3 - Crime sem castigo

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Já Julian, explorava os quartos do primeiro e segundo andares, em busca de algum indivíduo indesejado. O quarto em que sr. Junqueira ficava era ainda um andar acima, os dos andares anteriores serviam para visitas e criados. Por fim, Will, que já tinha terminado sua parte nessa etapa do plano, corria rua abaixo para pegar a mini caminhonete de Heitor e levá-la até a saída do porão. Apesar de terem entrado pela frente, eles não queriam sair por lá. Sabe-se lá quanto tempo demorariam na casa, poderiam até amanhecer lá. Ou então, e se algum vizinho chegasse? Seria mais seguro sair pelos fundos. Eles teriam entrado também, se a rua não estivesse tão deserta naquela hora.

Enquanto caminhava de um lado para outro, com os ouvidos atentos a qualquer disparo, Eliane se indagava "como eu me meti nessa situação?". Ela começou a se recordar da primeira reunião com o grupo. Ela e Julian tinham terminado a pouco tempo, porém, decidiram continuar amigos. Há uns meses que a garota confessava a ele seu desejo de fazer algo grande, então, Julian viu como a oportunidade perfeita para ela. Sua sede de vingança estava tão grande na época que ele nem conseguia se conter. Juntando isso à crise de Eliane e algumas conversas que Heitor e Julian já tinham tido, a coisa estava feita. Durante uma noite de sábado, os irmãos apresentaram o plano para os outros, que, após o choque, se interessaram e se enturmaram mais. Agora, ela se perguntava se tinha feito a coisa certa, matar um homem? Aquilo não era um pouco demais? "Não!", ela pensou, "você já está aqui, agora vai até o fim!", e continuou suas rondas, prestando mais atenção ainda nos alarmes, ao mesmo tempo que listava todas as coisas ruins que Mário já tinha feito para os envolvidos.

Heitor e Letícia subiram para os aposentos "presidenciais" depois da aventura na sala de comandos.

"Será que a senha é a mesma?", Heitor perguntou.

"Mesmo se não for, eu sei onde eles guardam a chave reserva", Letícia respondeu. O clique seguinte indicava que a senha continuava a mesma.

Os dois adentraram o quarto, que era três vezes maior que a sala de sua casa, observou Heitor, odiosamente. Quando estavam quase chegando na cama, as mãos dos dois frias e suadas, o Walkie Talkie de Heitor apitou. Num sobressalto, o garoto sacou o aparelho e colocou no ouvido:

"Heitor, emergência, a esposa do seu Mário acabou de passar pela cozinha. Eu tinha terminado a busca e estava voltando para a sala, para ajudar a Li, quando ela passou. Me escondi o mais rápido que pude, mas ela parecia que estava subindo. Cuidado", a voz de Julian saiu no ouvido de Heitor. "Pensa rápido", Heitor falou em sua mente, "pensa, pensa, pensa, pensa!"

"Heitor?", Letícia sussurrou.

"Tícia, pega aqui a solução de arsênio que eu vou descer para a escada. A sra. Junqueira está vindo. Aparentemente ela desceu para a cozinha e está voltando", e tirou da bolsa um pote lacrado com um líquido de coloração prateada e textura grossa, juntamente de uma seringa. "Boa sorte", ele disse, e então saiu do quarto rápida e silenciosamente.

No momento que Letícia ia dar o passo em direção à cama de Mário, notou um sensor no topo do quarto, no meio dos livros que ficavam na estante. Ela não conhecia aquele sensor. Talvez ele estivesse desligado, pois ficava bem no meio da passagem do quarto. Logo em seguida ela se lembrou. Ao lado da cama tinha uma passagem para o andar de baixo. Provavelmente a sra. Junqueira tinha descido por ali. E ela também subiria por ali.

A garota se afastou para o canto, nas grandes estantes embutidas, que ocupavam as paredes inteiras. Sentou-se no chão, colocou sua máscara, encheu duas seringas com arsênio e pegou seu Walkie Talkie.

"Tor", ela sussurrou. "A velha desceu pela porta que tem aqui no quarto, por causa do sensor. Volta para cá. Agora. Põe sua máscara."

"Certo", Heitor respondeu.

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