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Natasha Romanoff pov

Passar noites em claros, era algo  que eu estava acostumada, era comum para mim, mas passar a noite em claro, ouvindo Wanda chorar ou ter pesadelos, era algo pertubador. 

Eu nunca soube como consolar alguém, e nem nunca fiz questão de fazê-lo quando alguém precisasse, mas deixar-la ali sozinha, parecia o pior a se fazer no momento. 

Minha perna estava estremamente dolorida, e Wanda dormia praticamente agarrada a mim, como se eu fosse o último bote salva vidas no mar. Seu rosto estava escondido em meu pescoço, suas mãos seguravam minha camisa e nossas pernas estavam entrelaçadas, quase dando um nó. 

Nunca imaginei que minha assistente, que cá entre nós, era estranha demais e animada demais, na verdade era alguém com traumas. 

Por fora, ela estava sempre feliz, demonstrando alegria, mas por dentro era um mar de tristezas e lembranças amargas.

O mais estranho, é essa necessidade que sinto de reconforta-la e cuidar dela. 

Fechando os olhos, afastei esses pensamentos. Eu não podia, eu sabia que não podia. Nasci para ficar sozinha e sei disso. Mas então, o que era essa estranha e repentina vontade de cuidar dela? 

Bom, essa é uma pergunta a qual não quero resposta.

Olhando Wands, ainda agarrada a mim, respirei fundo, contendo a vontade de abraça-la. 

Não faria isso comigo, e muito menos com ela, Wanda não merecia isso. 

Com no mínimo uns dez minutos de muito esforço, consegui me ver livre de seus braços ao meu redor. 

Em silêncio, a cobri de volta. Caminhei até o banheiro, ainda com certa dificuldade por conta de minha perna e depois de fazer minhas higienes pessoais, sai do quarto, dando de cara com a minha mãe.

-Querida, sei que não é da minha conta, mas não consegui dormir esta noite. A casa inteira ouviu os gritos de Wanda a cada trovoada, ela esta bem? 

-Esta, ela tem medo, trauma na verdade- Respondi caminhando até a escada com minha mãe. 

-Ah, pobrezinha, me lembra a época em que você tinha medo de escuro. Mas você cuidou dela certo? 

-Por quê a pergunta? 

-Ora, são esses momentos em que mais precisamos de quem amamos. 

-Se eu disser que cuidei dela e passei a noite em claro por ela, não irá mais fazer perguntas sobre a noite passada?  Não quero mais comentários, por Wanda, ok? - Ela sorriu carinhosa. 

-Estava cuidando dela até agora? E não se preocupe. -Garantiu.  -Como esta sua perna? 

-Bem-Respondi simples.

Caminhamos até a sala de jantar e todos estavam na mesa tomando café da manhã. 

Senti olhares curiosos sobre mim, mas ignorei. 

-Bom dia- Saudei me sentando. 

-Bom dia filha, esta tudo bem? - Papai me olhou preocupado.

-Sim. Por quê não estaria? 

-Talvez porque ninguém conseguiu dormir durante a noite, com sua noiva berrando.- Steve respondeu por meu pai, tomando seu suco calmamente. 

-STEVE! -Minha mãe repreendeu.

-Olha Steve, eu só não levanto dessa cadeira e te arrebento por respeito aos demais, mas sugiro que pense bem antes de vir falar merda sobre minha noiva, porque da próxima vez eu faço você engolir esse copo.  

Minha Adorável Chefe Tirana Onde histórias criam vida. Descubra agora