ANTON BRUSMAN estava consertando o motor do avião de um amigo piloto quando o par de pernas mais incríveis que já viu o distraiu e logo depois a droga do motor caiu repartindo seu fêmur em dois. Anton nunca teve ninguém cuidando dele. Era ele quem c...
Amores, vamos de atualização de nosso viúvo tatuado.
Comentem bastante! Se alcançarmos 800 leituras até amanhã, libero mais um capítulo essa semana.
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ANTON
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Eu abro os olhos e não sinto nada por um bom tempo. É como se eu fosse apenas uma cabeça flutuante. Vejo os pares de olhos conhecidos me encarando, seus rostos vão ficando mais nítidos na medida que o tempo passa. É rápido, mas parece uma eternidade. Na medida em que vou recuperando os sentidos percebo que a sensação que me invade é conhecida, mas não só isso, é temida. Meu corpo conhece essa espécie de leveza anestesiada, o distanciamento. É como uma ressaca. Como continuar sendo atingido, sucessivamente, por ondas que ficam te desestabilizando, mas ainda assim, há algum prazer nisso. Uma espécie de prazer que, hoje, sei bem que é destrutivo. Um prazer que não posso me permitir sentir.
O que aconteceu? Minha cabeça questiona. Tento abrir a boca para dizer isso, mas ainda não retomei a mim suficientemente. No fim das contas, eu não preciso perguntar, sei o que aconteceu. Eu estava embaixo daquele avião quando o motor caiu e aquela mulher salvou minha vida. Achei que fosse morrer, mas de alguma forma ainda estou aqui e estou grato por isso.
Enquanto estava sendo retirado de baixo daquele avião eu só conseguia pensar em Mabel. Eu não podia fazer isso com ela. Não poderia deixar minha filha sem ter certeza de que ela ficaria bem, porque por mais que minha família pudesse cuidar dela, minha menina já perdeu a mãe, eu preciso estar aqui por ela.
— Anton, você consegue me ouvir? – Gustavo questiona. Aceno a cabeça e tento erguê-la, mas meu irmão coloca a mão no meu ombro. — Tudo bem, você está saindo do efeito da anestesia, a médica disse que é melhor não se mover muito.
— Onde está a Mabel? – Pergunto. Meu irmão sorri para mim.
— Ela está bem, Anton. Preocupada com você, mas bem. O Arturo está com ela, a Natália foi lá conferir como estão as coisas, mas já está voltando para cá. Você nós deu um susto danado.
