Prólogo

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Gardênia 1601

Era uma noite de inverno muito densa para a cidade de Gardênia, não havia sequer uma alma vivente nas ruas frias e mal iluminadas daquele simples bairro, a única coisa visível se mexia em meio a tanta neve era um homem com o rosto desesperado correndo a caminho de casa.
Seu corpo estava tão gelado que sua pele se enrijecia e se arrepiava em baixo do agasalho fino, logo achando a porta de sua casa ele a abre com pressa e logo avista uma mulher encolhida na cama do outro lado do pequeno cômodo o homem corre até a mesma e tira um recipiente bonito de prata não muito grande da bolsa que carregava.

- Vamos Briana beba isto, prometo que ficará boa logo logo. Ele levantou a cabeça da mulher até o cálice de prata, logo o mesmo sentiu o recipiente mais leve e viu que as caretas de sua irmã tinha cessado e a deitou de volta.

- Onde achou esse remédio?. Ainda que pouco a diferença era visível no rosto de Briana e seu irmão se alegrou a ver isso.

- O pai de Daiana me deu a receita. Pietro já sabia que ela estava desconfiada e ficou inquieto por isso.
- E o vaso de prata? Onde conseguiu?. A expressão de Briana não era nada boa pra quem estava se curando com o remédio misterioso

- Não acredito que em uma hora como está você pode duvidar de mim, estou fazendo de tudo para você sair dessa cama Briana!
- Exatamente Pietro você faz de tudo e nos dois sabemos que você não tem limites para essas coisas.- ele não tinha mais o que dizer, ela tinha razão, as pessoas próximas da vila não confiavam mais em Pietro depois da morte de seus pais Briana só piorava a cada dia, não havia trabalho ali perto, ele sabia que se quisesse sobreviver em tempos como aquele teria que fazer de tudo, inclusive roubar.

Briana respirou forte e percebeu que já não doía tanto como antes, sem respostas Pietro colocou as mãos na cabeça e andou até chegar do outro lado do cômodo.

- Você sabe que sou grata por tudo que faz por mim, mas tem coisas que você tem que me contar, o jeito que vivemos não é nada bom nem os vizinhos confiam em nos.

- E o que eu posso fazer? não posso ir a outra cidade, não tem ninguém que possa ficar aqui com você - A situação de Briana era frágil ela não poderia suportar a viagem ainda mais em tempos tão gelados.

- Precisamos nos mudar daqui, não temos condições de sobreviver aqui Pietro - O mesmo olhou para sua irmã e logo sua expressão se ruborizou e sua voz se alterou.

- " Nos"? POR Á SUA VIDA EM RISCO NÃO É UMA OPÇÃO BRIANA, VOCÊ TEM A NOÇÃO DO QUANTO SUA SAÚDE E FRÁGIL? - A mesma colocou as mãos no ouvidos na tentativa de amenizar a voz de seu irmão.

- PARE DE GRITAR!, por favor... - A respiração de Briana falhou e seu coração doeu, suas mãos foram parar sobre seu peito e a mesma reclamava de dor, seu irmão correu em direção a ela e colocou a mão na cabeça da mesma acariciando seus cabelos, Pietro se amaldiçoou por ter gritado com ela.

- Tente controlar sua respiração vamos, pense na mamãe e no papai - A expressão do rosto de Briana foi se normalizando aos poucos, e seu irmão se sentou na cama em que segundos atrás estava ajoelhado e respirou fundo levantou a cabeça e olhou nos olhos de sua irmã e a abraçou.

- Me perdoe Ana, você sabe que eu não suportaria a ideia de um dia te perder, você foi a única que me restou. - Briana se separou do abraço e pegou nas mãos do seu irmão e olhou em seus olhos que apesar de muito jovem estavam cansados

Efeito Escarlate Where stories live. Discover now