Capítulo 14 - Verdades Secretas.

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Deixando aqui dois links de música, que são citadas no final do capítulo.

Simply Red - Ev'ry Time We Say Goodbye.

https://www.youtube.com/watch?v=U72iffShLT8


Simply Red - The Air That I Breathe.

https://www.youtube.com/watch?v=H4sJw2sJXoI



Então esse era o famoso Bóris Monte Belo. E não é que o homem é um tipão? Cabelos levemente grisalhos, alto, porte atlético e um sorriso bem simpático. Estendi o braço e nos cumprimentamos. Ele emendou.

– Estava ansiosa pra te reencontrar.

– Me reencontrar?

– Hoje será o dia em que saberás muita coisa.

– E por que eu iria acreditar em você?

– Se você está aqui é porque eu tenho algum crédito. Venha comigo até o escritório.

Passei a segui-lo silenciosamente até o escritório. Quando entrei, percebi que era muito a cara dele. Todo em cinza e preto com alguns detalhes em branco. Ele fez sinal para que eu sentasse, foi até o bar e perguntou.

– Gostaria de uma bebida?

– Não, obrigada.

– Fique à vontade para pegar, pois vai precisar.

Ele sentou-se no sofá ao meu lado e cruzou as pernas elegantemente. Aproveitei para perguntar.

– De onde me conhece? Não me lembro de você.

– Bom, como eu disse, está na hora de você saber algumas coisas.

– Que coisas? – Perguntei ansiosa e intrigada.

– Acho que seu pai não falou que nos conhecemos desde a adolescência. Contou?

Como assim? Meu pai e o Bóris se conhecem há uns 20 ou 30 anos? Claro que estou pretérita com isso.

– Não. Ele nunca contou.

– Eu pensei que meus pais fossem pessoas de bem e que não iriam se opor, caso eu assumisse a minha homossexualidade. Acontece que eles vivem de aparências e acabaram me expulsando de casa. Ainda bradam aos quatro ventos que meu irmão é melhor que eu.

– E o que o meu pai tem a ver com isso?

– Ele me ajudou. Antes dos seus avós se mudarem para a Argentina, me deram abrigo e ajudaram com os estudos.

– E como retribuição, você quer tomar o haras da minha família? – Perguntei sarcasticamente.

– Eu chegarei lá ainda. – Também me respondeu sarcasticamente. – Eu e seu pai éramos muito amigos. Inclusive, ele me ajudou bastante na adoção da Aretha e do Marvin. Até a sua mãe ajudou muito.

– Prefiro não falar sobre ela.

– Mas tem algo que precisa saber sobre ela. Afinal de contas, ela é a principal causadora do fim da minha amizade com seu pai.

– O que sabe sobre a fuga dela? Tem a ver com isso?

– Vamos por partes. Também tem a ver com isso. – Ele tomou um gole generoso do whisky e voltou ao bar, pegando a garrafa e deixando na mesa de centro. – Eu adotei os meninos quando eles tinham 10 anos. Você tinha uns 5 ou 6 anos e sua mãe já tinha ido embora na época. Eu estava começando a colocar meu nome na escala dos empresários mais influentes graças ao nome da minha família. Fiz péssimos negócios na época e ainda coloquei dois bandidos em minha casa que fizeram aquela barbaridade com a minha menina.

Sob a influência do amorOnde as histórias ganham vida. Descobre agora