2 - Sweet Innocence

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Brittany POV

Já se passara uma semana desde que voltei para casa do meu avô.  Fiquei feliz em ter voltado. Um convento não era exatamente meu lugar preferido, mas foi preciso, na época.  Meus pais tinham acabado de falecer, meu avô Steve estava muito abalado, achava que não teria condições psicológicas para cuidar de mim. Eu duvidava. Meu avô sempre foi um homem forte, destemido. Quase nunca se abalava por nada. Mas agora ele era só carinho e atenção depois de tantos anos.

Acho que enlouqueceria se algo ruim acontecesse à mim.  E o melhor de tudo era que ele morava com suas duas sobrinhas, quase da mesma idade que eu. Assim eu não me sentiria muito sozinha. 

Lembrei- me do dia em que cheguei.  Logo que desembarquei, eu praticamente trombei com a mulher mais linda que eu já vi ... Santana.  Incrivelmente alguns dias depois a encontrei novamente em uma ópera.  Eu jamais me esqueceria daquele rosto ... Ou daquele corpo.  Senti minhas bochechas queimarem com o rumo dos meus pensamentos.  Fui educada severamente pelas irmãs, jamais me permiti pensar no sexo oposto.  Nunca fui beijada, o que chegava a ser ridículo para uma garota da minha idade. Uma das sobrinhas do meu avô, Kitty, debochava de mim. 

- Não é possível, Brittany.  Nem um beijinho no rosto? 

- Nunca, Kitty. 

- Eu já beijei uma mulher ... E não somente nos lábios da boca. 

Tapei a boca horrorizada. 

- Que horror, Kitty. 

- Deixe de bobeira, Brittany.  É tão bom ... Nossa ... Nem imagina. 

- Não consigo imaginar mesmo.  É sua namorada?

- Não ... uma moça que ficava de vez em quando, sem tio Steve saber, é claro. 

- E o que mais você fez? 

- Uma vez, transamos no cinema.  Na última fileira ...

Mais um grito de surpresa. 

- Kitty, como assim? 

- Não seja ingênua, Brittany.  Não tem nada de errado nisso. 

Por um momento lembrei de Santana, e me imaginei fazendo isso com ela, me envergonhei de meu próprio pensamento sórdido e guardei-o para mim. 

- Não me imagino fazendo isso ...

- Diga a verdade, Brittany.  Nunca sentiu tesão?

- Eu nem sei o que é isso. 

- Um calor assim ... Bem no meio das pernas, você se molhando ... Seu sexo, quero dizer.

- Ah ... Isso. 

- Então já sentiu?

Como eu poderia dizer que senti isso por uma mulher que mal conheço? 

- Sim, já. 

Era melhor dizer a verdade. Kitty era esperta. Mas eu sei que ela jamais diria qualquer coisa ao meu avô. 

Isso me fez lembrar dela novamente.  Disse que ligaria, mas nunca ligou. Era muito simpática, talvez tenha sido apenas elegante. Mas eu estava enganada.  Assim que entrei no meu quarto, o celular que meu avô havia me dado estava tocando. Era ela. 

- Alô. 

- Brittany?  é a Santana... Está lembrada de mim? 

Como se eu pudesse esquecer. 

- Sim, Santana... Como vai?

- Estou bem.  E você? 

- Bem, muito bem. Melhor agora na verdade.

- Tinha esperança que ligasse para mim, mas como não ligou ... Resolvi ligar. 

- Mas ... Você disse que ligaria. 

- Sim, é verdade. Mas liguei pra saber se quer sair hoje? Seu avô se importaria?

Meu coração disparou e minhas mãos ficaram suadas. Talvez meu avô se importasse sim, uma vez que não a conhecia.  Mas eu poderia dizer que sairia com Mercedes, uma velha amiga. 

- Não ... Ele não se importa. Onde quer ir? 

- Podemos ir ao teatro, o que acha? 

- Eu adoraria. 

Ficou combinado que eu me encontraria com Santana na porta do teatro, assim ela não precisaria me deixar em casa.  De repente me lembrei que eu tinha pouquíssimas roupas para sair.  Pelo menos que fossem adequadas para sair com alguém como Santana.  Acabei pedindo ajuda a Kitty, era a única que estava em casa. Fomos até uma boutique elegante e Kitty que me ajudou a escolher roupas mais "decentes". 

Meu avô não se importou, como eu havia imaginado, por achar que iria com Mercedes.  Mas Kitty desconfiou. 

- Hum ... Está linda.  Tudo isso é para sair com Mercedes?

- Com quem mais seria? 

- Está mais parecendo um encontro amoroso.

- Claro que não, Kitty.  Nem conheço os rapazes daqui. 

- Quem disse que necessariamente seria com rapazes?  - Ela disse mas dei de ombros.

Eu cheguei pontualmente às sete da noite.  Mas Santana já esperava por mim.  Meus pensamentos até ficaram embaralhados. Ela era linda demais.  Esperei que meu motorista se afastasse e me aproximei dela.

- Brittany... Você está maravilhosa, como sempre. - Disse Santana.

- Obrigada, Santana. Você também está ...

- Já comprei as entradas. Vamos?

Conversamos por minutos antes do espetáculo começar. Santana me pareceu inteligente e culta. Mas isso eu já havia percebido antes. Durante o teatro, várias vezes percebi que ela me olhava, mas depois desviava o olhar. Nem adiantava me perguntar sobre o que era a peça ... Eu não prestava atenção, simplesmente não conseguia.

- Só um minuto, Brittany.

Santana havia me convidado para aguardar em seu carro. Ficamos sentadas conversando por mais um tempo até que ela foi até o porta-malas do carro e remexeu alguma coisa. Depois se sentou novamente ao meu lado.

- A que horas seu motorista irá buscá-la?

- Eu fiquei de ligar quando terminasse. Não sabia o que iríamos assistir.

- Ah sim. Seu avô não se opôs?

- Eu ... Eu ... Não disse que estaria com você.

Percebi uma surpresa em seus olhos.

- Não? O que disse então?

- Disse que estaria com uma amiga da infância.

- Melhor assim.

- Por quê?

Ela não respondeu. Apenas passou o braço pelo banco do carona e aproximou um pouco o rosto do meu. Ela iria me beijar? Apenas deslizou o polegar pelo meu rosto com a outra mão.

- Brittany...

Soou como um sussurro, uma carícia. Percebi tarde demais que ela tinha algo na outra mão. Não tive tempo de perceber o que era. Só senti quando ela tapou meu nariz com aquilo. A partir daí não vi mais nada.

...

Escrava Sexual  BRITTANAWhere stories live. Discover now