Capítulo 101 - A Deusa Curandeira I

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"Espera. Você quer dizer que aquelas passagens que vimos naquele momento em que fomos aprisionados pela sombra escura... Eram verdadeiras?", Fai Chen entrou na conversa e perguntou, com os olhos arregalados.

"Sim. Eram verdadeiras."

O cultivador começou a se esforçar para lembrar do que aquelas sombras lhe mostraram e, quando lembrou, sentiu que seu coração foi destruído em milhões de pedacinhos.

O que a sombra lhe apresentou foi a morte de sua irmã, Fai Shuang.

E de uma forma tão aterrorizante.

"Não... Não faz sentido... Ela não pode ter morrido...", Fai Chen murmurou, colocando suas mãos em sua boca, para controlar suas próprias palavras.

"Caralho, eu acho que vi minha mãe morrer...", Hu Long comentou, dando certos petelecos em sua cabeça, achando que agindo assim, lembraria melhor do que viu. "Era uma concubina do líder Hong e ela se parecia muito comigo. Digo, as características físicas. E bem, depois Hong Lan simplesmente matou ela e pisou em seu corpo imóvel. Que memória adorável!"

A frase final de Hu Long claramente foi irônica, o que levou Li Ming-Yue a suspirar pesado, como se estivesse decepcionada com o que as sombras mostraram ao seu amigo, que já sofreu tanto.

"E você, Cegueta? O que as sombras mostraram?", o mais novo perguntou, pegando uma das mãos de Fai Chen, que antes estavam sob seus próprios lábios e agora a apertando. "Foi algo muito pesado? Eu estou aqui para te ajudar e..."

"Eu vi minha irmã falecer", Fai Chen respondeu diretamente, deixando Li Ming-Yue surpresa e Hu Long imobilizado. "Os detalhes da morte dela foram tão... Horríveis..."

"Isso não faz sentido. Fai Shuang estava no Campeonato dos Peões e depois daquela briga, Wei Huli foi conversar com ela", Hu Long comentou por cima, totalmente perdido e tentando achar algo que conectasse ao acontecimento da morte de Fai Shuang, tão repentinamente.

"Aparentemente ela morreu quando voltou para o clã Fai... Mas, ela simplesmente tirou os próprios olhos e matou nosso próprio pai asfixiado com eles na garganta..."

Fai Chen estava transtornado.

A cena a qual as sombras escuras lhe mostraram foram perfeitamente detalhadas e com direito a sentir também a energia do momento. Sua irmã, ao tirar seus próprios olhos, mostrou-se desesperada por vingança, mas, ao mesmo tempo, uma imensa dor dentro de si era presente, como se não houvesse mais vida dentro dela. Ao lembrar dessa sensação, tão perturbante, o cultivador não conseguiu segurar tamanho sufoco que se alastrou no peito e desabou em lágrimas.

Ele nunca foi daqueles homens que tinham medo de chorar na frente dos outros. Pelo contrário, o cultivador costumava deixar bem claro seus sentimentos em diversos momentos e por mais que lutasse para cobri-los com uma máscara ou defendê-los com um escudo, era impossível. Sua personalidade era desse jeito e mesmo que anos se passassem, ele continuava com seu coração sensível em relação a sua família, que foi destruída exatamente como seu pesadelo passado havia lhe mostrado.

"Eu... Previ a morte de minha família", Fai Chen comentou, ainda chorando e não se importando para o que Li Ming-Yue ou Hu Long achariam daquela cena.

Ele só desejava explicações.

Explicações sobre tudo.

Desde seu pesadelo quando criança até as mortes do presente, que se encaixaram perfeitamente com as descrições que aquela criatura desconhecida havia lhe mostrado dentro de sua mente.

"Fai Chen...", Hu Long levantou seus braços e o abraçou de lado. "Você não tinha como prever o futuro de sua família. Fai Shuang realmente teve um destino terrível, mas vamos entendê-la juntos. Não precisa continuar sendo pessimista sobre si mesmo."

The Cultivation of the GazeOnde histórias criam vida. Descubra agora