— Músicas autorais, Ally. São boas e ajudei com algumas — o homem fala e fico o observando. Quando ele fez isso? Ontem? Ele é o amigo com quem Harry ficou na tarde de ontem?

Pela forma que eles estavam se beijando, tenho certeza que não fizeram só música.

— Então você é o amigo com quem ele ficou ontem? — Pergunto, não foi uma pergunta bem pensada, simplesmente disse. Frank arregala os olhos e me olha assustado, caramba, ser gay e ser discreto andam juntos.

— Como você sabe? — Frank pergunta baixo.

— Harry me contou que estava com um amigo ontem... Apenas deduzi — dou de ombros e ele acena com a cabeça.

— Então, vai nos ajudar tocando o baixo? — Pergunta e fico olhando para ele. Frank se aproxima mais de mim e junta suas mãos. — Por favor, Ally. Você é a pessoa mais incrível desse clube — ele pede e reviro os olhos brincalhona.

— Se você quisesse que eu tocasse baixo, teria pedido para mim ontem

— Ha! — ele ri e se afasta um pouco de mim. — Ontem não foi algo cem por cento planejado, Ally. Agora estou pedindo para você ajudar a gente a fazer música, vamos lá, eu sei que você adora isso.

Sorrio e isso faz Frank sorri também.

— Tá bom — digo convencida, o homem agarra meus ombros.

— Você é a maior! — Exclama e dá um beijo estalado em minha bochecha. Solto uma risada envergonhada e mexo minhas mãos.

— Interesseiro — resmungo e Frank apenas sorri para mim.

— Rabugenta — brinca e mando o dedo para ele.

No entanto, não poderia ficar brava com Frank mesmo se eu quisesse. Ele é uma pessoa adorável. Eu gosto dele e só pelo fato de sermos amigos é algo que me agrada bastante. Posso dizer que Frank e Megan foram as duas pessoas que me ajudaram a levantar enquanto eu estava caída. Khalil morreu no meio de novembro e cheguei aqui faz pouco tempo. Se não fosse pela minha amiga e a simpatia de Frank, eu poderia estar mais aprofundada em minha dor, entrando em uma depressão que seria difícil de sair. A solidão é um merda, mas ao menos encontrei duas pessoas que não me fazem sentir tão só assim.

Harry chegou quando George estava saindo com Sugar em seus braços. Não havia concordado com a aposta, mas mesmo assim Frank me deu vinte pratas. Afinal, Megan não deu tapa em ninguém, se fosse o contrário eu não daria dinheiro para o meu amigo de jeito algum. Talvez uma lata de Coca-Cola com frango frito, mas com certeza não daria a ele vinte pratas.

— Então você toca baixo? — Harry pergunta curioso e eu começo a afinar as notas do instrumento.

— Uh-hum — respondo e me sento em um banco. Levanto minha cabeça e os olhos verdes de Harry estão me encarando. — Surpreso?

— De uma maneira boa — sorri um pouco, em seguida ele pega a garrafa de Coca-Cola e bebe. — Como se interessou?

— Mamãe tinha um disco da Rosetta Tharpe, foi paixão à primeira 'ouvida'. Aprendi baixo e guitarra com o filho do Pastor — conto a história resumida e o moreno prestou atenção. — Mas você vai tocar hoje de novo? — Pergunto curiosa.

— Não sei, quero treinar umas músicas primeiro e preciso de ajuda com baixo.

— E aqui estou — sorrio, o moreno sorri também. Observei Chris e Bailey chegarem, eles também são da banda e são irmãos. Só que meus olhos acabaram voltando para os olhos de Harry e o britânico sorri para mim.

No entanto, saindo imediatamente desse transe escuto Frank dá algumas batidas na bateria chamando a atenção de Harry e a minha também.

O homem sorri e levanta as sobrancelhas. Isso faz com que Harry piscasse para ele.

Astromélia || H.S || CompleteWhere stories live. Discover now