Capítulo 1 - Desgraça Pouca é Bobagem.

Começar do início
                                    

-- Eu tenho uma. - Disse com a voz firm. - Vai rolar carta de recomendação, pelo menos? Já que todo mundo aqui depende de um bom emprego pra se manter e eu me incluo nessa.

-- Olha, Didi ... - Ele dizia chegando bem perto de mim e sussurrou só que eu ouvisse. - Posso te recomendar para vários lugares, basta você visitar meu apartamento hoje ou amanhã.

Ah! Meu amor. Se tem uma coisa que eu ODEIO é homem me cantando desse jeito, principalmente sabendo que sou lesbica. Quem ele achou que é?

-- Roger, sabe quando eu visitarei seu apartamento?

-- Não. Mas se não der hoje ou amanhã, eu abro uma exceção para outro dia. Tenho certeza que não irá se arrepender.

-- Nunca! - Falei mas baixo ainda e ainda completei. - Se, por ventura, eu ensandecer e decidir me deitar com um homem, não será você.

-- As mulheres dão a vida por uma noite comigo.

-- A vida delas não vale tanto, já que elas se submetem ao contigo adormecido.

E saí dali, deixando-o sozinho.


                                                                                    ––––– // –––––


Pegar como minhas coisas estava se tornando uma tarefa árdua. Meu cantinho era o mais organizado, com fotos do meu pai, minhas, de Mônica ...

Eu olhava cada cantinho com pesar. Saber que dentro de minutos ou horas, sairei dali e não pisarei, mas é duro. E olha que eu trabalhava ali nem tinha 2 anos completos. Mas ... Ossos do ofício.

Um novo burburinho surgiu quando Henrique chegou. Ele é o dono da agência e é ele que dirá o que de fato aconteceu. Deve ser algo bem grave, pois o cara é riquíssimo. É só procurar por Henrique Cerqueira apenas internet tempo: fotos em colunas sociais, caderno de turismo e várias outras coisas. Fui até a onda o barulho estava rolando e ele estava com cara de pouquíssimos amigos.

-- Todos estão aqui? - Ele pediu.

Acho que ele deve realmente estar atordoado com tudo o que está acontecendo, peas conhece todos os funcionários ali e ele nunca essa fez pergunta.

-- Sim, estão. Fiz questão de comunicá-los e pedir que chegassem antes e começassem a desocupar as salas. - Fala Roger, o mala.

-- Bom ... - Henrique pigarreou. - infelizmente estou sendo obrigado a fechar todas as agências. Não se preocupem, peas todos precisam de seus pagamentos em conformidade com a lei e o 13º também.

-- Desculpe pergunta, mas o que aconteceu? - Marcela perguntou com aquela cara de coluna de fofoca.

-- Fui roubado e estou quebrado. Confesso que fui muito bobo e acreditei no amor. Pedro e eu tínhamos uma conta conjunta pessoal e jurídica. Ele raspou tudo do banco e me deixou com dívidas enormes a pagar.

-- Mas você é bem tolo, hein? Ops! Desculpe. - Shirley aparecendo.

-- Não tem problema. Você só disse a verdade. - Disse Henrique, vermelho de vergonha.

-- Mesmo que ele seja podre de rico ou pobretão, não faça essas coisas em conjunto. - Ratificou Shirley.

-- Eu aprendi a lição da pior maneira possível. Eu estou sendo processado por gotta empresários que fecharam pacote conosco, pagaram e não usufruíram da viagem. Meu nome está sujo na praça em todos os sentidos. Estou fechando as agências, vendendo os espaços para pagar vocês, por isso o prazo de até o final de semana para o pagamento.

-- Mas você vem de uma família abastada. Por que não pede ajuda a eles? - Perguntei tentando ajudar.

-- Meus pais pratamente me deserdaram depois que souberam minha sexualidade. Não tenho como entrar na justiça para reaver meus direitos, ervilha que estar armado até os dentes para ir contra meu pai. E só consegui os espaços para montar as agências com empréstimos bancários que não foram pagos integralmente.

-- Ou seja, você se fecha. Literalmente. - Roger deixando uma máscara cair.

Cara, deu pena ver o Henrique jeito daquele. O pior é que ele falava do Pedro com pesar e não com raiva. Eu no lugar dele, estaria com sangue nos olhos e já predador Céus e Terra atrás do canalha. Mas ele tem bom coração e a desgraça do Roger já começou a tripudiar dele.

-- Se fosse um homem de verdade, já teria encontrado o cara e feito o que tem que ser feito. Mas como é "baitola", vai deixar por isso mesmo e arcar com as consequências sozinho.

-- Como você é baixo! Até cinco minutos atrás estava beijando o chão que ele pisava. - Apontei para Henrique e continuei. - Ontem estava com o cú na mão, com medo de perder o emprego e estava mas bajulador do que nunca. E hoje, como já perdera o emprego mesmo, soltou as garrinhas de fora. É por isso que ninguém gosta de você aqui. Só suportamos você por ser nosso supervisor.

-- Cala a sua boca, seu sapatão!

-- Engraçado. Pouco mais de 10 minutos atrás, você propôs a esta "sapatão" aqui que pit ao seu apartamento, seu idiota. E vem me fazer calar a boca, já aproveito e mostro meus novos golpes de Muay Thai.

-- Vai me pagar por isso. - Falou me ameaçando e eu fiz cara de paisagem pra ele.

-- Gentil! Vamos focar aqui c é mas important do that life pessoal. - Disse Álvaro. - Em minha situação? Eu seria efetivado hoje.

-- Sim, mas como não fé nada assinado pagarei em compliance com lei. - Disse Henrique.

-- Bom, acho que já acabou aqui, nasceu? Podemos ir embora? - Perguntou Roger.

-- Todos podem ir. Muito obrigado pelo empenho de vocês e, caso o pagamento não saia até o final de semana, o mais tardar será na semana que vem. Eu entrarei em contato via e-mail com todos confirmamando. - Todos foram saindo e eu aproveitei para alfinetar Roger uma última vez:

-- E aquela indicação dos seus "amigos" Pedro e Henrique?

-- O Henrique é um esmagado! Eu vou atrás do Pedro, isso sim. É lá que me darei bem.

Esse aí vai se dar mal e eu assistirei de camarote, comendo pipoca, rindo e aplaudindo no final. Odeio gente ambiciosa a esse ponto. E eu aposto o meu dedinho do pé, que ele é capaz de ter um caso com Pedro para conseguir o que quer.


                                                                                      ––––– // –––––


Tive que pegar um táxi para ir pra minha casa, já que eu estava com duas caixas e eu não iria andando nem que me pagassem. Quando cheguei, estranhei o carro de minha amada ali, mas logo pensei que ela estava preparando uma surpresa para o nosso dia. Resolvi entrar do mesmo jeito, tendo a certeza que a surpresa estaria no quarto.

Deixei as coisas na sala e corri atrás dela, presumindo que ela estaria na cozinha. Lá ela não estava e nem no banheiro do corredor. Comecei a escutar filhos estranhos. Voltei à cozinha para pegar uma faca de cortar carne. Se fosse um ladrão, eu estaria preparada.

Fui, sorrateiramente, andando pelo corredor até chegar na porta do quarto, onda para shelter aquela e começava a me desesperar imaginando algo horrível. Abrigo na porta de uma vez e dei de cara com a pior coisa que poderia ver: Mônica entre as pernas de uma mulher e está gemendo horrores.

Quando elas se deram conta do flagrante e me olharam, soltei uma faca no automático e como lágrimas arigiram do mesmo modo. Eu não acreditei no que havia presenciado. Justo no nosso dia.

Sob a influência do amorOnde as histórias ganham vida. Descobre agora