Capítulo 3

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AMOSTRA - DEGUSTAÇÃO

Beijos doce, docinhos!

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VICENTE

Assim que passo pela porta do escritório da sede, tiro meu chapéu, meu pai dá um leve aceno com a cabeça, me sento no sofá ao lado do meu irmão e ele chuta meu pé em cumprimento.

Coloco meu chapéu em meu joelho e cruzo meus braços em frente ao peito, o silêncio cortante da sala faz meu irmão se mexer inquieto ao meu lado. Minha mãe se ajeita no colo do meu pai, passando o braço por seu pescoço, o olhar temeroso dela chama minha atenção.

— O que tem de tão importante? Tenho gado pra vacinar. — Corto o silêncio da sala, desde que eu assumi a fazenda, jamais me sentei no lugar do meu pai e jamais vou fazer, eu sou o patrão da sede para fora. Faz cinco anos que todas as terras dos Ferreiras têm agora minha voz como ordem, meu irmão fez sua escolha, permaneci no meu Cerrado velho quando ele decidiu fazer faculdade em Ponta Grossa.

Eu tenho tudo que preciso nas minhas terras. Raramente vou à cidade. Prefiro a calmaria do meu rancho... Desde que eu assumi minhas rédeas, eu decidi me afastar da casa grande. Meu casebre fica a uns quinze minutos a cavalo ou carro da casa grande. Eu tenho paz, mesmo meu telefone tocando a todo instante e sempre tenho tendo algum peão na minha porta.

Fiz tudo pensando nela... Os quartos, a cozinha enorme, a sala... Tudo, o que era pra ser meu casebre no meio do mato, ficou quase do mesmo tamanho da sede.

O terraço que dá para os enormes pastos de gado. Tudo pensando nela.

Pensando em Catarina e nas coisas que imaginamos juntos.

Cada detalhe. Cada coisa. Conça me ajudou a ir para cidade grande e escolher tudo, já que em Cerrado não tem nada. Até os tapetes e cortinas. Tudo do jeito que ela sonhava quando era menina.

Dia após dia eu me deitava na rede e esperava por ela. E Catarina jamais voltou.

Fiquei horas olhando a entrada da fazenda, mas ela nunca apareceu.

Se eu fechar os olhos ainda posso ver seu rosto magoado, nosso maldito encontro na clínica me deixou ligado, eu jamais pensei amar outra mulher que não seja ela. Desde aquela maldita noite do acidente ela nunca quis me receber, mesmo eu gritando. E quando ela faz dez anos depois, porque eu simplesmente invadi seu espaço e deixei claro que estou de volta a sua vida.

Uma grande porra.

Quando a levaram para o hospital Sírio-Libanês em São Paulo, eu esperei dias a fio sentado na estrada. Meus pais voltaram sem ela. Ela nunca mais voltou.

As poucas vezes que ligou foi para minha mãe e mandou abraços e beijos pra todos. Menos pra mim. Mandava mensagens de Natal e Ano Novo pra todos, menos pra mim. Depois que alguns anos se passaram eu decidi manter meu casebre só pra mim, ninguém entra lá. A não ser uma única vez quando eu fiquei doente. Após uma chuva. Nunca mais fui o mesmo quando Catarina não voltou eu quase enlouqueci, de culpa, medo e saudades, passei por diversos momentos de raiva, bebidas, mulheres, tatuagens e me encontrei, passei meses indo de cidade em cidade competindo para rodeios, vencendo e fazendo dinheiro como água, a cada novo prêmio era um cavalo novo, de todas as raças, investi o dinheiro em máquinas para fazenda, com a boa lábia e com a ajuda da minha advogada do diabo fui comprando terras e mais terras, enchendo os pastos com gado de corte e dando um rumo na minha vida, foi quando comecei a comercializar sêmen dos meus melhores cavalos, um litro de sêmen de um dos meus manga-larga chegou a me render quase novecentos mil reais.

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