Capítulo 02

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Conrado Miller

Horas depois

O dia já havia amanhecido, nós transamos a noite toda em todos os cômodos da casa. Kathy é um vício que cada vez mais quero me afundar, o meu vício.

- Amor? - ela me procura pelo quarto.

Estou sentado na varanda de nossa casa vendo aquela grande floresta em minha frente. Consigo sentir o ar gelado do dia indo embora aos poucos, sei que hoje o dia vai ser quente.

- Acordou cedo - ela diz vindo sentar-se em meu colo.

Seguro sua cintura com firmeza trazendo-a para mais perto de mim, ela se aconchega no meu peito manhoso.

- Estava te observando, acho que peguei pesado ontem – digo a observando com medo de ter a machucado.

Vejo seu rosto ficar com uma coloração avermelhada. Depois de anos ela ainda sente vergonha das minhas palavras. Kathy sempre foi uma moça de família, depois de tivemos sua primeira vez ela ficava chocada com minhas palavras safadas e impuras para seus ouvidos.

- Eu estou bem, gosto quando você me pega forte - ela diz enterrando seu rosto em meu pescoço, enquanto eu solto uma risada.

- Eu sei que gosta. — Respondo beijando sua testa.

— Você me fez uma impura — ela sussurra.

— Gosto de saber que fica excitada com as minhas palavras, esposa. — Falo sorrindo. — Mas lembre-se que apenas eu posso ouvi-la dizer isso. — Digo possessivo.

— Sim, eu sei. — Ela fala tocando minha barba.

Resolvemos ir fazer nosso café da manhã, quando nos casamos resolvi morar afastado da nossa cidade, sei o quanto minha mulher é bela, meus ciúmes iriam ficar incontroláveis se visse algum daqueles vermes perto dela. Kathy não gostou muito de se afastar de sua avó, mas eu a convenci que amava a vida na floresta e ela como uma mulher amável aceitou de bom grado a morar aqui comigo.

- Vou ir ao mercado comprar algumas coisas para o almoço - falo enquanto vou calçar meus sapatos.

- Eu vou junto, tenho algumas coisas para comprar - ela diz com um certo receio me encarando esperançosa.

Respiro fundo tentando me controlar ao máximo, não queria assustá-la logo de manhã.

- Já conversamos sobre isso Katherine, você não irá sair dessa casa. — Falo sério a olhando em repreensão.

Ela me olha com aqueles olhos de pidona, quando casamos eu deixei bem claro para Kathy como as coisas seriam dali pra frente ela nunca ficou no escuro sobre tudo que sentia por ela. Ela sabia com quem havia se casado.

- Mas amor... — ela fala chateada. A corto antes que comece.

- Mas nada Kathy, você sabe... - ela me corta.

- "Meus ciúmes não permitem que você tenha total liberdade" - ela repete com a voz grossa tentando me imitar o que sempre falo. - Mas eu quero ir ao mercado e comprar o que tenho vontade – fala cruzando os braços em frente ao corpo indignada.

- Pode fazer uma lista para que eu compre tudo – falo o obvio para mim.

- Não é a mesma coisa Conrado, sabe disso. Além do mais, estou com saudades da minha avó - argumenta.

Sei que afastei da sua casa, porém era necessário para vivermos apenas nos dois, em paz.

- Você não vai Katherine - digo com pulso firme.

Começo a ver seus olhos marejados, sei que eu a prendo muito, mas é para o seu próprio bem, sei como fico quando estou com ciúmes. Não quero ter outro surto, não agora que estávamos indo tão bem.

- Tudo bem-diz virando e indo até a cozinha com as lagrimas descendo em seu rosto rosados.

— Não chore minha vida, já conversamos sobre isso. — Falo passando a mão nos meus cabelos.

Respiro fundo tentando não fazer o que estou pretendendo, o que não resolve muita coisa já que não resisto àquela carinha. Ela sabe exatamente onde me atingir.

- Você vai comigo, se algum marmanjo ficar com gracinha com você vamos embora na mesma hora - falo vendo-a voltar saltitante.

— Eu te amo. — Ela fala e beija meus lábios.

— Eu te amo mais, muito mais. — Falo segurando seu rosto delicado em admiração.

— Não me desobedeça, Katherine, sabe das consequências. — Falo sério.

— Sim, eu sei. — Ela fala revirando os olhos e sai na minha frente rebolando.

Você é MinhaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora