É... A vida de um adolescente de dezenove anos, pansexual assumido não é fácil. O Kim vivia sua vida muito bem, era um mar de rosas, até que explodiu, cansado de esconder do pai homofobico que ele fazia parte das pessoas da bandeirinha colorida - co...
Agradecimentos a shinezgguk pelo banner e a capa linda :))
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Antes de tudo começar a desandar, minha vida estava ótima até, perfeitamente bem, a não ser por me sentir acanhado. Em hipótese alguma imaginaria que, após me assumir pansexual para meu pai, ele me mandaria a um acampamento que provavelmente estaria cheio de velhos sem nada para fazer, amantes da natureza e da pescaria, e que queriam voltar a se "conectar" com a natureza, como dizem.
O dia em que me assumi foi um completo desastre. Minha mãe me apoiou, como sempre, ela é uma mãe prestativa e busca sempre estar ao meu lado em minhas decisões. Já meu pai... Meu pai brigou muito, disse coisas que não tinham pé nem cabeça, como um idiota que não sabe de nada. É isso o que ele é. Possui meios para pesquisar, mas continua sendo ignorante ao ponto de julgar sem ao menos se esforçar para saber.
Arregalo os olhos, caindo da cama, mas me recomponho ao levantar rápido e arrumar meu pijama amarelo de bolinhas, comprado por minha mãe obviamente - já que sou um garoto de postura.
Meu nome é chamado novamente, porém, a última vez vem firme e mais alto, mas não apresso o passo como ele acha que vou fazer. Arrasto os pés no chão, ele detesta que eu faça isso, mas ignoro. Mostrei uma careta de puro tédio, os olhos caídos. Elevei uma sobrancelha, discretamente - ou nem tanto - desafiando meu pai. Ele encarou-me com um ar de quem estava pronto para ganhar uma discussão.
Veremos, papai.
Um sorriso convencido adornou seus lábios, me irritando ao ponto de revirar os olhos. Percebi que meu sorriso debochado vinha especialmente dele.
Tossi de propósito, me sentando na cadeira e cruzando as pernas. Em um ato provocativo, ergui as mãos, indicando que ele devia se sentar também, e disse:
- Então, papai, porque me incomoda em plenas, - Me virei no banco, mirando o relógio de parede marcando o horário. - nove horas da manhã?
- Para com esse seu deboche. Não aturo essa sua desobediência, você me deve respeito já que sou mais velho, e seu pai. - Ditou seu discurso, direcionando um olhar severo em minha direção.
- Ah é? E o respeito deveria ser mútuo, não acha? Mas não vejo respeito vindo de você, pai. - Montei um biquinho, erguendo uma sobrancelha.
- Você...! Para com esse seu joguinho sujo! - Bateu a mão na mesa, seu rosto vermelho de raiva me fazendo recuar um pouco. - Já decidi. E depois de ontem, você só me deu mais motivos para isso. Você vai para um acampamento de verão, quero que arrume sua mochila, ficará lá por dois meses. Pelo menos assim você cresce. - Capturei o momento em que esfregou a mão pelo cabelo, suspirando.
