Capítulo 2

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O rei ficou extasiado ao ver aquele bebê angelical que as fadas traziam.

- Obrigado! Nunca duvidei de vocês – garantiu ele, abraçando as três com empolgação. Atrás de si, surgiu a rainha cambaleante pedindo: - Posso ver meu bebê agora?

- Mas é claro, querida – Flora colocou a criança nos braços da rainha que satisfeita exclamou: - Mas que menina linda! Ela é perfeita! – emocionou-se.

- Sim, agora ela é – o rei disse com um tom desconfiado que ela não entendeu a princípio, mas entenderia mais tarde quando estivessem a sós.

- Você me traiu! Essa criança nasceu verde e com chifres! Chifres! – exclamou ele. – Com quem você se deitou? Sua sorte é que as fadas conseguiram conserta-la, só por isso eu não anulo nosso casamento agora mesmo – explicou ele.

- Eu não me deitei com ninguém! Eu juro! Talvez tenhamos sido amaldiçoados por alguém que não goste de você. Se as fadas conseguiram conserta-la, é porque ela estava enfeitiçada. Veja, ela se parece comigo, eu jamais trairia você, meu querido! – insistiu ela.

- É... – ele balançou a cabeça. – Talvez tenha sido Hubert que invejoso de nossa criança tenha amaldiçoado seu ventre. Ele aguarda que eu não deixe herdeiros para tomar o reinado por ser meu parente mais próximo. Tem razão querida, me perdoe.

- De agora em diante não vamos mais discutir. Temos Aurora para nos unir – disse ele.

- Aurora? - questionou ela.

- Pensei neste nome por ela ter os cabelos dourados e ter nascido pela manhã. O que você acha?

- Aurora é perfeito – concordou ela. – Princesa Aurora. Combina bem.

Do outro lado do palácio, no convento do vilarejo, a pequena órfã era reconhecida pelas freiras que ao retirar o manto, se assustaram com os chifres do bebê.

- Pobrezinha, que Deus tenha piedade desta pobre alma. As freiras a batizaram de Fillipa, por ter nascido no dia de São Felipe.

Perto dali, a rainha chamava por Nefasto de maneira revoltada, até que ele aparecesse confuso.

- Qual o problema? Não lhe dei uma criança saudável? – questionou cruzando os braços com uma expressão irônica.

- Você me deu uma aberração! Por sorte as fadas conseguiram reparar seu erro! Como pode?

- Eu disse que seu marido não podia conceber. Eu coloquei em você a minha semente – explicou ele.

- Então confessa que me enganou? Nosso acordo está desfeito.

- Você disse que queria uma criança a qualquer custo. Nosso contrato continua valendo e inclusive você deve pagar sua parte. Já tem sua filha, conforme era seu desejo – explicou friamente.

- Eu nunca me deitaria com uma criatura como você! Não bastasse sua aparência ainda é mentiroso e me enganou!

- Não lhe enganei, inclusive falei sério quando disse que pactos de sangue não podem ser desfeitos. Não cumpra sua palavra e terá consequências graves, majestade – alertou ele.

- Pois faça o que quiser, eu jamais me deitaria com você! Só disse isso porque estava desesperada por um bebê. A rainha virou-se e foi embora e ele disse num tom audível por ela:

- Em breve você sofrerá as consequências então.

CONTO VENCEDOR 3# LUGAR REWIND THE CLASSICS - Duas PrincesasHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin