Abaixei a cabeça, subitamente interessada em minhas mãos.

Ficamos um tempo em um silêncio estranho, não sei muito bem o que acrescentar a essa conversa. Eu nem mesmo quero conversar sobre orgasmos e os falsos orgasmos.

- Stella? – ele chamou baixinho, sua voz tão carinhosa que senti meu coração derreter. – Eu não te forcei a nada, não é?

Me virei devagar em sua direção, apertei sua mão e lhe lancei um sorriso tranquilizador.

- Claro que não.

Endireitei minha coluna e levantei da cama.

- Vai aonde? – quis saber Brian, seus olhos examinando meu corpo nu.

- Banheiro. Já volto.

Não fiquei muito sozinha neste. Brian me deu tempo o suficiente para usar o vaso sanitário, logo depois do barulho da descarga ele entrou o banheiro, abrindo a porta devagar. Ele foi até o chuveiro e o ligou, segurando minha mão e me guiando para dentro do boxe. Entramos de cabeça no chuveiro enorme, o suficiente para que nós dois ficássemos submersos na corrente forte de agua que descia por nossos corpos.

- Ei! – chamou Brian. Eu já tinha me afastado para pegar a toalha, assim que me limpei completamente. Me virei de volta para encara-lo, Brian puxou meu corpo colado ao seu. – Mulher minha não fica sem gozar.

Abri a boca para fazer uma piada sobre o ego masculino frágil referente ao orgasmo feminino. Os lábios do belo moreno a minha frente não me deram tempo disso, me beijando como havia beijado a pouco, a reivindicação e a volúpia dominando cada movimento de sua língua dentro da minha boca, enquanto seus dedos dedilharam a lateral do meu corpo como um pianista talentoso.

Quase me perdi no momento, esquecendo de tudo e todos, exatamente como sempre acontece quando Brian me toca, e beija, assim. Nada, nada mais importa quando ele me toma assim contra ele.

Minha mente lançou um pequeno choque de consciência. Sei que quanto mais demorar para conversar com ele, mais difícil vai ficar.

- Brian... – Era para ser um alerta, mas soou como um gemido. Me afastei devagar, ainda com a respiração ofegante e uma parte do meu corpo implorando para que eu voltasse para seu abraço. – Estou bem, eu só não estou no clima.

Voltei a pegar a toalha e a enrolei em meu corpo.

Brian suspirou frustrado.

- O que foi? Está preocupada com alguma coisa ou é só cansaço? – Brian enrolou a própria toalha no quadril e se aproximou devagar, tocando meu rosto como se eu fosse o objeto mais frágil e precioso que ele já pusera nas mãos.

- Os dois, eu acho. – Forcei um sorriso, me sentando na tampa do vaso sanitário.

Brian se ajoelhou na minha frente e acariciou meu joelho.

- Seja o que for, vamos resolver. – prometeu. Mais do que nunca quis acreditar em suas palavras. – É o seu pai? Ele tentou entrar em contato de novo?

Balancei a cabeça em uma negativa.

Minha mãe a atual esposa do meu pai estão sempre em contato depois da minha festa na editora, com um tipo estranho de amizade. Isso tem me dado um nervosismo diferente, mas na maioria das vezes tento não dar tanta importância para isso. Contanto que eu e Susan não tenhamos que vê-lo nunca mais, mamãe pode ser amiga de quem ela quiser.

- É você.

Ele franziu o cenho, de repente parando com o carinho no meu joelho e se levantando, como se tivesse acabado de levar um susto.

Tudo Que Eu Quero | CONCLUÍDOWhere stories live. Discover now