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sᴀɴᴛᴏʀɪɴɪ, ɢʀᴇ́ᴄɪᴀ

A ruiva me encarava de cara fechada, o que me fez abrir um sorrisinho de lado

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A ruiva me encarava de cara fechada, o que me fez abrir um sorrisinho de lado.

━ Você me chamou do que?! ━ Perguntou séria e eu a olhei da cabeça aos pés, reparando na mesma.

Meu pai havia me mandado fotos dela, para que eu a reconhecesse quando a visse no portão de desembarque. Não foi difícil a encontrar, o cor do cabelo dela chamava bastante a atenção, ainda mais que ele estava um pouco... armado.

Voltei o olhar para o rosto de Luna, que continuava me olhando séria.

Sorrio e me aproximo da mesma, estendendo a minha mão para a cumprimentar.

━ Te chamei de Luna. ━ Digo cínico. ━ Não é esse o seu nome? ━ Pergunto.

Ela olhou para a minha mão e em seguida voltou a atenção para o meu rosto.

━ Vamos antes que eu faça você voltar no mesmo avião que veio. ━ Resmungou e virou as costas, saindo na frente.

━ Mal educada. ━ Murmuro e a sigo, puxando as minhas malas.

*

Santorini não era um sonho. Sim, a ilha era paradisíaca e eu iria gostar de a conhecer, mas aquilo não iria mudar muito a minha vida como o meu pai parecia pensar.

Na cabeça dele, eu chegaria em Santorini e logo mudaria toda a minha maneira de pensar e agir. Senhor May queria que eu encontrasse algo de interessante para fazer, além de sair para festas, me meter em algumas confusões e depois voltar para casa no meio da madrugada.

Pensando bem, eu acho que ele só me mandou para aquela ilha para que eu saísse logo da casa dele e da minha mãe.

Os dois tomaram a decisão de me despachar, e mesmo eu não concordando nem um pouco com aquilo, não tive assim muito sucesso em convencer os dois a mudarem de ideia.

Por que eles achavam que eu ia mudar morando com uma estranha em um lugar tão longe de casa? Para mim, eu estava de férias, e óbvio que aproveitaria aquilo.

━ A minha casa não é grande, ok? ━ A ruiva avisou, assim que eu entrei na casa dela.

Parei no meio da sala, olhando ao redor e em seguida observando ela trancar a porta.

━ Logo ali é a cozinha. ━ Apontou e eu olhei na direção, vendo o cômodo, que era separado da sala por um balcão.

Luna caminhou, chamando a minha atenção para ela novamente, e parou em um corredor.

Arrastei as minhas malas, me aproximando da mesma.

━ Aqui é o seu quarto. ━ Disse, me indicando a porta. ━ O meu é logo ali e a última porta do corredor é o banheiro.

Olhei para todos os cantos.

━ Sua casa é pequena. ━ Digo.

━ Foi o que eu disse. ━ Resmungou e se afastou, voltando para a sala.

Suspirei e carreguei minhas bagagens até o quarto que ela disse ser meu. As deixei no meio do cômodo e olhei ao redor, observando o lugar.

Não era grande como o meu antigo, mas era o suficiente. A cama de casal quase tomava todo o quarto.

O guarda roupa ficava no canto, em uma das paredes. De frente para a cama, tinha uma estante, que segurava uma TV e duas caixinhas pequenas de som.

Saí do quarto novamente, indo para a sala e vendo que Luna não estava ali. Olhei para a cozinha, vendo a mesma olhar dentro da geladeira.

Me apoiei no balcão, a olhando.

A ruiva agora não estava mais com o cabelo solto, ela o prendeu em um coque mal feito no topo da cabeça.

Observei ela fechar a geladeira e se virar na minha direção, pulando de susto.

━ Está devendo, salsicha? ━ Pergunto sorrindo.

━ Para de me chamar assim. ━ Falou séria. ━ E não, eu não estou devendo. Só não estou acostumada com outra pessoa na minha casa.

━ Você é tão solitária assim?

━ Eu não sou solitária! ━ Respondeu e eu levantei uma sobrancelha, duvidando da afirmação dela.

Luna bufou, virando as costas e começando a fazer algo na pia.

━ Precisa se acostumar. ━ Falo, quebrando o silêncio. ━ Agora seremos parceiros de quarto.

━ Seremos parceiros de casa, o quarto cada um tem o seu. ━ Disse.

━ Eu não me importaria de dividir o quarto com você. ━ Digo baixo e ela se vira, com uma faca de serra nas mãos.

━ Olha aqui, garoto. ━ Falou séria e se aproximou do balcão, apontando a faca para mim. ━ Eu só aceitei em deixar você ficar um tempo na minha casa porque o meu pai é um grande amigo do seu e insistiu para que eu fizesse isso por ele, mas eu não vou ficar aturando suas gracinhas. Se preciso, eu deixo você dormir na rua.

Me segurei para não abrir um sorriso, mas foi inevitável.

━ Você fica muito lindinha brava, sabia? ━ Sussurro, me inclinando na direção dela.

Luna ficou vermelha. Não entendi se havia sido de raiva ou de vergonha, mas pareceu muito a primeira opção quando ela encostou a ponta da faca em meu pescoço.

━ Eu estou falando sério. ━ Disse e eu arregalei um pouco os olhos, concordando de leve com a cabeça e segurando em seu pulso para afastar a mão dela e aquela faca.

Ela voltou para a pia e eu fiz careta, passando a mão em meu pescoço.

━ Maluca. ━ Resmungo.

━ Você não viu nada! ━ Retrucou e eu revirei os olhos.

***
Que menina perigosa!

𝑺𝒕𝒊𝒍𝒍 𝑰𝒏 𝑺𝒂𝒏𝒕𝒐𝒓𝒊𝒏𝒊 ✓Where stories live. Discover now