— Por que?
— Irão ver que você passou a noite aqui e tenho certeza que Senhor Clinton já desconfia de que eu seja gay, Harry — Frank diz e parece apavorado.
Eu me visto e observo que o homem ainda está agitado, arrumando a cama e apagando qualquer vestígio de que estivemos juntos durante essa noite. Vou até ele e seguro a sua mão e o homem continua me encarando com receio. Minha mão livre segura seu rosto.
— Calma — falo olhando para ele nos olhos. — Não precisa ligar para esse Clinton. Ele pode desconfiar e não ter provas e se não tiver provas. Não poderá fazer nada com você.
— Harry, você não entende — suspira e se afasta de mim. — O meu pai é dono desse apartamento e se ele souber o que eu faço... Eu... Eu não tenho onde ficar. Não sei como o meu pai vai reagir quanto a isso. Meu pai é militar, merda. Não deveria ter passado a noite aqui.
Mordo meus lábios, eu entendo pelo o que ele está passando. Sei que temos que ser cautelosos, nunca passei a noite aqui e sempre que apareço aqui para ficar com Frank chego tarde de noite e saio bem antes do sol nascer. Também já vim para cá durante a tarde, mas Chris e Bailey também estavam aqui. Ficamos ouvindo a narração de um jogo de beisebol, mas eu não sou muito fã desse esporte. Prefiro o futebol, mas não o futebol americano que eles basicamente se matam. O futebol que eu gosto é aquele de verdade, homens correndo atrás da bola e marcando gols.
No entanto, o ponto é que essa é a primeira noite que passei com Frank Stuart e ela começou diferente do que eu esperava. Pois, o homem de olhos escuros e brilhantes me encaram assustados e Stuart tem seus motivos. Por ironia, também são as mesmas preocupações que as minhas. Apenas teríamos de ser cautelosos, quer dizer, eu teria de ser cauteloso para sair daqui.
— Frank, vamos dizer que eu estava bêbado e as meninas não me aceitaram em casa. Apenas isso, uh — falo calmo. — Acredito que se explicarmos para Megan e Aaliyah elas nos ajudarão a sustentar essa versão, se acalme.
O homem respira fundo e fica me olhando. Eu sorrio um pouco mais.
— É uma boa ideia — murmura, acaricio sua bochecha. — Desculpa meu drama, H.
— Tudo bem — aproximo meu rosto do dele. — Gosto de saber que consigo te acalmar.
Frank ri, mas franze a testa e isso me deixa confuso. O que foi agora?
— Por falar em Aaliyah, você cantou para ela não foi? — Pergunta. Fico calado. — Você não tirava os olhos dela ontem.
— Ontem foi carnaval — dou de ombros e o homem se afasta de mim. — Hey, não vamos complicar isso. Estamos nos divertindo.
— Estamos nos divertindo, mas eu pensei que poderia aguentar ver você arrastando suas asas para outras pessoas e isso eu não posso aguentar — ele segura minha mão. — Se estamos juntos, estamos juntos. Nós dois, pelo menos enquanto você estiver aqui.
— Frank... — suspiro e não consigo falar mais.
Eu preciso pensar. Digo, ter beijado Aaliyah ontem foi maravilhoso e eu ainda penso no beijo dela, de como ela é doce e de como foi suave. Como o nosso beijo foi sem esforço, apenas aconteceu e foi saboroso. Quer dizer, convencê-la foi difícil, mas quando o beijo aconteceu ele simplesmente aconteceu e eu adorei.
Contudo, eu também gosto desse tempo e das bagunças que faço com Frank, mas como eu sei. Apenas disso, não quero magoá-lo e muito perder os momentos que temos, mas o que ele está me pedindo agora parece muito para mim.
— Entendi, acho melhor você ir agora.
— Franklin, espera.
— Pode ir, Styles — o homem caminha até a porta do apartamento e abre. — Acho que as meninas irão te aceitar agora, menos bêbado.
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Astromélia || H.S || Complete
Fanfiction1960's and 1970's Aaliyah acaba de perder seu irmão em uma abordagem policial, ele era sua única família em Nova Orleans. Decidida a fugir da violência da vizinhança e principalmente dos policiais, ela vai para Astromélia, uma cidade litorânea do...