Last summer, when I bloomed • Jaywon

17. 한 여름밤의 꿈

ㅡ Ele ainda está lá na entrada, caso queira vê-lo... ㅡ a menina mais jovem disse, mostrando um sorriso tímido.

Larguei tudo e saí correndo pelo corredor à fora. Desci as escadas e ultrapassei todo mundo, num desespero que não cabia em meu peito; tão afobado que parecia que meu coração iria sair pela boca. Eu estava cheio de medo, mas não sabia exatamente do quê.

Enquanto eu corria, ouvi o sinal tocar, então logo uma onda de alunos encheria a saída, onde provavelmente estava aquele que procuro. Apressei o passo, mas quando cheguei na entrada, ele não estava lá. Varro todo o local com o olhar mas não há sinal algum dele.

Não... não... não... não...

Decidi então caminhar um pouco mais para longe, e para minha surpresa, lá estava ele... Park Jongseong encontrava-se de pé, casualmente parado ao lado do primeiro portão. Mantinha as mãos dentro dos bolsos da camisa oversized escura, e olhava para cima, em busca de alguma estrela para admirar ㅡ o que é difícil, já que agora estamos em Seoul, onde a poluição luminosa é extrema.

ㅡ Jay...? ㅡ chamo, alto o suficiente para que ele possa ouvir.

O mesmo se vira num impulso, me permitindo ver sua face por completo. Quando meus olhos encontram com os seus, todas as memórias do verão passado passam em minha mente como um filme. Desde o momento em que trocamos as primeiras palavras na vinícola, até o nossos últimos olhares na estação de trem.

Memórias do último verão, quando eu floresci.

Era como se eu pudesse sentir novamente o cheiro das praias, das uvas, da lavanda em flor, da terra molhada, o sabor das laranjas nativas, dos concentrados molhos de tomate e das borbulhantes sodas italianas... tudo isso só de olhar no fundo naquele par de orbes doces e amendoadas, que me fitavam repletas de expectativa ㅡ mesmo no escuro, brilhavam como se houvesse luz emanando de dentro delas. Seus lábios tremiam, querendo sorrir de orelha a orelha mas se continham, cheio de receio. Jay estava exatamente igual a imagem que se manteve fixada em minha mente durante o ano que passou.

ㅡ Eu comprei sorvete ㅡ é a primeira coisa que ele diz, enfim deixando parte de sua emoção escapar, através de um sorriso que saiu meio de lado ㅡ Só que eu deixei no apartamento... pra não derreter... Me desculpe...

E ele continuou falando frases soltas, enquanto eu tomava ar, ainda cansado da minha corrida pela escola. Estava em choque em vê-lo ali; honestamente, nem se me beliscassem eu teria certeza de que isso não se trata de um sonho como outros que já tive.

ㅡ Jungwon, eu... ㅡ ele para no meio da sentença, parecendo bem nervoso ㅡ Eu gosto de você mais do que eu gosto de sorvete de pistache! ㅡ berrou à plenos pulmões, o que me assustou momentaneamente. Confesso que levei algum tempo para entender o que ele estava à dizer.

Ele havia falado essa mesma frase em nossa primeira noite juntos, a qual eu respondi com: "um dia quero que grite isso para mim na frente de todo mundo". Não esperava que ele fosse realmente lembrar, e muito menos que fosse fazê-lo.

Segurando a vontade de me agachar e chorar no meio daquele monte de adolescentes que surgiam aos montes, me apressei em caminhar até ele, sendo envolvido num abraço que foi ficando apertado, gradativamente. Ao nosso redor, pessoas reagiram de maneira barulhenta, e tenho certeza de que algumas delas até tiraram fotos ㅡ afinal não é todo dia que se vê uma demonstração de afeto como essas numa escola, e ainda mais entre dois rapazes. Era preciso certa coragem para fazer o que estávamos fazendo, e me orgulho em dizer que fomos capazes.

ㅡ Senti tanto a sua falta... ㅡ enfim falei, com minha voz sendo abafada por suas roupas.

ㅡ Eu sei... Eu também senti muita saudade do meu Jungwon ㅡ disse, em tom ameno.