26 | Capítulo Vinte e Seis

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               Alice Point Of View

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Alice Point Of View

Vinnie me fita sob a luz da varanda, depois de Charli nos colocar para fora, dizendo um malicioso divirtam-se. Sinto-me um tanto tímida, como se estivesse indo ao meu primeiro encontro com um cara. E, por um momento, desejo que seja exatamente assim. Que Vinnie seja um homem que acabei de conhecer e que a gente esteja saindo pela primeira vez, com um milhão de possibilidades à nossa frente. E não o marido da minha irmã por quem eu estava apaixonada, além de estar vivendo uma grande farsa. Pensar nisso tira um pouco da doce ansiedade que sentia desde que comecei a me arrumar para aquele encontro e que se transformou em frio na barriga quando vi Vinnie me esperando, tão lindo como num sonho.

- Você parece triste.

- Eu só queria que este fosse realmente nosso primeiro encontro. Que não houvesse nada nem antes nem depois. Apenas este momento. Seria possível?

- Você acha que seria? Você acredita em segundas chances? É o que estamos fazendo?

Quero dizer que esta é a primeira chance na minha vida. Talvez a única.

Ou última.

Sei que nossas horas estão contadas. Que meu sonho dourado com Vinnie estava terminando. Só de pensar nisso me faz querer transformar aquela noite em algo memorável, de que me lembraria para sempre.

- Você gostaria? De uma segunda chance para ser feliz?

Ele parece hesitar. Parece ter medo.

Eu o entendo.

E ele nem faz ideia.

Então, ele sacode a cabeça quase imperceptivelmente. Como se não ousasse dizer em voz alta.

Dou um passo à frente e seguro sua mão.

- Vamos fingir que acabamos de nos conhecer. E não temos nada a perder.

Ele hesita novamente. E de novo eu tenho medo. Talvez Vinnie já esteja farto daquele jogo. Talvez esteja cansado de lutar por sua felicidade com Alinna.

Porém não é Alinna que está ali. Queria tanto que ele soubesse.

Então ele solta o ar lentamente, sua mão aperta a minha e sorrio timidamente, buscando seu olhar. É tão intenso, tão cheio de esperança, tão ávido por acreditar, que me faz querer ser a pessoa que vai realizar todos os seus desejos.

- Certo, Ali. Vamos viver esta noite como se fosse única - diz por fim e me puxa para o carro. - Aonde quer ir? - pergunta quando o carro entra na estrada escura.

- Eu não sei... não queria que fosse algo clichê como um restaurante ou algo do tipo. Acho que não estou com humor para ver mais ninguém.

Espero que Vinnie entenda que prefiro que fiquemos sozinhos e ele parece entender.

- Tive uma ideia.

Uma hora depois estamos caminhando pela areia fofa da praia, na qual estivemos com as crianças faz poucos dias. Vinnie estende um cobertor e eu coloco o que compramos para viagem num restaurante da cidade.

A praia está escura àquela hora e somos iluminados apenas pela lua e a lanterna que mantemos ligada.

Ele estende a mão e me puxa para sentarmos.

- Está sendo suficientemente não clichê para você? - pergunta, divertido, e eu rio.

- Acho que está de bom tamanho.

- Ainda pode mudar de ideia e te levo de volta ao restaurante.

- Por que acha que eu iria querer? - Nós começamos a comer.

Ele dá de ombros, abrindo um vinho.

- Não achei que gostaria de algo tão rústico. - Ele parece inseguro ao fazer essa colocação, enquanto me passa um copo de plástico com o vinho.

- Sério? Acho que não me conhece.

Ele não fala nada.

- Mesmo depois de dez anos, as pessoas podem não se conhecer o suficiente - digo. Afinal, talvez não esteja falando uma mentira. Pelo que sabia do relacionamento de Vinnie e Alinna, eles se casaram mal se conhecendo e não se esforçaram muito para mudar nada durante o tempo que ficaram juntos.

- Acho que tem razão - diz, meio sombrio. E me arrependo um pouco de ter dito aquilo. Não quero que fique carrancudo lembrando dos dias sombrios de seu casamento. Quero manter nossa promessa de pensar só no agora.

- Então, como é nosso primeiro encontro, acho que podemos nos conhecer melhor.

- É justo! - Ele volta a sorrir.

Respiro aliviada.

- Conte-me algo sobre você que nunca contou.

Ele fica pensativo me encarando.

- Todos os dias penso na vida que não tive... - Sua voz é baixa e cheia de nostalgia e culpa.

Parece que não era só Alinna que era infeliz pelas escolhas que foi obrigada a fazer.

- Amo as crianças, não consigo imaginar minha vida sem elas, mas...

- Também gostaria de ter vivido os sonhos que abandonou por causa delas - completo.

Ele me encara.

- Sim, e me sinto horrível por pensar desse jeito.

- Não sinta. Às vezes a gente passa a vida sonhando com o impossível.

- Você sonha com o impossível?

- Você não faz ideia.

- Sinto muito - ele diz de repente. E sorrio tristemente.

- Seus sonhos, Vinnie, não são impossíveis.

- O que você sabe sobre eles?

- Você queria ser médico. Por causa do casamento você deixou seu sonho de lado. Mesmo sendo difícil, ainda pode correr atrás deles. Não vê?

- Não é tão fácil assim...

- Nada é fácil, mas nós podemos tentar. Você passou tempo demais se abstendo de ser feliz para ser responsável.

- Não é o que os pais devem fazer? - Sinto certa reprovação em suas palavras. Ele está falando de mim. Ou melhor, de Alinna.

- Sim. Porém os filhos não serão felizes se os pais não forem. Deve saber disso.

Ele suspira pesadamente.

Nós ficamos em silêncio por um tempo, olhando as ondas batendo na areia.

- E quais os seus sonhos, Ali? - pergunta de repente, e eu abaixo o olhar.

O que posso dizer?

Não posso falar dos meus sonhos para Vinnie, meus verdadeiros sonhos, não os de Alinna, os que ela estava vivendo neste exato momento em algum lugar do mundo.

Queria dizer a ele sobre meu desejo de ter uma família para amar.

O sonho que vivi ali com ele, que não passava de uma ilusão.

Talvez eu devesse ser corajosa e dizer que meu sonho, desde que me apaixonei por ele, era que ficássemos juntos para sempre.

Não seria justo.

Porque era um sonho impossível.

Então, sem poder falar eu me inclino o beijo.

Ele acaricia meus cabelos e encosta a testa na minha.

𝐓𝐡𝐞 𝐄𝐱𝐜𝐡𝐚𝐧𝐠𝐞 | 𝐕𝐢𝐧𝐧𝐢𝐞 𝐇𝐚𝐜𝐤𝐞𝐫 ✓حيث تعيش القصص. اكتشف الآن