— Esse anel está na família há muitos anos e meu pai deu para minha mãe quando a pediu em casamento — cada vez que vou descobrindo mais da história dos pais de Noah, mais me apego a eles e na esperança de ter algo assim. — Dona Liz deixou de usar anos atrás, com medo e agora, ele fica aqui.

— Ele é lindo, mas eu também teria medo de usar.

Ele fecha a caixinha e a coloca dentro do cofre novamente, tirando dele um envelope. Respira fundo e me entrega.

— Esse envelope tem as informações dos meus pais biológicos — fala como se não fosse nada demais e fica olhando o papel pardo que agora está em minhas mãos. — Nunca tive coragem de abrir.

Fico em choque.

— Você tem isso há quanto tempo?

— 10 anos.

Arregalo os olhos e, com muito cuidado, coloco onde achei. Ele permanece olhando minuciosamente cada movimento meu e suspira. Empurro a porta do cofre e, na mesma hora, ouço as travas.

— Quer conversar sobre isso? — me aproximo e faço um carinho em seu rosto.

— Não tem nada para conversar, Kath. Eu paguei para descobrirem sobre eles e nunca tive coragem de saber se estão vivos, se vivem uma boa vida... O momento de descobrir nunca chegou. Tentei muitas vezes e depois fiquei pensando o que eu faria quando descobrisse quem são. Iria até eles, ignoraria? Enfim...

Fico na ponta dos pés e beijo suas têmporas; ele sorri ao receber o carinho. Desço os lábios e dou um beijo breve em seus lábios.

— O momento certo virá. E, se nunca chegar, tudo bem! — ele me abraça pela cintura quando escuta minhas palavras e me dá mais um beijo.

— Você é uma surpresa muito, muito boa em minha vida — esfrega seu nariz no meu e meu coração tenta sair do meu peito quando ele pronuncia essas palavras.

— Se me permitir, serei uma surpresa constante em sua vida, até que não me queira mais.

— Aí que eu acho difícil — seus olhos me encaram de um jeito que parecem enxergar minha alma. — Você é boa demais para que um dia eu não te queira mais, amor. O que acontece é exatamente o contrário, quando mais estou com você, mais eu quero.

Me pega no colo depois que fala e eu rio da sua rapidez.

— Eu preciso de um banho! — protesto.

Ele me carrega até ao banheiro e sei que a intenção era outra, mas eu realmente preciso tirar o cloro da piscina do meu corpo. E, quando me deixa no chão, me permito babar em seu banheiro, que é todo em mármore branco com cinza.

— Vou pegar o vinho que deixamos lá em baixo e ver algo para comermos — me dá um beijo e aponta para a parte debaixo da pia. — Ali tem tudo o que precisa. Pode pegar algo meu, se quiser, eu não me importo — concordo com a cabeça e, antes de sair, ele fala. — Tem uma coisa para você em uma caixa no meu closet. Está em cima do puff.

O banheiro de Noah é maravilhoso, tem uma hidromassagem que eu quero muito usar, um chuveiro enorme e um espaço ótimo na pia dupla. Amei!

Tiro minha lingerie e tomo meu banho. Reconheço o cheiro gostoso que sempre sinto na pele de Noah ao pegar o sabonete que está ali. Pego shampoo e condicionar que tem na bancada e também uso, me sentindo à vontade demais com as coisas dele.

Saio do box e pego a toalha que já tinha separado, seco meu cabelo e depois a enrolo no corpo. Coloco a cabeça para fora do banheiro e vejo que ele não voltou ainda.

Mistaken (FINALIZADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora