SIM!

Não. É só que...bem, eu nunca fui muito bom em pedir ajuda, você sabe!

- Sei sim! - ela soltou outra risada - Lembro quando você caiu do escorregador na escola aquela vez. Acho que tinha uns oito na época. Você se ralou todinho e não queria de jeito nenhum contar para a professora. Sorte que o Zayn contou assim mesmo!

Eu também rio lembrando daquele dia. Já minha mãe, inspira fortemente antes de ficar mais séria e continuar falando.

- Você demorou muito para me contar o que estava acontecendo lá em Londres, Boo. Quase teve que trancar a faculdade! - ela me olha com pena - Sorte que me ligou aquele dia!

- Eu liguei?

- Claro meu amor, não se lembra? - Faço que não com a cabeça - Uma noite, no começo de dezembro passado, você me ligou chorando e contou tudo o que estava acontecendo. Falou sobre o Nick, o emprego no café e sobre a faculdade. Já era madrugada, mas eu dirigi até Londres e passei o resto da noite lá com você. No dia seguinte, a gente fez uma lista de tudo que iríamos precisar para que você pudesse se manter na faculdade e bem...nós conseguimos, não é?

- Sim! Nós conseguimos mãe! - corro para seus braços e a aperto forte - Obrigado por tudo!

- Não há de quê meu filho. Eu tenho tanto orgulho de você, Boo!

Eu intensifico o abraço e me permito me perder em meio ao cheiro do cabelo dela. Encaixo meu rosto em seu pescoço e deixo que as lágrimas escorram. É tão bom ter aquela sensação de casa em uma pessoa. É bom saber que sempre, não importa o quê, eu terei ela e ela a mim.

- Boo? - ela chama em meu ouvido enquanto acaricia minhas costas - Eu sei que tem algo errado e está tudo bem se não quiser me contar. Mas quero que saiba que eu estou aqui, para te ajudar no que for preciso!

- Eu te amo mãe!

- Também te amo, meu querido!

***

Já é quase hora da janta quando meu primo, Charlie, e a namorada, Alex, chegam em nossa casa. Lottie e Shawn também se juntam a nós para a noite que passa rápido. Mal percebo e já estou de pijamas no meu quarto, escovando os dentes enquanto Harry arruma suas roupas. A luz se apaga e somos só eu e ele de novo. O clima continua um pouco desconfortável, mas já estou me acostumando ao formigamento que sinto quando estamos próximos.

- Lou? 'Tá acordado? - chama um tempo depois, nós dois totalmente imóveis simplesmente olhando para o teto branco do quarto.

- Estou sim. Está tudo bem?

- Sim, eu só... só queria saber o que você queria me dizer ontem na festa.

- Ahh, sim! E-eu, eu queria dizer...queria conversar na verdade, sobre aquele dia no shopping. Parece que as coisas ficaram meio estranhas entre a gente depois daquilo.

- Parece mesmo - ele diz apenas.

Você bem que poderia me ajudar nessa, né Harry?

Então...me desculpa de novo por ter te beijado sem a sua permissão. Não devia ter feito isso.

- Tudo bem! Não é como se eu não quisesse fazer isso a muito tempo! - por um momento eu congelo, repassando sua fala na minha cabeça e procurando significados, formas de eu ter entendido errado.

- O que? - Viro meu rosto para ele e Harry se ajeita na cama, se colocando de lado.

- Ué, é verdade! - consigo ver suas bochechas vermelhas e seus olhos parecem transmitir a mesma insegurança e formigamento que eu - Eu também estava querendo falar com você sobre isso, mas estava com medo, porque a gente é amigo e eu não quero nunca perder isso, mesmo que...mesmo que eu tenha gostado muito do beijo.

É impossível conter o sorriso que aparece no meu rosto. Ele é tão forte que tenho a impressão que ficará lá para sempre. Quase que, em um pulo, me viro na cama, já levando minha mão para a bochecha exposta de Harry e a boca de encontro a sua. Ele corresponde imediatamente. Por algum tempo, nos contentamos apenas com aquele selinho demorado e intenso, até que nossos corpos começam a pedir por mais do outro.

Peço passagem para aprofundar o beijo e ele cede instantaneamente. O ar se faz necessário e nos separamos apenas para recuperá-lo e mudar nossas posições. Agora é Harry quem segura meu rosto e eu sua cintura. Minhas costas estão na cama e ele se apoia sobre mim. Subo a mão para os seus cabelos enquanto ele desce a sua para o meu peito, percorrendo até a barra da minha camiseta. Seus dedos entram em contato com a minha pele e o choque se espalha por todo meu corpo, me levando a aprofundar ainda mais o beijo - se é que isso é possível - e trazê-lo cada vez para mais perto de mim.

Pela noite, não passamos de bocas coladas e algumas mãos bobas. Harry dorme abraçado ao meu corpo e cai no sono antes de mim. Passo um longo tempo acariciando seus cachos e o observando, sendo grato por saber que pelo menos em alguma realidade tive a sorte de encontrar alguém tão maravilhoso quanto ele.

*****

Eu chorei escrevendo esse capítulo, chorei revisando e chorei colocando ele aqui! 

Sei que esse capítulo tá pequeno, mas vou compensar no próximo que tá diabético de tão meloso, mas eu amei.

E como sou uma pessoa de bom coração, a próxima att sai amanhã!

All the love, L.

No Matter Where | l.s.Where stories live. Discover now