24. Esperando.

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"Mas eu sinto falta de gritar,
brigar e
beijar na chuva."
Taylor Swift.

Noah.

Nem sei porque me ligam tanto ultimamente.

Talvez isso tenha uma resposta, a forma em que estou disposto a viver a partir de agora em diante. Agindo pensando em mim antes de qualquer um, cuidando melhor de mim mesmo e ignorando todos que querem me dar um ordem. Talvez, fosse o melhor a ser feito desde sempre.

Há um mês e meio indo para terapia. Isso faz muito bem, conselho de amigo. E também tendo a incrível companhia de Sina, ela tem me feito um bem danado, não é atoa que me apaixono pelo seu jeito cada vez mais.

Inclusive, estamos nesse exato momento saindo da academia. Ainda não posso forçar meu braço, mas não deixo de acompanhar minha garota nas suas atividades. E vale ressaltar, é a primeira vez na vida que vejo alguém ficar bonita até suada e cansada.

Efeito Sina Deinert.

— Estou tão cansada que poderia dormir por horas.

— Você pode, diferente de mim.

Ah, claro. Como pude esquecer.

A maioria das ligações que recebo são de Josh. Incontáveis mensagens pedindo desculpas, todas elas não vistas por mim. Parece estúpido e até infantil, mas eu precisava de um tempo apenas para mim.

— Vou pensar. O que você queria me contar hoje mais cedo? — Pergunta, segurando minhas mãos.

— Vou ver Josh hoje mais tarde.

Engulo seco, sentindo o nó na minha garganta. Só estou fazendo isso para deixar mamãe feliz e para acabar de vez com essa história que só vai me aborrecer se for estendida assim.

— Vou com você. — Sina diz.

Ela não vai voltar atrás.

Chegamos na portaria do prédio e nos mantemos em silêncio. No elevador, a garota para a minha frente e segura meu rosto com as duas mãos, não quero discutir com ela sobre como precisaria encarar meu irmão sozinho. No entanto, ela está sempre comigo e dessa vez não vai ser diferente, pelo visto.

— Você consegue, é só uma conversa.

— Me sinto tão envergonhado. — Confesso, encostando minha testa na sua. —, Como pode alguém ser tão burro e perdido como eu estava? Estraguei muita coisa.

Sina me cala colocando o dedo na minha boca fazendo sinal de silêncio.

— Você já sabe sobre ninguém ser culpado aqui. Entendeu? — Concordo. —, Agora vamos lá que você está suando muito, porquinho.

[...]

Às 20:45 parei em frente a casa da Sina esperando por ela, a garota saiu da casa exuberante. Usava uma saia preta colada até a metade das coxas e um cropped vermelho. Me deixando sem ar a cada passo que dava.

*ideia da roupa*

— Boa noite, Noah Urrea.

— Boa noite, Sina Deinert. Onde deseja ir senhora? — Entrei na brincadeira, arrancando um riso seu.

— Paris. — Respondeu, ainda sorridente.

— Aos seus comandos.

Esperei a garota vestir o cinto e dei partida, estava mais nervoso do que aparentava, mas era hora encerrar esse ciclo.

O restaurante ficava no centro da cidade, até onde mamãe havia dito, apenas ele iria. Meu coração martelava a cada segundo, Sina percebeu meu nervosismo e colocou sua mão sobre minha coxa, fazendo um pequeno carinho. Sorri tentando tranquiliza-lá. Estacionei onde combinado e pude ver Josh sentado em uma das mesas próximo a porta, não parecia muito diferente de mim pois estava chacoalhando sua perna e eu sabia que ele estava nervoso, o conhecia muito bem.

— Você pode ficar aqui, eu volto logo. — Asseguro.

Sina concorda. Se inclinando para beijar minha bochecha, fazia muito tempo que nós não nos beijavamos e meu lábios formigaram apenas com o pensamento.

— Boa sorte. Qualquer coisa trouxe meu soco inglês. — Diz.

Penso que é mentira até ver ela tirar o objeto da bolsa. Arregalo os olhos, sussurrando para ela guardar aquilo e saio de perto. Caminho até onde Josh está e me sento na cadeira a sua frente, ficamos em silêncio até Josh me encarar. Está com uma barba por fazer, mas acredito que ele gosta disso pois o deixa com aparência mais velha e madura. Coisa que ele não é muito, mas quem sou eu para discutir isso.

— Oi.

Aceno, como resposta.

— É o seguinte, me desculpa. De verdade, eu realmente não tenho muito o que falar ou se lamentar. Apenas fui uma pessoa horrível, em grandes dimensões e agi como uma criança em casos sérios, como no dia do acidente. — Quando não se importou se eu estava bem. Minha mente diz. —, Sei que fui o pior de todos os tempos com você, apenas... não soube reagir como um ser humano naquele momento. Você estava numa fase difícil e entendo que tenha visto minha esposa com outros olhos... algo assim. — Diz, franzino a testa na última fala.

— Ok. — Eu digo.

— Ok?

— Ok. — Reafirmo. — Não estou com raiva de você, até porque fiz muitas coisas erradas também. Me desculpe.

— Tudo bem, já entendi tudo. Você está melhor? — Pergunta, os olhos pousando no meu braço com a tala.

— Melhorando. — Respondo, me levantando e atraindo o olhar dele.

— Espera, Noah. Já vai ir? — Assinto. — Estamos bem então?

— Nunca estivemos mal.

Volto para o carro e encontro minha garota me encarando com o melhor de seus sorrisos. Ela pula nos meus braços, seguro em sua cintura e dou um beijo em seu rosto.

— Você foi bem. Agora vamos para casa, gatinho.

Sorrio com o apelido.

— Antes vou passar em casa pegar minhas coisas, gatinha.

Iríamos ficar uma semana em sua casa já que sua mãe foi numa viagem a trabalho e sua irmã estava curtindo as férias com a família em outro país. Obviamente não deixei de me auto convidar para ficar com a loirinha, já que ela sempre estava na minha casa e isso não iria mudar muito.

lovers | noartWhere stories live. Discover now