Eu não sabia nem que horas eram, muito menos tinha dinheiro para pedir um táxi ou celular para ligar para Zayn..."Zayn, é isso! Nosso antigo prédio, ele ainda mora aqui!"

Voltei para dentro do edifício e a essa altura Senhor Rodriguez já tinha certeza da minha loucura. Avisei rapidamente que ia subir para o apartamento do meu amigo e ele só assentiu em dúvida. Perfeito, tudo ia ficar bem! Ainda era de manhã, disso eu tinha certeza, o que quer dizer que Zayn está em casa, dormindo provavelmente, mas ainda em casa. Só tenho que pedir para ele buscar minhas coisas no apartamento do bonitão e pronto, tudo resolvido. Sai do elevador no oitavo andar, indo em direção ao apartamento 82.

- Zee! - comecei a esmurrar a coitada da porta. - Abre a porta, preciso de ajuda!

Querido universo, porque você me odeia?
Atenciosamente, Louis!

Isso não era possível! Minha boca ficou em um perfeito "O" quando o cacheado abriu a porta, ainda sem camisa, diga-se de passagem. Aquele era o apartamento do Zayn, eu tinha certeza. Ele nunca se mudou! Mas o que ele fazia aqui?

- Louis, o que está acontecendo?

- E-eu... Cadê o Zayn?

- Na casa do Liam! - quem é Liam? - E a gente deveria estar na faculdade! Vem logo! - Ele me puxou pelo pulso me levando para dentro da casa. Era o meu antigo apartamento, agora eu sabia. E o meu quarto ainda estava lá com as minhas coisas. A diferença é que tinha mais uma cama e uma cômoda branca que não faço ideia de quem seja. - Se troca rápido que a gente tá atrasado! Vou terminar meu chá e a gente sai.

O "cacheado misterioso" - acho que vou chamá-lo assim por enquanto - disse já saindo do quarto. Aquilo tudo era muito confuso, muito estranho. Não era possível! Ainda assim obedeci às ordens. Já que o universo quer brincar, vamos aprender as regras antes da primeira jogada.

E lá estava eu: sentado no banco do passageiro do carro do cacheado misterioso sem saber se ele ia me sequestrar, me matar e esconder meus restos mortais ou não. "Será que ele vai vender meus órgãos?" Meus olhos estavam vidrados naquela figura desconhecida, mas ainda assim encantadora. Foi quando paramos em um semáforo:

- Louis, de verdade, o que você tomou ontem? - disse se virando para mim.

- Eu não sei!

- Meu Deus, vou matar o Zayn quando a gente chegar em casa, já falei pra ele não te dar nada muito forte!

- Quem é você?

- De novo isso? - Ele me olhava com pura confusão e um pouco...magoado? - Está bem! Oi Louis, eu sou Harry Styles, seu colega de quarto! Mais alguma pergunta?

- Colega de quarto? - okay, tudo tinha se tornado um pouco mais confuso agora!

- Cristo! Acho que vou ter que te levar pra fazer uma lavagem nesse estômago. Isso só pode ser efeito de drogas, com certeza! - ele revirou os olhos e voltou a dirigir.

Algum tempo depois chegamos a faculdade. Sim, na faculdade que eu tranquei um ano atrás! Não sei o que estou fazendo aqui e sinceramente, acho que estou com medo de descobrir. Sigo o cacheado misterioso, ou Harry - eu sei que já escutei esse nome, mas não me lembro onde - até uma das salas. As cadeiras colocadas em formato esférico em torno da lousa lembravam muito um teatro grego. Me sento ao lado dele e começo a mexer na minha mochila, afinal já era hora de descobrir o que tinha ali dentro. Infelizmente não era nada demais, apenas alguns cadernos e um livro da biblioteca com a data de devolução marcada para dali três dias.

Em meio a todas as coisas estranhas que tinham acontecido, descobri que hoje era dia 15 de dezembro, o que quer dizer que posso tirar viagem no tempo da minha lista de "por que estou aqui e o que está acontecendo?".

No Matter Where | l.s.Where stories live. Discover now