Our history doesn't need title (André Silva)

17* Scusa

*Alegra*

Hoje, passaram precisamente 3 dias, 7 horas e 33 minutos, desde a última chamada com o André.
Sim eu estou a contar.
Gostava de me conseguir explicar, mas ele não me responde às mensagens, não atende as chamadas.
Aparentemente, para ele, está tudo bem. Vi o jogo dele ontem. Conheço-o e sei que ele não está a 100% mas também não mudou grande coisa.

Depois de ter passado 3 dias a apodrecer na cama, com o meu pijama de flamingos e umas meias de pelo de natal, obriguei-me a sair. Eu estou em Milão, vou passear pelas galerias, vou visitar lojas e gastar dinheiro. Afogar as magoas em compras.

Logo que desci do meu prédio, esbarrei com um rapaz de bicicleta.

- Desculpa, desculpa asserio.

- oh, tudo bem. Esta porta fica muito em cima do passeio. Não és o primeiro.

Ele era alto, moreno, olhos verdes. Muito bem vestido, elegante.

- Da próxima vez que passar aqui vou tentar não esbarrar em ninguém. Prometo - disse e riu-se, num dos sorrisos mais bonitos que já vi

- Da próxima que sair de casa vou olhar primeiro antes de pôr os pés cá fora.

- sou o Cesare, prazer - disse e estendeu-me a mão em forma de cumprimento

- prazer, Alegra

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Passam-se 40 minutos após o início desta conversa e eu estou na esplanada de uma café com o Cesare.
A conversa flui super bem. Já falamos sobre trabalho, sobre costumes italianos, sobre férias no estrangeiro. Tópico esse, que me deixou um pouco perturbada. Fui bombardeada de memórias do André que eu não desejava ter neste momento.
Todos os passeios à beira rio no Porto, todos jantares improvisados na varanda de casa, todos os jogos que fui ver.
Mas os meus pensamentos foram interrompidos.

- Hoje à noite vais fazer alguma coisa? Eu e uns amigos vamos ver o jogo do Milan e depois vamos sair, se quiseres vir. Eles vão adorar conhecer-te e tu pareces estar a precisar.

- Do M..... Milan? - Por favor não, eu diria que não o quero ver, mas na verdade é ele que não me quer ver. Para ele sou uma assassina à solta. - Acho que vou passar esta, não gosto muito de futebol, obrigada na mesma.

- Vá lá, não sejas assim. Vais gostar. É de graça, anda lá.

- Eu tenho de fazer as compras para a casa, não dá.

- para lá com desculpas. Porque é que não queres ir?

- Só não estou mesmo com vontade nenhuma asserio. - mentirosa, I know

No final de contas disse que sim, que ia. Ele insistiu demasiado.
E a certo momento, ao olhar aqueles olhos verdes, a minha cabeça disse-me: Vais ver o André mas a noite pode acabar bem com este e esquece tudo por uns momentos, vai ser bom.

Se eu acho que isto vai ser bom? Não não acho. Mas fui encantada pela insistência do senhor olhos verdes.

- Então apanho-te as 19h à porta de tua casa. Tenta não ser atropelada desta vez.

- tenta não me atropelar desta vez. - ambos ri-mos

- deixa-me o teu numero para te poder ligar quando chegar.

- sim claro. xxxxxxxxx. Avisa me antes também para me arranjar.

- até logo Ale.

Ele foi-se embora e eu dei por mim a sorrir pelo que tinha acabado de acontecer.
Subi a escadaria, os prédios aqui não foram feitos para ter elevador e eu moro no 4° andar, deus me livre. Ginásio para que te quero!