| 𝟱𝟬𝟱! 𝗃𝖺𝖽𝖾𝗇 𝗁𝗈𝗌𝗌𝗅𝖾𝗋.

36. parents.

— Eu sou o namorado dela. — Jaden disse, me trazendo para mais perto do seu corpo. — Prazer, Jaden Hossler.

Ele estendeu a mão esquerda, a que não estava em volta do meu corpo, e apertou as mãos do meu padrasto e da minha mãe. David não falou nada, mas minha mãe ficou o observando dos pés a cabeça.

— Você é filho dos Hossler's. — ela diz, antes de jogar o cigarro no chão e pisar no mesmo.

— Sim, eu sou.

Sinto muito você estar passando isso por causa de mim. Era o que eu queria dizer. Mas nada saia da minha boca, nenhuma palavra sequer. Eu estava atordoada demais para sequer conseguir falar alguma coisa.

— Nós precisamos ir agora. — ele diz, e aperta meu corpo novamente. Me despeço com um olhar para a minha mãe, e começo a ser guiada pelo louro até o meu grupo de amigos.

— Megan! — minha mãe exclama. — Me mande notícias!

Me despeço de Samantha Rutherford com um pequeno sorriso, uma linha fina em meus lábios volumosos. A feição de choro toma conta do seu rosto, e eu viro o meu antes mesmo que pudesse começar a chorar.

Íamos direto para a estrada. Dessa vez, Nailea e Melissa iam o banco da frente, enquanto eu e Jaden íamos atrás - segundo os médicos, não podia ficar sem "vigia" pelos próximos 3 dias.

E assim, voltamos para Penn State.

[...]

A primeira pessoa que eu vi, assim que botei o pé para fora do carro, foi Tayler.

Já era cinco da tarde quando chegamos em Penn State, e o sim se punha um pouco atrás do prédio principal do campus. Pessoas andavam pelo gramado, e folhas secas voavam com o vento.

— O que você está fazendo aqui? — eu perguntei. Abracei meu corpo por conta do frio.

— Eu precisava ver como você estava... — ele
começa. — Avani me disse o que e aconteceu e eu peguei o primeiro ônibus pra cá. Ontem mesmo.

— Tayler, mas a sua família...

— Quem fez isso? — ele pergunta. Levo meu olhar até onde ele olhava, e vejo uma mancha roxa no meu braço esquerdo. Eu sabia como ela tinha ido parar ali. Jaden me segurou tão forte que ambos dos meus braços estão com marcas de mãos dele. Além da minha cabeça enfaixada, claro. — Megan?

— Eu tive uma crise de pânico ontem e o Jaden-

— Foi ele? — Jaden pergunta preocupado. Não tive tempo de me explicar, porque quando vi, de já estava correndo em direção ao carro de todo mundo. — Cadê essa putinha?

Eu não podia correr. Merda Tayler, eu não podia correr. Não tive escolha, e então, comecei a correr atrás de Tayler para impedir que ele quebrasse Jaden no meio.

Tarde demais.

— Você é um idiota né? — Tayler diz, empurrando os ombros de Jaden com uma força tremenda. — Quem que você pensa que é?

Jaden devolveu o empurrão na mesma força, encarando Tayler direto nos olhos. A diferença de altura entre os dois era visível, mas em nenhum momento eu vi Hossler se distanciando por medo.

Eles rolavam no chão de grama enquanto eu tentava separá-los. "Só brigaram uma vez por garota", a fala de Riley pairou na minha cabeça. Merda, eu não podia gritar, mas estava fazendo o contrário disso.

Tayler estava sangrando. Jaden também estava sangrando. E eu estava desesperada, chorando, como se tivesse voltado no tempo e estivesse presenciando a briga dos valentões do ensino médio pela garota mais bonita do colégio.

— Sai dai cara, a polícia tá vindo. — Hall disse, se metendo no meio e tentando puxar Jaden. Tentativa falha. — Porra, Jaden! A polícia!

Tayler saiu dos braços de Jaden, acabado tanto quanto ele. E eu chorava, chorava e chorava, porque não achava que tinha que presenciar isso de novo. Nunca mais achei que brigariam por causa de mim.

— Vocês são uns idiotas! — gritou Nailea. — Eu vou levar Megan para o dormitório, se virem vocês aí.

Ainda chorosa, Nai me ajudou a levantar do chão. Junto com ela, Chase e Melissa vinham junto comigo. Avani já estava na direção do carro quando chegamos até ele.

Sentei no banco do carona e desabei. Chorei o máximo que pude, manchando a minha camisa de lágrimas. Ninguém me parou, e no fundo, agradeci por aquilo, porque o que eu mais precisava era chorar. Chorar por tudo.

Minha cabeça latejava e meu nariz estava entupido. Mas não parei de chorar, porque aquela era a única maneira de me manter bem. Limpando o corpo com lágrimas.