Capítulo 35

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Vincent Castelli

     Casado, definitivamente sou um homem casado, completamente realizado, tenho tudo o que quero, tudo o que preciso, não me falta mais nada nessa vida para ser feliz. Quer dizer, falta apenas a chegada do meu filho que estar por vir e, quem sabe mais alguns que Lara ainda há de me dar.

     Faz uma semana que o meu casamento aconteceu, faz uma semana que estou brincando de casinha e adiando os meus planos, para manter tudo em seu devido lugar, preciso agir. A casa precisa ser dedetizada, sem nenhum bicho peçonhento, preciso mantê-la em ordem e limpa e, agora que minha vida pessoal estar em ordem, nada me dará mais prazer que dizimar esses malditos que tentaram tirar a minha vida, me privando do maior e mais essencial significado da existência de um homem.

     O amor.

     Como é extraordinário amar e ser amado, o amor que sinto e recebo da minha sereia não é a mesma coisa com relação ao amor que tenho com os meus pais e irmãos, claro que eu os amos, para mim, o único amor que eu conheceria seria esse, olhava para o futuro e não via a felicidade que eu tenho hoje. Não permitirei que nada e nem ninguém chegue perto do meu maior bem, que é a família que estou construindo com a minha sereia. Lara será uma mãe maravilhosa, doce e gentil, não quero jamais que ela perca a sua essência, nem que eu precise congelar o inferno para que isso aconteça.

     Faço uma nota mental das pessoas que irei livrar o mundo da sua insignificância, e descido começar pelo o velho e gordo Antonino Fernandes.

     Antonino é da era muito antes do meu pai, faz parte do conselho não por minha escolha, mas por ser um ancião da famiglia. Não apenas no teor da palavra, como de fato, ele deve ter por volta dos setenta, oitenta anos, muito mais velho que o meu pai, mas por ele ocupar um lugar de capo que foi conquistado com sua lealdade a muito anos atrás, porém agora já passou da hora dele embarcar no "trem infernal" com passagem só de ida para o quinto dos infernos.

     Lucca algum tempo depois me entrega toda a vida de Fernandes, onde mora e principalmente onde anda escondido, como um bom rato que é, não tem aparecido em público facilmente, nem mesmo em meu casamento o canalha apareceu, alegou que estava com problemas de saúde. Pois bem, vou dar-lhe a cura eterna.

     ― Qual o melhor dia para fazer uma visita a um velho doente?

     ― Acredite ou não, hoje o pobre doentinho está sozinho na sua casa no centro, veio a cidade para uma reunião, sua família ficou na casa de campo onde o velho tem passado sua maior parte do tempo.

     ― Não quero levantar nenhuma suspeita, quero que pareça que ele morreu por causa natural, por que estava velho e doente, ― jogo a pasta em cima da mesa e olho Lucca ― se os demais suspeitarem que foi assassinato, vão dificultar a minha vingança, e pior, podem querer retaliação, não estou disposto a perder ninguém, nem mesmo o mais novo recruta, entendeu?

     ― Perfeitamente, o velho vai para a cama cedo, a guarda e displicente, há um portão lateral onde um dos meus homens infiltrados vai estar fazendo a guarda e facilitará a nossa entrada no local, sairemos da mesma forma que entrarmos, sem vestígio e sem sujeira.

     ― Bom, que horas?

     ― Por volta da meia noite, a guarda vai ser trocada e nossos homens que estarão no controle da mansão.

     ― Muito bem, vou avisar em casa que hoje vou chegar mais tarde, Luigi e Enzo, estão por dentro do plano?

     ― Por dentro e ansiosos, diga de passagem ― Lucca ri ― aqueles dois parecem crianças a procura dos presentes de natal, quando se trata de brincar com alguém, principalmente quando é um peixe grande.

Salvando o MafiosoWhere stories live. Discover now