- 13.

714 132 56
                                    

Está tudo bem.

Quer dizer...

As coisas não estão tão ruins.

O que eu sinto pode esperar. Eu sei que pode.
O fato de Sebastian estar segurando minha mão nesse momento, enquanto diz ao garçom o número do nosso pedido, faz com que meus batimentos fiquem desregulados. Mas, está tudo bem. Não está?

Errado.

Sebastian sabe que está fazendo meu coração acelerar. Ele sabe que a cada toque será como soltar uma bomba dentro do meu estômago. E eu gosto da forma que ele sabe.

- Bom... Onde estávamos? - Diz ele, tentando se demonstrar descontraído.

- Acha que algum dia... Eu e você... Aconteceria?

Sebastian solta um riso fraco e me olha fixamente. Seus olhos me penetram tão fundo que posso sentir sua resposta dentro de mim.

- Pensei que fosse mais esperta, Bigui. - Responde ele, virando sua atenção para a TV bem à frente de nosso sofá. - Se liga... Aquele cara com certeza vai errar o passe.

- Eu acho. - Digo sem pensar duas vezes e ignorando o fato dele tentar desviar o assunto.

Sebastian abaixa a cabeça. Se eu não o conhecesse, pensaria que estava evitando tocar no assunto por ter ficado sem jeito, ou constrangido, ou qualquer outra coisa do gênero. Mas eu o conheço. Sei que aquele olhar mórbido para baixo significava uma coisa: eu não gosto do amor.

- Eu prefiro passar o resto da vida sozinho ao te magoar, Florence.

Uau. Ele me chamou de Florence enquanto cultivava o olhar mórbido ao chão. Ele está falando mesmo sério.

- Eu não quero que pense que eu esteja apaixonada ou coisa do tipo... É só que... Eu não suporto a ideia de te ver evitar algo tão bonito.

Sebastian ri sarcasticamente, e sabe que aquilo me irrita profundamente.

- Deixa de ser idiota. - Digo.

- Você não sabe do que está falando.

- Ah, não sei?

- Não. Não sabe.

- Então porque não deixa de ser um idiota por cinco segundos e me explica qual é a razão de você viver essa vida vazia.

A Florence de cinco minutos atrás, certamente acertaria a atual de mão cheia. Eu jamais diria algo pesado para Sebastian de maneira tão violenta. Ele não era o tipo de cara que merecia minha explosão.

- Me desculp...

Ele me interrompe.

- Você está certa. Talvez eu viva uma vida vazia.

Quando Sebastian se levanta, foi como se um peso de setenta quilos pesasse em meus ombros, e principalmente, a consciência.

- Cara... Você sabe que eu não quis...

- Preciso beber um pouco. Talvez encontrar alguma coisa que me agrade pelo navio. Qualquer coisa me ligue. Talvez você trombe com algum idiota que encha seu copo de drogas pelo simples fato de ter uma vida medíocre, tão medíocre que não consegue seduzir uma mulher com um pouco básico de caráter e precise ir ao extremo. Enquanto não encontrar um desses perdido por aí, eu estarei vivendo minha vida vazia.

ı ωαηηα вє łαsт.Where stories live. Discover now