13 - They'll find me.

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Luke

- Eu avisei-te! - Andrew barafusta, dando um murro bastante suave na secretária. A mesma vibra, por estar já pesada com os materiais que tínhamos sobre esta. Ele olha para mim, com aqueles olhos castanhos, onde o cansaço já começava a ser notório. - Eu avisei-te, Collins. Manter a informação escondida da Athena foi uma péssima ideia! - Ele resmunga bem junto do meu rosto, mas eu não sou capaz de me pronunciar.

Trevor agarra o amigo, pedindo que se acalme. Mas Andrew tinha razão. 

Ele tinha-me avisado, sim. E eu devia ter dado ouvidos. 

Athena sabia que estávamos a trabalhar nas costas dela - pelo menos, ela desconfiava. Talvez não quisesse acreditar no próprio instinto. O instinto dela era o que a tornava tão boa no seu trabalho. 

- Não adianta começarmos a colocar as culpas uns em cima dos outros. - Trevor diz, após ser capaz de acalmar o amigo. Andrew suspira, esfregando o rosto em frustração. - O melhor que temos a fazer é encontrar o teu carro, Luke. Sabendo como ela é, o mais provável é a esta hora, já ter retirado o localizador que tinhas no carro. - Encolhe os seus ombros esguios, sentando-se depois na cadeira junto da secretária. 

Os seus dedos abrem o computador portátil, pelo que ele tecla qualquer coisa no mesmo. Aproveito esses minutos para retirar um cigarro do maço de tabaco que tinha no meu bolso, acendendo o mesmo. Olho para o irmão da loira. 

- Tu tinhas razão, Andrew. - Digo-lhe, vendo-o olhar para mim. - Tinhas razão, devíamos ter contado à Athena, independentemente de a querermos a trabalhar junto de nós ou não. - Dou um bafo no cigarro, expulsando depois o fumo em direção da janela.

- Os teus pedidos de desculpa sempre foram uma merda, Collins. - Ele comenta, soltando depois uma gargalhada. Esboço um sorriso brincalhão, abanando a minha cabeça. - Ela não pode ter ido muito longe... - Ele diz, mas logo Trevor ergue a sua mão, fazendo-o parar de falar.

- Malta... - Ele diz, erguendo o olhar para longe do computador, na nossa direção. - Algo não está certo.

- Como assim? - Pergunto, apagando o cigarro imediatamente, para me dirigir a Trevor.

O desespero já crescia no meu peito. Eu tinha montes de inimigos, fazia parte do trabalho. Ainda para mais agora, que andávamos atrás de Hale. 

Será que a alguém a apanhou? Será que ela só criou uma distração?

- O carro está parado no cruzamento. - Diz Trevor, virando o computador para mim. - Não é só o localizador... - E clica numa tecla, mostrando-nos então as câmaras de vigilância que havia no bairro. 

As câmaras mostram então o meu carro, no meio do cruzamento, completamente destruído e abandonado no meio da estrada. 

Não. Não. Não. Isto não pode estar a acontecer.

- Merda! - Grito, em pânico. 

O desespero aumenta no meu peito. Parece que o meu coração me vai sair pela boca, de tão mal que me estou a sentir. A minha cabeça torna-se demasiado barulhenta para me conseguir concentrar e tudo à minha volta se torna escuro. 

Athena. Athena. Athena.

O meu subconsciente está a alertar-me que pode ser uma armadilha, mas já é tarde demais. Já me encontro no meio da estrada, na mota de Neil, a seguir o caminho que Athena fez, já no limite de velocidade. Não me importava se eles vinham atrás de mim, eu só desejava que Athena estivesse ainda dentro do carro.

Travo a mota, mal avisto o carro, para sair de cima da mesma. A imagem do meu veículo completamente destruído entra na minha mente e eu rezo para que Athena esteja viva. 

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