4. Má notícia

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Fechei os olhos e duas lágrimas rolaram pelo meu rosto, eu estava a beira de uma crise que pareceu reduzir drasticamente com aquele simples carinho. Nossas línguas se tocaram, fazendo todos os meus pelos eriçarem intensamente. Jason deu um leve puxão em meus cabelos e eu apertei seus ombros, deslizando minhas mãos em volta de seu pescoço. Rompemos com alguns selinhos molhados, e ele encostou a testa na minha, limpando minhas lágrimas delicadamente com os polegares.

– Desculpa. – pediu ele, em tom baixinho, e abri meus olhos, encarando os seus – Achei que se arrependeria de ontem quando se acordasse, não... Eu não quis ser um babaca. Foi mal, pequena.

– Se você tivesse perguntado, antes de sair me dando ordens para me vestir e vir embora, eu teria dito que não me arrependi. – acariciava os fios dourados de seus cabelos, sentindo aqueles olhos caramelados praticamente me engolirem – Não do que fizemos, mas talvez... Talvez pelos motivos que fizemos.

– Eu não entendi. – ele cerrou o cenho, e suspirei pesado.

– Eu estava com raiva do Jordan, na verdade ainda estou. Acabei usando você só pra descontar o que ele me fez sentir. – expliquei, da forma mais sincera que pude – Isso não foi certo, nem justo da minha parte.

– Bom, não é como se eu fosse a virgem Maria nessa história, Lizzie. – ele sorriu de canto, puxando o meu queixo só um pouquinho mais pra perto – Para a sua informação, até gostei de ser usado.

– Não seja idiota! – toquei carinhosamente em sua mão – Acho que preciso de um tempo, Jay, para colocar as coisas em ordem outra vez.

– Imaginei que diria isso. – ele acariciava minha bochecha delicadamente com o polegar – Só tenta não se culpar por ontem, tá legal? O que rolou entre a gente, foi divertido pra nós dois, é o que importa. E, quanto a sua amiga... Não tinha como ninguém prever um acidente.

– Ela vai ficar bem, não vai? – senti as lágrimas preencherem meus olhos novamente, lembrando de como Rose estava mal ontem.

– Eu... – Jason soltou a respiração com força – Realmente não sei, mas acho que você tem que entrar para descobrir, não é?

Ele me soltou, apontando com os olhos para a porta de entrada daquele hospital.

– É. – engoli em seco, ao olhar brevemente na mesma direção por cima do ombro.

– Você vai ficar bem? – suas sobrancelhas arquearam.

– Acho que vou sim, meus pais já estão a caminho agora. – ajeitei a mochila sobre o ombro – Obrigada mesmo, Jay.

– Qualquer coisa, é só me ligar, Liz, e eu juro que volto no mesmo segundo. Tá legal? – seu olhar parecia mesmo preocupado, e eu acho que aquilo era reconfortante nesse momento.

– Tá. Não se preocupe comigo. – forcei um sorriso, limpando as lágrimas nos cantos dos olhos antes de abrir a porta do carro – E se cuida.

– Até mais, pequena. – ele girou a chave na ignição, e eu logo desci.

Nos despedimos com acenos de mãos, até que eu me virei, seguindo em passos temerosos para dentro do hospital, era o mesmo onde Jordan havia sido internado. Mas, pelo que Emily me disse, Rose estava em uma ala diferente da dele e, dessa forma, eu não teria de vê-lo. Era melhor assim, eu não queria ter de lidar com tudo de uma só vez, pois eram muitas coisas, e bem pesadas.

Ao chegar à recepção, a moça me encaminhou à sala de espera, Emily e algumas outras meninas também estavam ali. Mais a frente, os pais de Rose conversavam com um médico. Então, eu resolvi indicar a ala onde estava para os meus pais, eles pareciam bem nervosos e preocupados quando liguei um pouco mais cedo, por conta do meu sumiço de ontem a noite.

Meu Doce Anjo Devasso (Livro 2)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora