𝑶 𝒔𝒆𝒈𝒓𝒆𝒅𝒐 𝒅𝒆 𝑻𝒉𝒆𝒎𝒚𝒔𝒄𝒊𝒓𝒂 [ 𝑺𝒖𝒑𝒆𝒓-𝑾𝒐𝒏𝒅𝒆𝒓 ]

Ꮲꭺꭱꭺꭰꮖꮪꭼ

Assim que abriu os olhos, Kara foi agraciada com o calor e o cheiro de sal e mar que invadiu seus sentidos de forma serena. A segunda coisa que ela percebeu foi que estava em um tipo de quarto bem arejado com cortinas brancas, lençóis limpos, peônias frescas deixadas em vasos de barro bonitos e que o cheiro de maresia e o som de ondas quebrando próximas dali, a fazia relaxar em um quase estado de dormência. Deixando um gemido indisposto e embargado escapar, ela percebeu também que seu peito estava enfaixado com um tipo de curativo, e da faixa bem limpa e cuidada, um forte cheiro de ervas medicinais podia ser sentido. O lençol que cobria seu corpo estava amontoado em sua cintura enquanto sua forma muscular parecia pesar cem toneladas. Quando enfim seus olhos foram se acostumando com a luminosidade que invadia o lugar, Kara sentiu que sua boca estava seca e sua língua parecia uma lixa. Ela não sabia onde estava ou como havia chegado ali, mas lembrava-se com um pouco de dificuldade do momento em que fora ferida por aquela criatura que possuía garras feitas de Kryptonita, era rápida como um raio e tinha olhos tão negros quanto os de um tubarão. Então, quando tudo parecia perdido, Kara teve o vislumbre do brilho da lâmina de uma espada, cabelos castanhos ondulados e um laço que brilhava como ouro antes de sua visão tornar-se escura e ela cair com um buraco no peito no meio de National City.
No entanto, como se tivessem adivinhado que ela estava acordada e parecia sedenta, alguém entrou no quarto trazendo uma jarra de água e um copo, e não foi qualquer pessoa, Kara percebeu. Era ela. A bela amazona que veio ajudá-la a derrotar aquele monstro quando suas forças se esvaíram.

━ Bem vinda de volta ao mundo dos vivos.

O objeto de seu afeto sorriu de maneira serena e Kara se recostou nos travesseiros com dificuldades assim que conseguiu se sentar. Seu ferimento estava tratado, mas Kara percebeu que seus poderes estavam enfraquecidos porque a ferida ainda não havia se fechado. Se estivesse no auge de seus poderes, ela sabia que já estaria curada.

━ Obrigada, mas o que aconteceu? E onde estou? - a Kryptoniana murmurou com a voz rouca, estendendo a mão para aceitar o copo de água que Diana lhe oferecia.

━ Você está em Themyscira, lar das Amazonas. Dormiu por três dias após ser ferida por uma criatura, um hostil interplanetário. - Diana explicou com uma voz suave, tentando não olhar diretamente para a forma como os músculos bronzeados da Kryptoniana flexionavam enquanto Kara bebia a água. ━ Você sofreu uma explosão solar, o que explica suas condições físicas limitadas, então costuramos seu ferimento.

Kara usava apenas uma cueca de compressão boxer e estaria nua se não fosse pela faixa em seu peito. O abdômen impressionante da Kryptoniana era dividido em depredações beijadas pelo Sol, assim como seus cabelos dourados que recaíam sobre seus ombros como a juba de uma leoa.

━ Obrigada por sua ajuda, mas eu preciso voltar para National-

No entanto, a Kryptoniana não foi capaz de completar a frase porque seu ferimento estalou, arrancando um gemido dela e fazendo com que Diana viesse ao seu auxílio com preocupação.

━ Acalme-se, Kara. - a Amazona foi delicada ao pressionar uma mão em seu peito, do lado oposto de seu ferimento para mantê-la na cama. ━ Ainda não está pronta para voar. Seus amigos sabem que está segura, eles vão ficar bem, agora, você precisa recuperar suas energias.

Recostando-se nos travesseiros novamente, Kara soltou um suspiro cansado ao sentir que suas energias haviam sido drenadas. Naquele momento ela tentou controlar a impaciência antes que sua teimosia a fizesse tentar levantar mais uma vez.

━ Está com fome? Pedirei para que tragam algo para você.

Diana tinha olhos gentis e preocupados que faziam Kara sentir um estranho calor dentro do peito. Ela suspirou abatida e sentiu seus ombros caindo com a exaustão que a estava esmagando. Kara odiava se sentir vulnerável. Ela não gostava de parecer inválida, mas também percebeu que receber os cuidados de uma mulher bonita não parecia assim tão ruim, afinal.