos continue a proteger a vida dos homens desse vilarejo

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"Meu pai, peço que assim como tem feito todos os anos continue a proteger a vida dos homens desse vilarejo. Perdoe seus pecados, os ajude na boa colheita e os abençoe com suas graças. Proteja-os do mal pois seus corações são fracos e suas cabeças enganáveis. Me der foças para cumprir meu dever, não só com o senhor mas também com os humanos. Que eu, seu humilde servo e anjo seja capais de cumprir suas expectativas." Ajoelhado perante a grande estatua de um dos grandes arcanjos, eu termino minhas orações, sozinho...

- Eu não esperava que um lugar tão pequeno e pacato como este vilarejo teria uma igreja tão bela. - Disse o homem que se aproximou em silencio por minhas costas durante minhas orações.

Por um momento paraliso com sua beleza. Seus olhos azuis tão surreais quanto as asas em minhas costas me encantam mais que seu completo cabelo esbranquisado. - Qual seu nome? - Em transe é a única coisa que me vem a cabeça.

O albino me estendeu uma de suas mãos para me ajudar a levantar de onde orava. - Por que não me diz o seu? - Perguntou assim que aceitei sua ajuda.

- Sou Itadori, Itadori Yuji...

- Anjos realmente possuem lindos nomes.

Já de pé consigo o encarar perfeitamente.
Bom... Ele é mais alto do que parece.

- Você me assustou. - O avisei um pouco constrangido. - Como conseguiu se aproximar sem que eu percebesse?

Olhava em meu rosto como se analisasse minha alma por meus olhos. - Possuo muitos talentos. - Gabou-se. - O observei se afastar e sentar-se em um dos vários bancos vagos da igreja. - Venha. - Me chamou para me sentar ao seu lado. - Estamos em um domingo de manhã, normalmente não é hoje que velhinhos de todas as partes vem para orarem.

O jeito que o mesmo falou me tira algumas risadas. - As pessoas desse vilarejo não são das mais religiosas.

- Nem os velhinhos? - Brincou ao fazer uma careta preocupada.

- Nem os velhinhos. O único que vem aqui é um padre de outra cidade, e ele só pode vir de tempos em tempos.

- E por que continua aqui? Acredito que tenha outros lugares onde anjos como você seriam mais louvados. - Ele tem razão...

- Mas eu não faço isso para ser louvado ou glorificado.

- Então é um anjinho muito estranho, Itadori.

Novamente ele consegue me tirar algumas risadas. - Fasso isso porque gosto deles, gosto dos humanos. - O homem arqueia uma de suas sobrancelhas para mim. - Antes de ser designado para esse vilarejo passei por vários, todos estavam bem e prosperando graças a sua fé.

- Escolheu esse pois era um desafio? - Parece curioso sobre minha resposta.

- Escolhi esse pois queria os ajudar. Se eu tivesse escolhido partir, em poucos meses eles teriam sido devastados por fome e pragas.

- Pragas recaem sobre os pecadores.

- Pecadores possuem perdão perante ao Pai.

- E algum deles já veio atrás do perdão? - Sua pergunta me cala.

A verdade é triste, mas não consigo me ver desistindo deles.
Humanos são assim... Certo?

Sinto sua mão pesar em minha cabeça. - Não fique triste , ok? - Ele bagunça meus cabelos em um carinho. - Itadori parece ser um bom garoto, faça o que achar certo.

Seu gesto me anima novamente. - Ok. - O respondi com um sorriso.

Se soltou de minha cabeça e voltou a encarar a estatua a nossa frente. Seu rosto sereno e seus olhos encantadores me fazem despertar uma curiosidade. - Por que veio a igreja? - Minha pergunta o pega desprevenido o fazendo virar a cabeça para me olhar.

Ele sorrir. - Achei que fosse um bom lugar para que eu pudesse confessar meus vários pecados... Realmente são muitos.

Sua resposta me deixa em silêncio por um tempo.
- Pode confessar... Não a nada que o senhor não possa perdoar.

- Tem certeza?

- O senhor perdoa a todos.

Seu olhar recaiu - Eu gostaria de acreditar no que fala, Itadori. - Sua voz pesou e como dos humanos que já vi em situações parecidas meu coração se apertou. - Nesse mundo existem pessoas como você, e pessoas como eu... Bem e mal, sol e lua...

- Mas também existem os eclipses e o chamado equilíbrio! - Ele sorriu ao ouvir o que eu disse.

- O jovem Itadori é um anjo apesar de tudo... - Algo em seus olhos parecia me atrair, me senti uma presa diante de sua beleza e de sua encenação, algo tão belo não poderia ser tão mau, mas também não poderia ser humano... - Posso o visitar mais vezes?

- Eu adoraria, mas... Você é um demônio, certo? - Um novo sorriso recai em seu rosto, um sorriso que diz por si "Opa, fui descoberto". - Não pense que eu o odeie por isso, minhas crenças não afetam meu julgamento, mas minhas bençãos estão por esse lugar, não quero que se machuque. - Peguei em uma de suas mãos e não vacilei em encarar seus olhos, quero que saiba que realmente gostei de sua pessoa.

Ele relaxou os ombros e se jogou para trás no banco de madeira, passou a percorre com os olhos o teto de gesso enquanto mantia seu sorriso no rosto. - Anjos não mentem afinal. - Seu olhar não chega em mim e ele simplesmente se levanta me dando a vista de suas costas.

- Itadori. - Profere meu nome o mais calmo possível. -  Como soube que eu era um demônio?

Levantei-me e com um sorriso como o seu caminhei até ficar sua frente. - No céu crescemos aprendendo que todos os demônios são excepcionalmente belos e cruéis, eu sempre acreditei que seres e coisas tão belas nunca poderia ser somente feitas de maldades... O senhor me fez lembrar isso.

- "O senhor"? - Ele riu. - Fico feliz em saber que Itadori ache isso, até mesmo sobre mim...

- Não irei o perguntar seu nome, pois sei o quanto eles são importantes para os demônios, mas realmente não o machuca continuar em um ambiente em que a áurea de um anjo predomina.

Se aproximou e repousou uma de suas mãos sobre minha cabeça em uma forma de afeto. - Itadori é um jovem anjo, precisará viver por muitos mais anos para algum dia chegar perto de poder me machucar.

- Realmente o senhor é tão forte assim?

- Possuo cara de demônio mentiroso? - Me lançou uma piscadela seguida de um sorriso convencido.

Meu Puro 🍁Demônio🚭 (Itadori X Gojo)Onde histórias criam vida. Descubra agora