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— Pudding!— censurei — Por que trouxe ela?
— Para termos mais diversão, oras!— disse a minha irmã, enquanto praticamente empurrava Reiju para dentro de meu quarto.
— Pensei que teríamos uma conversa particular — disse, em um tom calmo, mas mortal.
— É só apagar a memória dela depois, dã! Esqueceu do meu poder?— bateu na própria cabeça.
Bem que esqueci mesmo daquela habilidade poderosa que Pudding havia adquirido há um mês e pouco.
— Vamos ter uma conversinha.— disse Pudding sentando-se na cadeira da minha escrivaninha.— Sente-se você também.
Reiju obedeceu em silêncio.
— Vai (S/n), diz aí como foi fácil enganar um homem idiota daqueles!
Mantive-me em silêncio. Gostaria que agora, eu tivesse uma daquelas “viajadas” onde vou parar no mundo da lua, apenas para não ouvir essas coisas. Essas habilidades especiais nos abandonam justo quando mais precisamos.
— E como vocês são ingênuos! “Exército maligno”? Fala sério! Vocês vivem em um mundo de fantasia mesmo.— deu uma pausa e riu — O que a Mama queria desde o começo era o exército de clones e o conhecimento científico de vocês. Gente como vocês podem se rebelar a qualquer instante. Não nos servem de nada. Todo o reino da Germa está dentro do nosso território agora, e este casamento com Sanji é como um delicioso doce, não é (S/n)?— concordei com a cabeça quase que imediatamente.— fez todas as moscas voarem ao redor dele, assim como a Mama previu.— me senti envergonhada. Achei que Pudding estava se referindo a Sanji em si, que é um doce.— Na cerimônia amanhã... A família Vinsmoke será massacrada!
— Pudding, eu...— Apertei a saia do meu vestido.— queria repensar tudo.
— Tudo? Não está nem um pouco em cima da hora não?
— Ah Pudding... Estou tão cansada...— Me joguei para trás, deitando na cama.— Não quero mais isso. Não quero matá-lo.
— Como assim, (S/n)? Vai amarelar agora? A essa altura do campeonato? Você sabe como a Mama é.
— É claro que sei.
— então por que só não o mata de uma vez? Podemos escolher métodos mais fáceis, como veneno na bebida ou algo do tipo. Algo menos brutal, mas não tem jeito de não matá-lo.
— Mas e se... Convencermos a Mama de não matá-lo? Ele me disse não gosta da família, não seria problema deixá-lo vivo...
— Está fora de cogitação, você sabe o jeito da Mama. E por que está se recusando tanto a matar ele? Todas nós te avisamos que teria que matar alguém algum dia...
— Pudding. Estou apaixonada por Sanji. De verdade.
Pudding ficou pálida.
— (S/n)... Você não está falando sério... É a primeira vez que você tem um contato mais íntimo com um homem que não é da família, você não está apaixonada, está apenas carente...
— De verdade.— repeti.
— Como... Como você sabe? Nunca esteve apaixonada antes!
— Pudding... Seja o que for que eu sinto, não quero matar ele.
Ela cruzou os braços.
— Não faça essa cara, Pudding. Eu sei o que isso significa.
— Eu vou contar...
— Não.
— Eu vou contar... Para a Mama.
— Não Pudding!
— Você não pode fazer isso! A Mama está planejando isso há meses! Esse é o plano! Vamos, (S/n), aquele Vinsmoke Sanji é só um fracassado, não vale o seu esforço!
Levantei com um salto e fui até a porta.
— Onde é que você vai?!
— Não sou obrigada a ouvir isso. Tenho mais o que fazer.
Sai correndo, pisando alto.

Não posso fazer isso. Não posso.
Preciso contar a ele. A festa do chá é amanhã de manhã, não tenho mais tempo. Preciso falar com ele agora.
Teríamos uma longa conversa pela frente, e minha cabeça já procurava milhões de soluções. Convencer Mama a matar apenas a sua família? Convencê-la a refazer o plano e não matar ninguém? Fugir?
Essa era a opção que mais latejava em minha cabeça.
Fui em direção a ala oeste, onde os quartos de hóspedes ficam. Não tenho muito tempo. Merda. Esqueci de olhar o relógio. Paro e penso em dar meia volta, mas sigo mesmo assim.
Por fim, cheguei na porta do quarto de Sanji. Quarto 33. Enxuguei as mãos na saia e bati levemente na porta. Esperei uns cinco minutos e bati novamente, mais forte. Esperei mais cinco e bati de novo. É meio óbvio que ele não está aqui, mas não deve demorar. Está de noite e os seguranças pegam no pé dos visitantes para não ficarem vagando por aí a estas horas, ainda mais visitantes com tais objetivos aqui.
Sentei em um banco perto da porta e continuei a esperar Sanji voltar. Batucava os dedos no braço do sofá, ansiosa. Ele está demorando. Será que caiu no sono? Me levantei e encarei a porta dupla. Eu entro? Se eu entrar sem sua autorização — mesmo que o quarto me pertença, teoricamente — será invasão de privacidade. Mas nesse caso... É algo muito específico. Me sentei novamente no banco. Vou esperar mais um pouquinho, se ele não aparecer, eu entro.
Esperei dez minutos. Mexia os pés. Quinze minutos. Vinte minutos. Comecei a andar em círculos. Trinta. Trinta e cinco... Quarenta...
Não aguento. Ele só pode estar dormindo. O que mais estaria fazendo um dia antes da cerimônia a está hora?
A porta rangeu quando entrei. O quarto estava escuro, iluminado apenas pela luz da lua vinda da janela enorme. Ouvi roncos e me aliviei, por pouco tempo. Como iria acordá-lo?
Dei uns passos em direção a cama, mas logo vi que o som não vinha de lá. Parei para escutar melhor e fui em direção ao sofá. Relaxei e toquei seu braço.
— Sanji.— chamei — Sanji... Acorda...
Ouvi um grunhido e Sanji — ou pelo menos quem eu acreditava que era — se remexeu no sofá, e assim que me viu, deu um pulo.
— Ah... Ah...! Senho… rita... (S/n)!— Rapidamente, o criado correu para fora do quarto, gritando: — Me desculpe!
Demorei alguns minutos para processar o que havia acontecido. Por que um criado estava dormindo no quarto de Sanji? E onde diabo Sanji estava?
Me joguei no sofá e afundei o rosto nas mãos.
— Por favor... Chegue logo...

As gotas de chuva batiam com cada vez mais força e agilidade no vidro da janela, quebrando o silêncio. Fora a chuva, o único som do quarto era o tique taque do relógio. Já não sabia quanto tempo havia passado, e minhas pálpebras ameaçavam cair a qualquer instante.
Me levantei e comecei a andar, para acordar. Fui até a porta e espiei com cuidado pela fechadura. Apesar da escuridão do corredor, deu para ver que não havia ninguém ali.
Talvez ele tenha fugido. Sozinho. Mas... Depois de toda a conversa de hoje de manhã? Com todos aqueles riscos? Não tenho certeza. Sanji não é ingênuo. Nem impulsivo. Com certeza não é.
Algo me diz que ele não vai aparecer aqui hoje. Talvez amanhã. Espere... Já é amanhã. O dia da festa do chá. Como esperei por hoje. Como nós esperamos por hoje.
Deitei na cama de Sanji. Estou morta de cansaço. Cansada de pensar de mais, mas o que mais tenho para fazer? Não consigo ler, não consigo costurar, no geral, não consigo me distrair. Nem com aquelas fantasias idiotas que tenho com garotos perfeitos desde sempre.
Será mesmo que ele fugiu? Seria uma ótima estratégia, e também, ninguém além de mim, percebeu, e se alguém percebeu, mantéu no sigilo, o que duvido bastante, já que Totto Land entraria em pânico procurando o príncipe perdido.
Se Sanji fugiu, antes de eu vir atrás dele, já deve estar bem longe de Whole Cake. Já deve estar seguro e feliz com a sua tripulação.
Mas então por que eu não estou feliz?
Estou pensando demais, isso sim. Acho melhor eu...
Me perdi nos pensamentos. O travesseiro de Sanji tinha o cheiro dele. Não aguentei nem mais um minuto e já me enrolei nos cobertores. De qualquer forma, eu saberia quando acordar. E seria quando Sanji voltasse.

Oi gente!
Infelizmente, o próximo capítulo demorará mais que o habitual para ser lançado, por conta de uns probleminhas pessoais que estou passando agora.
Obrigada! 🌼

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⏰ Son güncelleme: Dec 06, 2021 ⏰

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