Egocêntrica, louca, inconsequente.
Há muitas palavras para descrever a filha mais velha da família Haruno, uma família regida por poder e dinheiro, algo que Sakura Haruno apreciava mais do que tudo. Não se importava com todos os negócios de seu pai...
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... Madara Uchiha.
Ah sim... Agora ela entendia da onde vinha toda aquela imponência, aquela aura esmagadora que apenas uma pessoa poderia ter, o filho mais velho de de Tajima, um velho amigo de seu pai que havia sido morto junto à segunda esposa numa emboscada meses atrás. Madara Uchiha era tudo, menos uma pessoa boa, ao escutar aquele nome ela soube que havia provocado alguém que não devia e o pior, o que ele havia tentado dizer?
Na realidade, ela não estava preocupada. Foi Madara quem a assustou, por isso ela o atacou. Agora entendia o porque ele reagiu daquela forma quando ela riscou dele com o canivete, a fama de Madara o precedia, seu rosto era intocável. Os rumores diziam que ninguém que havia o enfrentado havia conseguido ao menos tocá-lo, tirar uma gota de sangue de Madara era algo impossível. Diziam que ele era sádico, cruel e frio. Sakura se recordou da maneira como ele a encurralou e passou o canivete por sua pele, Madara poderia sim ter todos aqueles quesitos, mas era inegável o quanto ela estava atraída por tudo aquilo.
Sentiu seu corpo finalmente voltar a órbita quando ele saiu daquele cômodo e ela correu para o próprio quarto, se sentiu como uma garota boba tendo a primeira experiência com um homem, quando isto estava longe de ser real. No entanto, ninguém jamais havia despertado um sentimento tão intenso quanto aquele, aquele homem... ela o queria.
E Sakura tinha tudo o que queria.
Sempre.
Sorriu para si mesma ao olhar no espelho, qualquer outra pessoa estaria implorando por perdão naquele momento. Afinal, ela era uma mulher e devia obediência aos homens da sociedade - que besteira sem fundamento, ela era mulher não um brinquedo. Deus, como ela odiava o patriarcado.
Se recordou do comentário de sua irmã, o poder da família agora estava nas mãos do segundo filho e não do primeiro. Como aquele homem que apenas seu olhar refletia puro poder não estar no controle de todo o império dos Uchihas? Curiosidade bateu em sua mente, ela queria mais, saber mais dele... sentir mais dele... Queria ele.
Seu egocentrismo gritava dentro de si enquanto analisava o ferimento em sua mão para colocar algum curativo. Os sentimentos que ela sentiu com aquele homem estavam deixando-a sufocada, ela queria Madara inteiramente em sua mão. Talvez fosse a sensação do proibido, de querer ter o que você não pode. Por que aquele homem definitivamente jamais abaixaria a cabeça para alguém, muito menos para uma mulher, ainda assim, tudo o que ela queria era vê-lo ao seus pés.
Horas mais tarde ela havia visto da janela os convidados irem um por um, para sua angústia o carro dos Uchihas ainda continuavam ali, apesar de já ter escurecido. Ela sabia que seu pai viria reaprender seus atos de mais cedo, ela tinha que admitir, criar uma cena não estava em seus planos mas já que toda a atenção estava em Sayuri, ela pensou que poderia roubar ao menos um pouquinho.
Enquanto olhava para os cacos que haviam grudado em sua pele pensou em quantas vezes havia se ferido por motivos tão fúteis. Sinceramente, a dor já não era relevante para ela, Sakura odiava o fato de que ninguém ligava para isso. Ninguém se importava se ele estava machucada ou se algo a afetava, afinal, a Sakura é forte e irresponsável, não precisava de ninguém, como seu pai gostava de pontuar.
