Fale Amigo, e Entre

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- As portas dos anões são invisíveis quando fechadas. - Gimli disse. Eu me lembrei da porta de Erebor, que os anões tinham tido tanta dificuldade de abrir.

- Sim Gimli, nem seus próprios mestres podem encontrá-las, se esquecerem seus segredos. - Gandalf respondeu.

- Por que isso não me surpreende? - Legolas disse, indignado. Gimli apenas bufou.

Finalmente chegamos à porta. Ou melhor, aonde a porta deveria estar. Parecia apenas uma parede vazia. Mas olhando mais atentamente, era possível ver gravuras. Ao redor, um grande lago se estendia, negro como a noite.

- Ithildin. - Gandalf murmurou, e então eu entendi.

- Só pode ser vista à luz das estrelas. E ao luar. - Eu disse, e Gandalf concordou com um aceno de cabeça. 

Foi quando as nuvens se abriram, revelando a lua brilhante acima de nós. A luz refletiu sobre a pedra, enquanto as gravuras na rocha, antes difíceis de se ver, se tornaram brancas e brilhantes, como se tivessem luz própria.  Até mesmo Gimli parecia deslumbrado.

Haviam palavras, escritas em élfico sobre a porta. 

- Está escrito: As portas de Dúrin, Senhor de Moria. Fale, amigo, e entre. - Gandalf disse.

- Mas o que isso quer dizer? - Merry perguntou.

- Ah, é muito simples. Se for amigo, basta dizer a senha e as portas se abrirão. - O mago respondeu.

Gandalf então se voltou para a porta, tocando-a com seu cajado, enquanto pronunciava:

Annon edhellen, edro hi ammen! (Portas élficas, abram agora para mim).

Porém nada aconteceu. As portas continuaram igualmente fechadas. Gandalf pareceu pensar melhor, enquanto voltava a pronunciar:

Fennas nagothrim, lasto beth lammen! (Entrada do povo dos anões, escute a palavra de minha língua!)

Mas nada aconteceu de novo. Porque as portas dos anões tinham que ser sempre tão complicadas?

- Não aconteceu nada. - Pippin apontou, arrancando um olhar carrancudo do mago.

Gandalf começou a tentar empurrar a porta, mas eu sabia que era inútil. E ele também.

- Eu conhecia todo feitiço em todas as línguas dos elfos, dos homens, e dos orcs. - Ele disse.

- O que vai fazer então? - Pippin perguntou.

- Bater com a cabeça nessas portas, Peregrin Tûk, e se isso não as quebrar, e eu tiver um pouco de sossego sem suas perguntas tolas, tentarei encontrar as palavras mágicas. - Ele respondeu. Senti uma onda de simpatia pelo hobbit. Gandalf podia ser bem duro quando queria.

- Precisamos seguir a lógica - Eu disse - Há obviamente algum significado oculto nessas palavras que não identificamos.

Gandalf concordou, mas as palavras continuaram a ter tanto significado em sua mente quanto antes. Não fazia o menor sentido. Ficamos sentados lá por muito tempo, e todos já pareciam exaustos. Gandalf murmurava palavras em élfico, como se tivesse esperança que alguma delas abrisse a porta.

Eu estava sentada ao lado de Legolas, observando. Sam se despedia de seu pônei, Bill, enquanto Aragorn lhe explicava que o animal não poderia passar pelas minas. 

Merry e Pippin não paravam de cochichar, enquanto Frodo se mantinha sozinho, observando. Aragorn e Boromir agora se mantinham em silêncio, apenas aguardando, enquanto Gimli parecia entediado.

- As palavras lhe dizem algo? - Legolas perguntou.

- Não exatamente. Acredito que seja alguma espécie de charada. Pelo menos assim era a porta de Erebor. Mas nunca fui boa com charadas. Bilbo era bom nisso. - Eu respondi, chutando uma pedrinha para longe.

O Retorno do AnelUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum