O Bêbado;

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Só vim deixar claro que esse capítulo ainda está sujeito a revisões futuras e que o tema levemente abordado não é com a intenção, de forma nenhuma, de ofender alguém, okay?

Boa leitura 💚

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Depois de passar o dia vendo e ajudando o cego a vender suas flores, Xue Yang não desgrudou deste nem quando o sol cruzou a linha final do horizonte, o seguindo por todas ruas se perguntando como ele conseguia saber tão bem para onde ia, mesmo com a venda branca nos olhos e sem ter quem guiá-lo.

Ele não sabia ao certo dizer porque estava o resguardando, seu próprio gato não gostava de andar por tantas ruas e becos, então por que persistir?

A questão era que Xue Yang estava curioso como uma criança tola, indo atrás do Xiao para saber onde este mora. Afinal, em que tipo de vilarejo um cego poderia morar? E será que eram apenas ele e o cachorro?

A resposta veio quando chegaram numa área aberta de casas no fim de uma viela ampla.

Atravessando a curva de concreto que permitia a entrada, Xue Yang ficou na espreita, assistindo o florista cumprimentar educadamente alguns vizinhos de passagem enquanto subia as escadas com a cesta de flores vazia em mãos.

Vendo a pequena vila, não era difícil deduzir qual seria a casa do outro, uma vez que apenas uma continha um vasto canteiro colorido plantado na varanda.

Á primeira vista, parecia ser um lar adorável, principalmente para alguém como Xue Yang, que não tinha um.

Sua condição era miserável e ele tinha uma certeza irracional de que se Xiao XingChen fosse capaz de vê-lo com aqueles trapos e tão maltratado, não o daria nem o espinho de uma rosa.

Era triste, mas ele podia encarar a realidade.

Assistindo a tudo com um certo ar deprimido, Xue Yang viu Xiao XingCheng pela última vez no dia, abrindo a porta de casa e sendo atacado por lambidas incontáveis vindas de uma bolinha de pelo negra.

Seu gato mantinha um ar de nojo perante a cena e seus pelos estavam todos eriçados.

Como quem cutuca uma naja, Xue Yang deslizou a ponta do sapato gasto nas costas de Shen Jiu e quase recebeu uma mordida em resposta.

"Não seja assim, senão eu compro meu pão e te deixo sem nada!"

Bastou dizer isso para que o animal dilatasse as pupilas e o seguisse para onde quer que fosse.

* * *

Estando em mais uma noite fria, Xue Yang sorria por, pelo menos, desta vez ter conseguido guardar algumas moedas para pagar uma refeição, dando pedaços pequenos, mas muito desejados, de seu pão para Shen Jiu.

Eles estavam num banco distante da praça em que dormiram pela última vez.

Era um local próximo à pista de carros, onde era necessário que se descesse uma escada de concreto para que se sentassem no banco de frente para o lago.

Tudo estava mal iluminado e silencioso, enquanto comiam o alimento. Não havia chances das autoridades chegarem e nem de serem importunados, uma vez que era uma surpresa não estar nevando e todos os cidadãos encontravam-se em bares ou suas devidas casas.

Flowers In Hand 🌼 XueXiao Where stories live. Discover now