- Cadê o obrigado, meu amor? coisa linda da mamãe - digo após por a ração e trocar sua água, mas ele nem se quer me olha.

- Por nada, mau educado!!

Subo novamente para o quarto, arrumo a cama e vou pro banheiro, tomo meu banho como de costume, mas dessa vez passo mais tempo embaixo do chuveiro. Escovo meus dentes e saio do banheiro enrolada, coloco minha calça folgada e uma camisa cinza longa comum, sei que hoje vai fazer frio. Quando acabo de me vestir volto para a cozinha e preparo meu café.

Salém me encara novamente e me arranha.- Qual seu problema? porra. - ele simplesmente me ignora e vai pro quintal. - Gato doido. - mas eu amo, independente.

7:35am

Acabo de tomar café e calço meus sapatos para ir pro trabalho, como não moro muito longe, vou à pé, prefiro caminhar hoje.

Assim que avisto a cafeteria um pingo gelado cai na minha testa, - e se eu tivesse vindo de bike? Acho que teria chegado a tempo hein - o pingo de chuva que acabará de cair em minha testa me faz ter um arrepio na espinha, começo a andar mais rápido, mas não adianta, a chuva consegue me alcançar. Por um breve momento sinto uma sensação de estar sendo observada, olho para trás e não vejo nada, coisa da minha cabeça? eu espero que sim. Apenas ignoro e até que enfim, entro na cafeteira.

Priiiiiiiiiin - o sino acima da minha cabeça toca, me fazendo odiar mais um pouco do dia entediante que irei ter

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Priiiiiiiiiin - o sino acima da minha cabeça toca, me fazendo odiar mais um pouco do dia entediante que irei ter.

- Bom dia, Megan. Nossa, você está com uma cara ótima.

- Sério Carla?- falo em tom de deboche, enquanto retiro meus sapatos encharcados.

- hahahaha, ok ok, desculpa eu não pude resisti. Toma. - Ela estende uma toalha.

A companhia da Carla me faz odiar um pouco menos o trabalho, ela é sensacional. Aqui é apenas, a Carla, 20 anos, baixinha de pele clara com cabelos curtos como o da Tóquio ( la casa de papel).
o senhor Robert alto, bem posturado cabelos grisalhos que fica na cozinha.
e a dona Lola que tem seus 50 anos, porém tem boa postura que faz aparentar ter 30. Aqui no trabalho, ela fica atrás do balcão.

Reviro os olhos e pego a toalha, mas agradeço e faço um aceno com a cabeça indo em direção a dispensa. Troco de roupa e começo o trabalho.

[...]

5:30pm

- Graças a Deus, acabamos! - Carla exclamou aliviada.

- Sim, amém. - Confirmo, limpando a última mesa do salão e me despedindo do último cliente.

Estamos sozinhas, os outros sairam mais cedo, a cafeteria está um silêncio surreal, apenas o som das gotas de chuva la fora.

- Merda, esqueci. Vou ter que sair agora, você fecha tudo depois, por favorzinho?. carla faz uma carinha de cachorro pidão.

- Ok ok, aff. - reviro os olhos.

Carla passa por mim me dando um tapinha nas costas e quando já está lá fora ela acena para mim com um sorriso lindo, e como de costume eu aceno de volta. Depois de uns 10min, tranco a porta da frente e vou para a dispensa, troco de roupa novamente ( agora já estão secas). Bolo meu cigarro de maconha e na hora de sair pego uma garrafa de vodka, saio pelas portas do fundo, tranco tudo e vou pra casa.

Por favor, não pensem que sou uma viciada de merda, é só que quando eu estou fumando ou bebendo me sinto melhor, me sinto viva. Me faz esquecer de tudo em minha volta, do fardo que sempre pesa nas minhas costas.

- Já estou no meio da garrafa? nossa, uma profissional. - acendo meu beck e dou um trago com força. - Dupla perfeita, ou não (obs: nao são)- eu penso.

Quando estou perto de casa, resolvo parar na pracinha, a sensação de está chapada é engraçada, vejo tudo em minha volta perfeitamente, você observa tudo em tempo real mas é seu cérebro que demora para processar, o que te faz ficar mais lenta. Se passaram 10 min quando sinto a mesma sensação que tive mais cedo no trabalho, minha ansiedade me toma por completo, sinto a necessidade de correr e corro como nunca, derrubando a garrafa e o beck.

Eu nunca mais tive essa sensação, só quando perdi meu pai. Lembro como se fosse ontem, era de madrugada e não havia ninguém na rua para dar socorro, precisei correr o mais rápido que pude ao hospital, quanto mais eu puxava o ar, mais ele se esvazia, era crucial, cada passo, cada piscada, cada palpitação. Quando voltei para casa ele já não estava mais com vida, e foi aí que meu mundo parou novamente, meu único amigo tinha me deixado.

Aliviada por já avistar meu barraco, entro dentro de casa e tranco tudo até as janelas, pode ser loucura mas nunca ignoro minhas intuições. Posso escutar as batidas do meu coração.

- pqp, pqp, pqp. - a adrenalina ainda corria pelas minhas veias, mas logo me estabilizo.

Levanto e vou em direção as escadas, tendo o máximo de cuidado com cada passo, sinto que a qualquer momento eu posso desabar no chão. Subo pro quarto e tomo um longo banho, me perco em meus pensamentos, analisando cada sensação que senti hoje.

Quando saio do banheiro me visto e pego meu celular para passar as horas

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Quando saio do banheiro me visto e pego meu celular para passar as horas. Desço indo em direção a cozinha faço um lanche rápido, e depois me jogo no sofá, Salém pula em mim dormindo em seguida, relaxo e acabo pegando no sono também.

ρᥣᥱᥲ᥉ᥱ, jᥱff. - Nas batidas do coração. Where stories live. Discover now