DG3 - Capítulo Seis e Sete

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— Do que precisa, afinal? — Perguntei me virando em sua direção e vendo uma pequena caderneta azul em sua mão direita.

— As meninas estavam arrumando suas coisas em seu quarto, já que não viajou com o time e deixou a bolsa em nossa casa. Elas encontraram isso.

Caminhei mais depressa do que deveria e peguei de sua mão a caderneta.

— Me deixe sozinho, por favor — pedi caminhando até minha cama.

Ouvi a porta sendo fechada e arranquei o lacre da caderneta ansioso para saber o que tinha dentro.

Na primeira página, com a letra delicada de Rebecca, estava escrito:

Vamos combinar de você não tentar adivinhar quando foi que tive tempo de escrever tudo, ok? E foi pensando nisso que deixei sem datas, para você não saber quando escrevi e ficar reclamando de eu ter usado todo o meu tempo, porque fiz isso por um motivo simples e ao mesmo tempo devastador: o meu amor por você.

Todo diário se inicia com um "Querido Diário", mas decidi deixar isso ainda mais brega e clichê.

Querido Cameron, amor da minha vida,

Talvez você tenha encontrado isso assim que chegou em Nova Iorque, talvez a caminho de lá ou tenha encontrado em um dia aleatório onde mexeu no fundo de sua mala, não sei. Mas gosto de imaginar que encontrou assim que chegou em Nova Iorque e parou tudo o que estava fazendo para ler minhas palavras.

Desejava conseguir dizer tudo pessoalmente, mas sei que começaria a chorar e me enrolar nas minhas próprias palavras. Sabe como minha dicção fica péssima quando choro, não? Chega a ser engraçado. Ouço pessoas dizendo que falo bem, isso porque nunca me viram tentando falar chorando ou com você dando beijinhos em mim, eu perco todo o meu foco.

Em algum momento da sua vida imaginou que estaríamos assim? Eu escrevendo um diário todo especialmente para a sua pessoa? E pior, mesmo que tenha escrito tudo isso, ainda não vou conseguir expressar tudo o que sinto.

A cada dia que passa meu amor por você cresce mais e fica inexplicável, é surreal.

Estive pensando no dia em que retornei a Los Angeles.

Chegou a ser cômico quando te vi na lanchonete Goldens, até hoje não sei como não fui demitida por não ter dado um desconto e ainda respondi com sarcasmo. Se fosse em outro lugar, com certeza não teria uma segunda chance. Mas não me importei, rebater suas palavras era mais forte do que continuar empregada.

Foi sempre assim, como nunca notamos que não era ódio?

E o dono da tatuagem nas costas era você, não fazia ideia que era a mesma que via no sonho, nunca me lembrava. Mas sempre foi e sempre será você.

No dia em que começamos oficialmente o namoro de mentira, que te tirei do meio das meninas, não sabia se estava fazendo certo ou errado porque na prática era diferente do que passei minha vida toda lendo. Mas ficava pensando o tempo todo em não me apaixonar porque isso faria um estrago maior do que aguentaria e eu estava errada.

O dia em que você me deu um selinho eu ainda sim ficava falando a mim mesma que não gostava de mim, que ficava com outras pessoas e que era impossível sentir algo por mim, falei até com Esme e ela disse que quem tinha que se cuidar era você porque eu estava fechada.

Isso me mostrou que você foi o que mais lutou pelo nosso relacionamento.

Não que eu nunca tenha feito nada, mas enquanto odiava você fazendo o time cuidar de mim (sei que depois eles ficaram assim por vontade própria), você amava me conquistar a cada dia. Acredito que para você ser calmo e paciente foi uma tortura, mas permaneceu ali, me respeitando, me esperando com calma e paciência. Aguardava meus momentos como se tivesse a vida toda para isso, enquanto eu só tentava pensar o pior de você por medo de ser algo raso, uma diversão.

Doce Garota - Supremacia Styles #1Where stories live. Discover now