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LORELY

Depois da conversa de ontem, decidimos que iríamos procurar por informações perguntando aos moradores sobre ele. Bem, se ele morou aqui por um tempo, então alguém deve saber algo sobre ele, não é?

Então, depois que eu acordei hoje de manhã — ou melhor, depois que Brad me acordou — eu já fui tomar banho para ir fazer as buscas. Ele parecia elétrico, animado com as buscas, falando sobre o que ele poderia ter sido em sua vida, criando cenários e tudo mais.

— E se eu era médico? — ele perguntou, enquanto eu escovava meus dentes, depois do banho. Olhei pra ele através do espelho, depois ergui uma sobrancelha.

— Com essas roupas?

Ele olhou para baixo, observando a camisa aberta até a metade do tronco por baixo de uma jaqueta de couro, uma correntinha pendendo naquele meio, calça jeans escura e não tão colada e um par de Dr. Martens nos pés.

— O que é que tem? Eu provavelmente não morri enquanto trabalhava — ele encolheu os ombros, e eu ri.

— Você se veste muito como um jovem adulto inconsequente para ter sido um médico, Brad — eu terminei de escovar os dentes e fui para o quarto.

Brad revirou os olhos, me seguindo.

— Ok, então talvez eu fosse um... ator? — ele tentou de novo, se sentando na cama enquanto eu procurava o que usaria.

— Hm... talvez — cogitei a ideia. — Você não é tão alto, mas é bonito e tem boa pinta. É, pode ser.

— Vou fingir que você não falou que sou baixinho e ficar apenas com a parte onde você diz que sou bonito e estiloso — ele começou, enquanto eu puxava um par de calças jeans rasgadas do guarda-roupas. Eu ri. — Além disso, minha teoria faz sentido. E eu devo ser instrumentista também, porque tenho os dedos calejados.

Olhei pra ele, e ele me olhou de volta.

— Que foi?

— Será que você pode...? — fiz sinal com o dedo indicador, pra ele se virar. — Preciso me vestir.

— Claro, se isso te deixa à vontade — ele virou suas costas pra mim, se voltando para a janela. — Porque sabe, não é como se eu fosse fazer alguma coisa mesmo.

— Mas você pode querer, — eu desenrolei a toalha e tirei meu biquíni — o que é suficiente pra você ter uma ereção fantasma e as coisas ficarem constragedoras. — Vesti um par seco de roupas íntimas e minha calça jeans o mais rápido possível.

— Ereção fantasma? — ele gargalhou, se virando.

— É, ué. Não teve nenhuma ainda? — eu vesti uma camiseta com estampa de flores e coloquei por dentro da minha calça, e ele ergueu uma sobrancelha. — Que foi? Eu sou super gostosa.

Ele mordeu um sorriso e desviou o olhar. Eu soltei a risada que estava segurando, e ele apenas balançou a cabeça, rindo finalmente.

— Respondendo a sua pergunta: não — ele franziu a testa. — Na verdade, eu não pensei muito em sexo, também não dormi pra ter ereções noturnas, então...

— Oh, entendo — assenti, prendendo meu cabelo num coque no topo da cabeça. — E então, pronto pra ir?

Ele se levantou num salto e eu peguei minha bolsa, acompanhando-o para fora do apartamento.

— Tá legal... — ele murmurou para si mesmo, atravessando a porta do vizinho da frente, e eu arregalei os olhos.

— Brad! — sussurrei, olhando ao redor pra ver se não tinha ninguém. — O que você está fazendo?!

Just Like Heaven || Brad SimpsonDär berättelser lever. Upptäck nu