𝘄𝗵𝗮𝘁'𝘀 𝘆𝗼𝘂𝗿 𝗻𝘂𝗺𝗯𝗲𝗿?

❧ 009 | afrodite ❧

AFRODITE, Point of view
NYC, New York.

Após sair do chá de noivado, levamos Aster para uma noite das mulheres. Apenas eu, ela, Aurora, Nailea e Julia viemos para uma festa numa boate. Nada muito extravagante, mas havia open bar grátis para as vinte mulheres que chegassem antes das nove da noite. Esse foi um dos motivos fortes de termos vindo, afinal, eu estou desempregada.

Eu havia tido a ideia de fazer um jogo para saber se eu estava muito a cima entre minhas amigas, e esse foi o principal motivo de eu ter insistido tanto para que viéssemos.

Pedimos uma mesa só para nós e rodadas de drinks.

— Vamos lá, primeira brincadeira da noite! — anuncio. — Vamos escrever nesses papéis o número de cara que já dormimos, e teremos que adivinhar qual é o número de cada uma.

Elas não entenderam de primeira — obviamente — e eu fui obrigada a explicar duas vezes a brincadeira. Até que elas entenderam e escreveram os números nos papéis e os dobraram. Embaralhei todos e peguei o primeiro.

— Dois? — falei

— Com certeza é da Aurora, ela tem apenas dezoito anos! — Disse Nailea.

— É seu, Aurora? — Aster perguntou e ela assentiu

— Aí se a mamãe sabe disso — brinquei, fazendo a mais nova me fuzilar com os olhos. — Calma, eu não vou contar!

— Próximo! — diz Julia pegando um dos papéis em minha mão. — Nove?

— É da Afrodite! — Aurora chuta.

— É da Nailea! — Falo, fazendo-a rir.

— Sim, é meu! — ela concordou.

Bom, nove ainda é meio baixo se for comparar com o meu, mas já está no caminho.

— Cinco? — Nailea perguntou, olhando desconfiada para Aster. — Com certeza a Julia e a Afrodite já transaram mais do que isso...

— É da Aster com certeza! — Julia ri, apontando para ela. — Eu nem sei como isso foi possível, ela está com o Ed há sei lá, três anos?

— Teve o que eu perdi a virgindade, o Ed, um na noite que eu fiquei bêbada pela primeira vez, o outro foi meu primeiro namorado e o último... Melhor ficar quieta — ela explicou.

O meu número ainda está lá em cima em comparação as três que já foram.

— Treze? — Aurora leu com os olhos arregalados — Afrodite?

— Não, é da Julia — Nailea apontou com os olhos para a minha melhor amiga.

— Sim, é da Julia — concordei, dando risada.

Graças, Julia, obrigada por não me deixar tão lá em cima sozinha, pensei.

— Agora só falta a Afrodite — Aster disse. — Vamos tentar adivinhar qual o número dela.

— Doze? — neguei.

— Quinze? — neguei de novo, querendo que fosse verdade.

— Qual é, Afrodite! Deixe eu ver! — Diz Julia pegando o último papel da minha mão. — Dezenove?

— O que? — todas falam juntas, me fazendo se esconder atrás das minhas próprias mãos.

— Eu fiz esse jogo para tentar me sentir melhor — assumo. — Eu li na merda dessa revista, que as mulheres que transaram com mais de vinte homens não casaram — explico, tirando folhas da revista e entregando para elas.

— Ah, qual é! É apenas uma matéria idiota numa revista de garotas! — Disse Julia. — Como se o seu caráter fosse decidido pelo número de caras que você já dormiu.

— Na verdade, há chances de ser verdade. A escritora tem doutorado em psicologia e é terapeuta de casais e de sexo — diz minha irmã caçula, lendo os restos que eu trouxe da revista.

— Isso, Aurora! Me faça me sentir pior! — digo, jogando um copo de whisky por goela a baixo. — Quer saber de uma coisa? Eu já sei como vou resolver esse meu problema — assumo, tirando meus saltos e subindo em cima da mesa. — Calem a boca que eu vou fazer uma declaração! — grito com as pessoas ao nosso redor. — Obrigada! O próximo homem com quem eu dormir, será o meu marido! E eu só vou transar com outro homem quando tiver a absoluta certeza de que ele é o certo! Um brinde ao fazer o próprio destino! Viva ao vigésimo!

Os próximos acontecimentos resumidos pela minha cabeça de ressaca na manhã seguinte, foram: Eu bebi muito, encontrei meu ex chefe de trabalho que havia me despedido, bebi mais e mais.

Fim das lembranças.