Beije-Me - Carthur

Capítulo 17

NARRADORA

Arthur corria entre a mata escura enquanto ouvia os gritos de Carla se tornarem cada vez mais altos. O loiro continua correndo e logo se depara com um galpão em chamas. Sem esperar nem mais um segundo Picoli entra no local e começa uma busca desesperada em meio a toda aquela fumaça. Seu coração batia aflito ao ouvir os pedidos de socorro da mulher que amava, mas antes que pudesse perder as esperanças o empresário finalmente encontra Diaz jogada no chão com um pedaço de madeira em cima da perna. O fogo já consumia tudo ao redor do casal, mas antes que pudesse tentar salvar a jovem, Arthur volta a ouvir a voz de Carla sussurrar suas últimas palavras. 

- E-Eu te amo...                        

***

Picoli acorda com a respiração ofegante e com o suor pingando de sua testa. Aquele mesmo pesadelo o atormentava quase todas as noites e o terror que sentia durante o sonho aumentava cada vez mais. O loiro continua assustado mas logo sente a calma tomar conta de si ao ver que Carla dormia tranquilamente abraçada à ele. Rapidamente Arthur suspira aliviado e começa a acariciar o rosto da amada. Ela estava ali, estava bem e era isso que importava. O homem repetia isso diversas vezes quando tinha esse mesmo pesadelo, e de certa forma vê-la ali em seus braços o fazia acreditar que aquele era somente um sonho ruim, e que continuaria sendo só isso. Um ano e meio já havia se passado, e o casal podia dizer que viviam todos os dias em uma eterna lua de mel em Paris. Arthur já havia se divorciado legalmente de Sarah, e tudo o que queria fazer agora era aproveitar a vida ao lado da mulher que realmente amava. O loiro permanece com a carícia nos cabelos da jovem e logo o cansaço começa a pesar em seus olhos, fazendo o sono lhe atingir em cheio. O tempo volta a se passar como num piscar de olhos, e após mais algumas horas dormindo Carla desperta sentindo um sorriso largo se formar em seus lábios enquanto um raio solar aquecia seu rosto. Toda manhã era assim, e após anos sozinha Diaz finalmente se sentia completa. A loira abre os olhos e rapidamente se levanta da cama, não demorando a vestir uma das camisas do namorado ao perceber que Arthur não estava ao seu lado. Em um movimento rápido a jovem continua a procurar pelo amado no apartamento, não conseguindo evitar um sorriso bobo ao finalmente encontrá-lo. 

Arthur se encontrava na cozinha enquanto tentava preparar um café da manhã surpresa para Carla, mas como sempre o loiro não estava conseguindo se sair bem em sua missão. Havia colocado muito açúcar no suco, queimado as torradas e se atrapalhado na hora de fazer as panquecas. O empresário tinha noção de que não sabia cozinhar, mas fazia de tudo para tentar agradar a amada, mesmo que não conseguisse todas as vezes. Vendo o estado do namorado, Diaz entra de fininho no cômodo e o abraça por trás, beijando sua costas nuas enquanto tentava ao máximo segurar o riso.

- Cá...o que está fazendo acordada? Eu queria fazer uma surpresa, mas acho que não deu muito certo! 

O loiro suspira frustrado, mas logo sente as mãos da jovem puxarem seu rosto delicadamente para baixo, roçando seus lábios.

- Oh, meu amor, não fica assim! O importante é a intensão. Te amo!

- Também te amo, meu amor, minha mulher, minha deusa! 

Arthur declara distribuindo beijos por todo o rosto de Carla que gargalhava diante da fala do amado, logo tratando de unir seus lábios em um beijo apaixonado. O beijo começa a se intensificar cada vez mais, mas quando Picoli já estava prestes a tirar a única peça de roupa que cobria o corpo de Carla, um cheiro de queimado toma conta do apartamento e automaticamente um jato de água cai em cima do casal.

- Ai meu Deus, as panquecas, o apartamento vai pegar fogo! 

O empresário exclama desesperado desligando o fogão que havia ficado ligado, enquanto os sensores de incêndio continuavam a lançar jatos de água por todos os lados. O jovem volta o olhar para Carla e se surpreende ao ver que a loira gargalhava sem controle diante dele.