Capítulo 20

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— Já faz mais de uma semana, Kat! — Pope falou, caminhando atrás de mim. — Já tá na hora de você perdoar.

— Você tá certo. — concordei, parando de andar. — Já faz mais de uma semana, e só você veio falar comigo! E sinceramente, acho que só veio porque trabalha comigo.

Já era quarta-feira, e eu estava fazendo entrega na cidade com Pope. Ele tentou falar comigo todos os dias dessa semana, já os outros...

Kiara me mandou mensagem no dia da briga e nunca mais. Tudo bem, eu que fui embora, mas custa alguém mostrar que se importa? Confesso que fiquei triste pelo fato de John B não mandar mensagem, pelo jeito ele está tendo problema com a assistente social.

— Eu já falei que andamos ocupados. — ele falou, voltando a andar.

— Com o que? Com essa caça ao tesouro? — resmunguei.

Pope me contou que eles estão atrás de pistas para desvendar o mistério de um navio que afundou. Bobagem.

— John B acha que tem algo a ver com o pai dele.

— Tudo bem, Pope...

Eu não quero mais brigar, tá ficando cansativo.

Preciso dos meus amigos de volta. Não estou reclamando da companhia dos Camerons, longe disso, saí com Rafe no fim de semana e fui naquela sorveteria nova com Sarah e Wheezie na segunda.

— Então... — Pope se perdeu nas palavras, acho que ele não esperava que eu concordasse tão facilmente. — Eu faço a entrega dos Wilson e você faz a da Senhora Malcon, ok?

— Te encontro no caminho, em 30 minutos. — falei, me afastando de Pope.

Abigail Malcon era uma viúva de 65 anos, uma senhora muito agradável. Ela tem dificuldade pra sair de casa, então suas entregas eram semanais.

— Entre, querida! — exclamou ao abrir a porta.

Não tenho muito tempo para conversar, mas uns 5 minutinhos não vão matar ninguém, sei que a senhora Malcon se sente sozinha.

— Como você está, minha linda? — perguntou, enquanto eu me sentava no sofá. — Fiz uns biscoitinhos, pega. — colocou um pote com biscoitos de chocolate ao meu lado.

— Tudo na mesma, senhora Malcon. — falei antes de comer um biscoito, ninguém é de ferro, né?

— Nenhuma novidade? Tem certeza? — fiz que não com a cabeça. — Você é a adolescente mais chata que eu já vi! Na sua idade, eu tive vários namorados.

— Bom... — comecei a falar e vi os olhos da mulher ficarem animados. — Tem um garoto.

— Ele é bonito? — perguntou, se sentando na poltrona.

— Muito. — um sorriso de canto apareceu contra a minha vontade.

— Me fale mais sobre esse seu namorado!

— Ele não é meu namorado... — enfiei outro biscoito na boca.

— E por que não?

— Nós somos diferentes um do outro. — resmunguei, desviando o olhar para o chão.

Estou desabafando com uma mulher da terceira idade? Não é culpa minha! As palavras estão saindo contra minha vontade.

— Querida! - ela deu risada. — E desde quando isso é motivo para não ficar com quem se ama?

— Eu não amo ele. — murmurei, indiferente.

— Conheci meu falecido marido em 1976. — ela me ignorou? — O homem mais lindo que eu já tinha visto! Também éramos muito diferentes, mas isso não impediu de que eu me apaixonasse perdidamente por ele. Você é bonita e jovem, aproveite.

Dei um sorrisinho para a mulher, e um silêncio se instalou pelo lugar. Sei que ela não queria uma resposta, queria apenas que eu a ouvisse.

— Tenho que ir, Senhora Malcon. Pope está me esperando. — disse, levantando do sofá.

— Ah, claro! Mande um abraço para o Pope, ele é um garoto de ouro.

A mulher abriu a porta e eu saí, sorrindo para ela.

— Até mais. — acenei e comecei a caminhar.

(...)

Ao virar a esquina, consegui ver Pope no chão da calçada, uns 8 metros de distância. Quando cheguei mais perto, vi quem estava de pé na sua frente.

— Rafe? — caminhei até Pope e ajudei ele a levantar.

— Kat, e-eu... — escutei a voz de Rafe e após me certificar de que Pope estava bem, me virei na direção dele.

— Qual a porra do seu problema? — gritei, parando na frente do kook. Rafe me olhava petrificado, como se não soubesse o que falar.

— A gente só queria as cervejas. — Topper abriu a boca pela primeira vez.

— Ah, então tá tudo bem! — ironizei, balançando os braços de forma exagerada. — Agora você rouba, é? Tá ficando cada vez melhor.

Me aproximei mais de Rafe, ficando a poucos centímetros de distância. Mesmo com a grande diferença de tamanho, eu estava realmente cogitando bater em algum deles.

— Eu tô bem, Kat. Vamos embora. — Pope me chamou, começando a caminhar.

Respirei fundo e me afastei dos kooks, seguindo meu amigo. Dei uns 4 passos e Rafe puxou meu braço, me fazendo ficar de frente para ele.

— Não encosta em mim! — resmunguei, puxando meu braço de sua mão. — E eu achando que você não era mais tão babaca...fui uma idiota.

— Eu me descontrolei, linda. — ele falou baixo. — Sinto mu...

Mordi minha bochecha o mais forte que consegui e empurrei seu peito, fazendo com que ele fosse um pouco para trás. Ele só se mexeu. porque estava distraído, senão nem teria saído do lugar com meu toque.

— Vamos, Pope!

Caminhamos rápido para longe e logo já estávamos em outra rua. Não me permiti chorar, sinceramente, nem sei o porquê de querer chorar naquela hora.

Para de ser estúpida, Katherine.

— Ele bateu em você? — perguntei, olhando para o chão. Pope sabe que estou me referindo à Rafe pelo seu olhar.

— Não. — disse, simples.

— Fala a verdade, Pope. — exigi.

— Estou falando a verdade! Rafe me empurrou no chão, mas pelo jeito, o arrependimento bateu tão rápido que ele começou a pedir desculpas na mesma hora.

Se arrependeu rápido, é? Para de pensar idiotice, Kat! Ele deveria ter pensado nisso antes de empurrar o Pope.

Perdão pelo horário, tive problemas na hora de escrever ;(

Espero que gostem 🥰

𝙎𝙐𝙉𝙉𝙔 - 𝙍𝙖𝙛𝙚 𝘾𝙖𝙢𝙚𝙧𝙤𝙣 Onde as histórias ganham vida. Descobre agora