25

1.6K 134 16
                                    

Naquela Madrugada.

Os olhos ardidos pelas lágrimas, o som estridente no carro fazendo o mesmo vibrar com o ritmo agressivo da música qual ela não recordava, e a culpa. É, ela pesava muito mais.
Após o término com o jogador do PSG, Laila havia levantado muralhas ao torno de seu coração. Dizia para si mesmo, que ninguém ousaria entrar lá de novo, dito e feito. Quase dois anos após o término ela ainda insistia em negar qualquer tipo de apego com outros rapazes. Ela não se permitiria ser usada, mas só pensar no pior a faria não se permitir ser amada.

Ela desejava por um amor que fosse transparente. Ela se permitiu entrar no relaciomento com Neymar que ela sabia como poderia ser difícil, por todo seu passado com Bruna. Tola foi ela achar que poderia ser única na vida dele a ponto de faze-lo esquecer de vez o amor que sentia por Marquezine.
Mas foi em vão!
E como se fosse algum predestinado, lá estava Andreas após dois anos de puro bloqueio emocional pela parte da Macedo. Quando é aquela pessoa, o bloqueio emocional parece se desfazer a cada dia que você percebe como a companhia te faz bem, como o sorriso é sincero, como você se sente amada. Com Andreas parecia tudo mais real, mesmo em duas semanas após o episódio do bolo na cozinha dos Ribeiros.

E por que deixou o que poderia ser um lindo relaciomento, sendo amizade ou algo amoroso, escapar entre seus dedos?
Oras, medo. Ameaça, chantagem. Ela já tinha noção de que no mundo futebolístico tinha bastante dificuldade de manter a vida pessoal longe dos tabloides, só que aquela mensagem que ela escondeu nas solicitações como se o perfil nunca existisse... Ah, aquela mensagem foi o que auxiliou ela tomar coragem para afastar Andreas de si. E como doia.

Pegando seu celular, tomou a péssima decisão de entrar na maldita solicitação de uma mensagem direta no Twitter para dar fim naquilo. Ou achava que funcionaria, pois não parecia uma boa ideia chorar ao volante e perder o foco da pista ao mexer no celular. As mãos ainda tremiam, e deslizavam pela circunferência borrachuda do volante enquanto ela tentava chegar na mensagem a ser respondida.
Só que, o que não parecia uma boa ideia se tornou a certeza de que poderia ter deixado seu desesperado de lado e esperar chegar em casa para responder o, ou a, maldito hate do Twitter.

Eram flashbacks em sua mente, o vidro estilhaçado no carro e na porta do restaurante. Alguns gritos desesperados, o barulho no alarme e as luzes dos faróis a piscar freneticamente. Como também o gosto de sangue escorrendo adentro de sua boca, uma dor em cada canto que ela não distinguia e após isso apenas se recordava de acordar no quarto pouco luminoso do hospital, com seu pai ao lado da cama e uma mãe nervosa em pé na porta com o terço em mãos.

─ Você tá bem, vai ficar tudo bem. ─a voz do homem ecoando a fez franzir o cenho.

A dor de cabeça era na verdade uma enxaqueca, e o barulho do monitor cardíaco não era o mais convidativo.

─ Ela acordou, Mauro? Graças a Deus minha filha, minha menina que susto você deu na gente. ─dona Miriam correu até a cama de sua filha, segurando em sua mão.

─ Diminui o barulho disso. ─era a única coisa que ela conseguiu resmungar.

─ Está ótima né, Laila. Já tá reclamando. —seu pai dizia.

─ Cadê ela? ─foi possível ouvir a voz de sua melhor amiga no corredor silencioso. ─ Porra Laila só você pra me fazer sair de casa quase quatro da manhã pra te ver.

─ Isso aqui não é escola de samba, calem a boca por favor.

Após a súplica da paciente, eles obedeceram por poucos minutos já que após isso começaram a tagarelar em bronca do acidente. "Já que ela respondia, estava bem" eles deveriam pensar pois até vídeo-chamada com Neymar aconteceu naquele quarto em plena madrugada.
E muita coisa poderia ter sido evitada apenas em falar a verdade para o Pereira. Então alguns pensamentos tomaram conta de sua mente, que ainda reunia informações de segundos antes do acidente.

haters gonna hate [andreas pereira]Where stories live. Discover now