45. i need to talk.

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Megan Rutherford, point view
Penn State University, Pensilvânia

— Merda. — eu digo, olhando o relógio do meu celular. Eram oito e meia da noite, e eu estava atrasada. Guardei ele no bolso da minha calça com a mesma mão que eu o peguei, já que na outra eu segurava um copo de café do Starbucks. — Chase, pode me deixar em casa?

Chase começou a trabalhar aqui a algumas semanas, depois da festa de aniversário do Jaden. Hoje era a noite anterior do draft do Tayler, o qual eu prometi para ele que passaria junto.

— Claro. — o moreno responde, batendo as mãos no avental verde escuro da biblioteca. Caminhamos juntos até a entrada, fechando a porta por trás de nós e indo em direção ao carro se Chase.

Inicialmente, o caminho foi em total silêncio. Mas quando a quinta música já tocava e eu pensava mais alto do que falava, resolvi abrir a boca.

— Eu vou terminar com o Tayler.

Oi? — Chase pergunta perplexo. Por segundo ele vira seu olhar para mim, tirando sua atenção da estrada. Dou um tapa na perna dele. — O que você quer dizer com isso? Vocês namoram tipo, desde novembro.

— Sim, sete meses. — eu digo, e suspiro pesado. Hudson tinha uma cara horrível pra mim. — Eu juro que eu tentei Chay, juro pela minha vida.

— Mas ele não é o Jaden.

Não respondo. Chase sabia qual seria minha resposta e eu também. Voltei a olhar para os meus dedos, como se assim eu pudesse fugir daquela realidade. Eu não queria assumir isso pra mim.

— Eu já te avisei sobre ele Megan... — o meu melhor amigo diz. —, mas eu sei que eu avisar de novo vai ser que nem falar com uma parede. Ele vai te machucar, porra. Falo isso porque conheço o amigo que tenho.

— Eu sei, mas não vai ser nada do que eu já passei.

— E quem te segura disso? — ele começa. — Você sentiu na pele como é estar junto com Jaden Hossler. Você sabe do que ele é capaz. Que tipo de segurança que ele dá de que vai tratar você de forma diferente?

— Porque eu sei que ele vai tratar. — eu respondo. Não comentei com Chase sobre a festa de Vinnie. Não comentei sobre ele me dizer que me queria só pra ele. Não falei isso para ninguém. — Se eu não soubesse, eu não me meteria nisso.

Fomos em silêncio o resto do caminho todo. Chase estacionou o carro, e andou comigo até a entrada do meu prédio. Nos olhamos por pelo menos dois minutos inteiro até ele resolver falar de novo:

— Porra, Megan. — ele começa. — Eu amo muito você. Não faça nenhuma burrada ok?

Chase se despede de mim com um beijo na testa. O abraço forte, e prometo para ele que vai farei nada de errado, pelo menos não dessa vez.

Entrei no prédio e corri para meu dormitório. Precisava sair daqui o mais rápido possível.

[...]

— Megan, que bom te ver de novo!

Foi o que Karri, mãe do Tayler, disse ao me ver. A abracei forte, e cumprimentei todos do resto da família de Hol que estavam ali.

— Estão animados pra hoje a noite?

Eu e Tayler viemos de carro de novo. Eram mais ou menos oito da manhã, e o draft dele seria daqui a mais ou menos doze horas. Bom, eu estava animada, e visualmente Hol também estava.

A família dele nos levou para almoçar. Passei a tarde com a irmã dele, que também estava duplamente animada sobre hoje a noite. E quando eu vi, já eram cinco horas da tarde, e eu estava correndo de um lado para o outro para poder terminar de me arrumar.

Enquanto Emily fechava meu vestido, Hol ajudava a colocar meus sapatos. A mãe dele arrumava a mesa e Emily saia do quarto.

Bom, é agora.

— Tayler...

Ele levantou o olhar para mim, confuso. Engoli em seco, mas eu não poderia desistir agora.

— Nós precisamos conversar.

Sentei na cama com ele, segurando as mãos dele. A vontade de chorar veio, e quando eu vi, meus olhos já estavam cheios de lágrimas. Merda, odeio ser super-sensível.

— Eu te amo demais, e só Deus sabe o que você me faz sentir. — eu continuei. — Eu tenho um carinho enorme por você, e nunca, jamais, te vejo fora da minha vida.

— O que aconteceu?

— A questão é que as coisas não estão legais aqui. — aponto para o meu coração. — E Hol... queria que você fosse o dono de todos os meus batimentos cardíacos, mas...

— É ele não é? — ele pergunta, calmo. Não levantou a voz em nenhum momento. Fiquei impressionada. — Eu vi como ele olhava pra você. Vi como ele me bateu naquele dia. Só me diga que é, por favor.

— Sim, — eu fungo. — é o Jaden.

— Porra...

Ele diz, e eu sinto que perdi o chão. Encosto minha cabeça nos ombros dele, e sinto as mãos de Holder agarrarem um dos meus joelhos. Chorei, borrando a maquiagem e molhando o terno que ele usava.

— Porra, eu tentei, eu juro que tentei. Mas todas as vezes que eu fechava os olhos eu via ele, e puta merda, eu te amei tanto... Mas não é justo comigo e com você. — digo, e levanto a minha cabeça. — Eu te amei, ok? Eu juro que te amei. Te amei pra caralho.

— Eu te amo, Megan. — ele diz. — No presente. Eu te amo.

Meu coração se cortou. Levei minha mão para a bochecha dele, acariciando a mesma.

— Podemos ser nós, pela última vez, hoje? — ele pergunta. — E amanhã você não será mais minha e eu não serei mais seu. Você pode seguir sua vida. Só preciso de você hoje comigo.

— Você me terá sempre, seu idiota. — damos um risinho juntos. — Você será sempre o me amor. Conte comigo pra tudo.

Ele sorriu, e eu me estiquei até ele e o beijei. Beijei como se a minha vida dependesse disso, como se fôssemos morrer amanhã. As lágrimas salgadas também estavam lá.

Ele secou as gotas debaixo dos meus olhos e me ajudou com a maquiagem. Ajeitei seu terno, e descemos de mãos dadas, juntos.

Eu e ele, pela última vez.

| 𝟱𝟬𝟱! 𝗃𝖺𝖽𝖾𝗇 𝗁𝗈𝗌𝗌𝗅𝖾𝗋.Where stories live. Discover now