Elementares: Bruxa De Gelo [DEGUSTAÇÃO]

5°

Já se passaram uma semana e ainda estávamos viajando, e nesse caminho outras mulheres que estavam nas jaulas, acabavam mortas, seja por conta das lesões que eles cometiam durante a noite, seja por desidratação, fome, cada uma morria de uma forma que eu não deseja nem para um animal morrer, depois eles só jogavam na estrada e seguia em frente como se nada tivesse acontecido

Por conta de Edgar, tinha pão duro e inchado com água todos os dias pela manhã, e o resto dia tinha pelo menos água quando pedia, ele era um babaca, definitivamente não sabe tratar ninguém bem, principalmente mulheres, mas não chegou ao nível de estupidez e canalhice como os outros homens daqui

- Coma - Edgar disse após empurrar o pão com a água e deu as costas

- Edgar - chamei e ele se virou para mim novamente

Puxei o pão com toda força para ele se abrir e entreguei junto com a água para ele, que levantou uma sobrancelha, não entendendo o que quis dizer

- Leve para a jaula ao lado - indiquei com a cabeça - eles não a alimentaram ontem, por favor

- Você está ciente que não terá mais comida durante o resto do dia né?

- Sim, eu sei, estamos viajando a 7 dias, já entendi como funciona a rotina - sorri vagamente

- Uma hora elas vão acabar morrendo, Ethel, você está desperdiçando - revirou o olhar e cruzou os braços

- Por favor Edgar, pode ser um desperdício mas quero dá o meu melhor, ela que salvou minha vida naquele dia, se ela não falasse nada, você não seria o herói do dia, sabia?

- Eu não te ajudei, garota

- Tá, tá, mas leva - ele encarou minhas mãos por um momento e descruzou os braços, pegando o pão e a água e levando até a jaula que indiquei

- A garota ali dividiu com vocês

Ele disse e deu as costas vindo até a minha jaula, e a abriu

- O que você está fazendo? Por favor não me mate - falei já lacrimejando - Eu não fiz nada por favor Edgar

- Ah cala boca - ele disse ríspido e pegou uma faca no seu cinto, fazendo meu coração bater ainda mais rápido, cortou a corda que estava em volta do meu braço - Suas mãos estão todas machucadas, desculpe, não tinha notado

Ele pareceu sentido mas logo mudou para sua cara de ríspido novamente, trancou a jaula e deu as costas, voltando minutos depois com mais água

- Vê se come, leve isso como meu pedido de desculpas

Ao terminar de falar, se mandou tão rápido que não pude nem agradecer

O bom de ser alimentada que nem um pombo é saber que não estão me engordando pra vender que nem um porco na feira, ri com meus pensamentos mas fiquei ainda mais agoniada em seguir, não fazia idéia o que queriam fazer comigo, isso estava me preocupando bastante

Mastiguei aquele pão duro em que minha boca já estava ficando acostumada com a dificuldade de o mastigar

- Obrigada viu?

Disse a mulher que havia me salvado, que mais cedo descobri que seu nome era Astrid, e a que colocou ela sob seu peito para descansar era Solveig e a que colocou as pernas era Sigrid, eram irmãs de um vilarejo que havia sido saqueado pelos homens, já estavam ali presas a 1 mês

Confirmei com a cabeça e sorri depois de engolir aquela pedra, ops, pão